Blog POPLOAD

Arquivo : fevereiro 2013

Oh, no! Lá vem o Mudhoney
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>

* Touch me I’m sick!

* O lendário grupo grunge Mudhoney, de Seattle, que inclusive deu ao mundo esse termo “grunge” e foi um dos pilares do movimento logo abaixo do reluzente Nirvana, vai lançar disco novo. “Vanishing Point”, o nono álbum de estúdio desde o final dos anos 80, sai, ÓBVIO, pela gravadora Sub Pop, um dos selos musicais mais reconhecíveis de todos os tempos. Para isso, a banda do figuraça Mark Arm, que trabalha na gravadora em algo como “diretor de estoque de produção”, resolveu lançar um vídeo-teaser bacana e bem… Seattle. Quem se importa se o Mudhoney não é mais relevante?

A coisa do “teaser” é a mais nova moda musical moderna contemporânea, né? Está todo mundo usando. E por que não o grande Mudhoney?

Nesta época tão famosa do “EU EU EU” descarado do Twitter, não posso falar de Mudhoney sem lembrar o show que vi deles em Londres, em agosto de 1991, no Astoria. Senta para ler isso. E repare bem na data.
O “som de Seattle” estava bombando cabeludo no underground inglês, o Nirvana não tinha ainda lançado o “Nevermind” e era uma semana antes do famoooooso Reading Festival 1991, onde QUASE TUDO começou. O show de abertura daquela noite de Astoria era de uma tal de Hole, banda americana que diziam ter uma vocalista muito louca chamada Courtney Love, que tocaria de babydoll rasgado e entre músicas ficaria fazendo citações dos Smiths antes da porradaria punk das canções dela comer. Aí entrou a “atração principal” o Mudhoney, dona de um hit nos clubes ingleses da época, essa “Touch Me I’m Sick”, que quando começava a tocar era preciso correr das pistas, sob o risco de ser atropelado ou espancado pela galera maluca com a música. Tinha o perigo de levar uma cabeçada, também. Você pode não acreditar, mas naqueles tempos de comecinho dos anos 90 pré-“Smells Like Teen Spirit” o novo rock era feroz e na pista dançava-se com a cabeça (!!).
Era o primeiro show do Mudhoney dos dois seguidos que a banda faria no período, em Londres. Parecia que o “acontecimento” chegava à capital inglesa com o seguinte aviso subliminar: “Atenção, povo inglês. Esquece Stone Roses, Happy Mondays e esconde esses ecstasy. O bicho vai pegar e os americanos chegaram para conquistar tudo”.
Na platéia, Kurt Cobain, Dave Grohl e a povo do Sonic Youth, que iam tocar no Reading Festival. Dizem que o Iggy Pop estava também, eu não vi. Daí eu tava lá na frentão, esperando o show começar. O Mudhoney entrou e foi aquela algazarra quase-violenta, sem os caras tocarem nem mesmo um acorde. Daí, de imediato, Mark Arm foi ao microfone e disse logo: “A gente vai começar o show logo com essa música para vocês não encherem o nosso saco”. E pintou o primeiro crunch da guitarra distorcida que introduz a música. Se eu não morri neste dia, não morro nunca mais.

* Mark Arm, I love you.

>>


Justin Timberlake, o novo rei do… rock?
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Se você perguntar para o encasquetado Liam Gallagher o que ele acha das bandas “novas” de hoje em dia, ele certamente com sua boca grande vai resmungar e falar, acima de tudo, que elas não têm ambição nem culhões. É uma reclamação que ele e alguns nomes expoentes de grandes bandas das décadas de 80 e 90 sempre fazem em suas recorrentes entrevistas mundo afora. Com todo o boom da internet, ficou “fácil” uma banda produzir seu próprio disco, seus próprios singles, agitar seus próprios shows e ficar ali na sua zona de conforto. Nem todas as bandas querem tocar em Wembley ou no Morumbi. Boa parte destas bandas nascem para tocar só no Shea Stadium BK, aquele lugar que falamos dia destes, que o “New York Times” descreveu como “um espaço que parece um apartamentinho grunge no fim de uma escada claustrofóbica que fica atrás de uma porta de metal sem aviso algum situado numa desolada zona industrial do lado leste de Williamsburg”. Não que o rock não precise dessas bandas. Mas é preciso também daqueles que toquem em Wembley e no Morumbi, para manter a chama do rock de estádio acesa, não é?

Nos últimos anos, se você pensar bem, poucas bandas se credenciaram a tal posto de “banda grande”. Tem o Foo Fighters, que é veterano. Tem o Coldplay, que não é tão velho, mas não é tão novo e também não é tão rock mais. Tem o Muse, que a gente ainda não sabe direito o que é. Bandas que surgiram como grandes promessas pós-2000 não vingaram a tal ponto de se tornarem megabandas no mundo todo. Nem Strokes e Arctic Monkeys conseguiram, por exemplo.

Daí que, de mansinho, aparece um nome que nem é do rock como forte candidato ao posto de nova megaestrela da música. Vai dizer que o Justin Timberlake pode não ser esse novo rockstar? Analisando o cara como artista contemporâneo, pensa bem. Justin, ainda moleque, já encarava a TV aberta americana no Clube do Mickey. Com 20 anos de idade, se apresentava para 200 mil pessoas no Rock in Rio. Nem havia chegado aos 30, era apontado “só” como sucessor do Michael Jackson. Hoje, aos 32, goste-se ou não dele, JT é o grande nome do momento, tem o disco mais aguardado do ano e, sem medo, parece querer sair de sua zona de conforto e se arriscar para valer, com uma nova sonoridade, um novo approach, uma nova mentalidade. Parece, Justin quer encarar todo esse megadesafio, tudo o que se espera dele, de frente.

Pois bem.

No mês que vem, Timberlake bota no mercado “The 20/20 Experience”, seu primeiro disco em cinco anos. Mesmo sumido, ninguém se esqueceu dele. Quando todo mundo pensou que Justin voltaria “o mesmo de sempre”, com todo aquele apelo sexy com dancinhas pop farofa, o cantor resolveu ousar. Botou uma grande banda de suporte – The Tennessee Kids – composta por treze integrantes, resgatou um pop que parecia esquecido, trouxe de volta o R&B que é orgulho do americano, botou na salada o funk e o soul que James Brown um dia mostrou ao mundo e, segundo o próprio, se inspirou em nomes clássicos do rock para compor e produzir o disco.

Em entrevista recente para a Capital FM de Londres, Justin disse que se guiou na sonoridade de Pink Floyd, Led Zeppelin, Queen e Bob Dylan neste “The 20/20 Experience”. “Se o Led Zeppelin gravava músicas de 10 minutos, por que eu não posso?”, indagou, se referindo à baladaça “Mirrors”. Disse que Dylan é um de seus maiores ídolos e que, antes de entrar em estúdio, adotou a filosofia do lendário cantor e compositor para pautar sua postura em seu disco novo. “Você deve estar apto a criar um outro mundo onde se possa viver dentro. Eu não vou falar por Bob Dylan, mas pela minha perspectiva, como um fã, me parece que ele passou a criar uma música que fizesse se sentir como outra pessoa, e é isso que deveria ser feito. O estúdio é realmente um outro lugar para onde você ainda pode ir e se libertar completamente. Você se tranca em um espaço e cria um outro mundo inteiro”, revelou.

Não que “The 20/20 Experience” seja um álbum rock n’ roll em sua sonoridade. Mas Justin parece querer buscar novos ares, fugir de estereótipos e testar seus limites. E se falta ambição para as novas bandas de rock dos últimos anos, o cantor pop quer dar um passo à frente. No complicado mercado dos Estados Unidos, vai sair das arenas para tocar em estádios de futebol, locais onde nos últimos tempos apenas nomes como Paul McCartney, U2 e Stones, por exemplo, ousaram tocar. Justin vai sair em turnê com Jay-Z para medir o tamanho do seu nome nos dias de hoje. Para ver mesmo se ele pode ser isso tudo. Para sentir se ele pode vir a ser um sucessor de Michael Jackson. Ou até mesmo um sucessor do roqueiro Elvis Presley, por que não? Mesmo que seja por caminhos tortos e guardadas suas devidas proporções. Mesmo que seja uma ambição barata, Justin está tentando…

>>


É oficial: Os Strypes, os novos Beatles, são também os novos… Stones?
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* A coisa é assim. Quatro moleques irlandeses de 16 anos em média (alguns têm 15), que se vestem como homens grandes, fazem referências descaradas a Chuck Berry, fazem cover de Diddley, são tratados como “novos Beatles” e viraram “o futuro do rock”.
Segura os Strypes.

A gente já falou deles aqui. E o mundo inteiro (leia-se Inglaterra) não para de falar neles mais e mais. O sério jornalzão britânico “The Guardian” foi ver o show deles em Manchester e só não deu cinco estrelas (deu quatro) para não tirarem o diário de “empolgado”. Sem falar mais falando, ele compara o show dos moleques de Cavan, Irlanda, com a experiência de… “TESTEMUNHAR OS ROLLING STONES TOCANDO NO MARQUEE EM 1962”. Hahaha.

Acabaram de anunciar shows dos Strypes em quatro grandes festivais de verão. Um é o incrível T in the Park, na Escócia. Outro é o famoso Bestival, na Ilha de Wight. Tem um na Alemanha, até. E os próximos três show deles na Inglaterra, em março, Londres, Sheffield e Liverpool, estão esgotados.

Carl Barat, do Libertines, quis dar seu carimbo no Twitter sobre os moleques irlandeses que usam terninho:

No início do mês, os Strypes participaram do 6 Music Live da BBC Radio 6. A Popload destaca a ótima “Blue Collar Jane”.


O Japandroids e a celebração do rock
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

O distinto duo canadense Japandroids, talvez porque seja formado por um antropólogo (!), David Prowse, e por um físico (!!), Brian King, fez uma visita ao programa do Conan O’Brien na noite de ontem para divulgar ainda mais o bom álbum “Celebration Rock”, lançado ano passado, e que está entre os concorrentes ao prêmio de melhor disco Alternativo do ano no tradicional Juno Awards.

No Conan, eles apresentaram a faixa “The Nights of Wine and Roses”, uma das boas do disco. O Japandroids, figurinha carimbada nos festivais mundo afora, é uma das atrações do colossal Coachella mês que vem. E também do Sasquatch. E também do Bonnaroo, pensa.

Ano passado eles lançaram um mini-documentário mostrando a cidade de Barcelona na época que fizeram uma apresentação em outro festival, o grande Primavera Sound.


Mais David Bowie. Fotos da exposição em Londres, que abre em março
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Saiu a música nova do Bowie e saiu também a revista “Q” do Bowie. A publicação musical britânica dedica capa e 34 páginas sobre o astro pop inglês, que retorna ao mundo dos discos no começo do mês que vem. Mais duas páginas com a primeira crítica do álbum “The Next Day”, para o qual dá 5 estrelas.

A revista traz ainda, pelo menos na sua versão virtual, várias fotos da enorme exposição em Londres que será dedicada aos 50 anos de carreira do cantor em Londres, no Victoria & Albert Museum dos 50 anos de carreira do cantor. A gente reproduz abaixo, neste post.

A “Q” começa com o texto celebratório “The Man Who Changed the World”, analisa Bowie nos anos 70, nos 80, comenta sobre a exposição de Londres, fala dos tributos a ele, em especial o incrível “Dave”, do 2ManyDJs, relata suas várias citações a Londres, lembra seus famosos tempos em Berlim, revela vários de seus micos (Sim, Bowie já se meteu em fria!), escava sua infância e a adolescente como “mod”, faz um “Bowie Facts” bizarro, traz Bowie no cinema, seu passado “misterioso”e adianta o que pode se esperar hoje do senhor David Bowie, 66 anos. Ufa!

Abaixo, várias das fotos, roupas, instrumentos que estarão na exposição do “V&A”, em Londres, de março a agosto deste ano.

20130226-091109.jpg

20130226-091128.jpg

20130226-091138.jpg

20130226-091200.jpg

20130226-091212.jpg

20130226-091220.jpg

20130226-091236.jpg

20130226-091244.jpg

20130226-091258.jpg

>>


Acorda, tem David Bowie novo. Sound and vision para música inédita
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* Bom dia com Bowie. Di Bowie.

* Conforme o prometido, saiu hoje a segunda música inédita de David Bowie em anos, a faixa “The Stars (Are Out Tonight)”, em som e vídeo. Desta vez mostrando bem a cara sumida e os famosos olhos um de cada cor, o cantor contracena com a atriz-diva Tilda Swinton, como um casal assombrado pelo enlouquecedor culto à celebridade. O vídeo é dirigido pela ítalo-canadense Floria Sigismondi, diretora de cinema, propaganda e vídeos musicais renomada, que já trabalhou com Interpol, White Stripes, Sigur Rós e Marilyn Manson, para citar alguns. Tem um clima “Fome de Viver”, mas aqui os vampiros atualizados saem do mundo da revista “Caras”.

“The Stars (Are Out Tonight)” será a terceira música da lista do álbum “The Next Day”, que será lançado primeiro na Austrália, dia 8 agora, e depois chega ao mundo a partir da Inglaterra no dia 11. É a terceira canção do disco e a segunda música a ser mostrada sound and vision na retomada de Bowie, que no comecinho de janeiro assustou o mundo pop ao revelar, sem aviso, no dia de seu aniversário de 66 anos, a chapante “Where Are We Now”.

Enquanto “Where Are We Now”é baladaça, essa “The Stars (Are Out Tonight)” é rock clássico de David Bowie, super-radiofônica. A música jé está disponível no iTunes e vai sair em vinil em 20 de abril, em edição especial para o Record Store Day.

>>


Vem aí a turnê indie dos sonhos. Estrelando: The National e Dirty Projectors
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

Meio que arquitetaram uma turnê indie que todos os indies gostariam de comparecer. Ou quase todos. Os ótimos The National e Dirty Projectors vão fazer alguns shows juntos pelos Estados Unidos no mês de junho. Faltou o Grizzly Bear, só. Abrindo para o grande The National, o Dirty Projectors tem desfrutado do sucesso de seu disco mais recente, “Swing Lo Magellan”, lançado ano passado.

Dono de um dos melhores shows da história recente do Cine Joia, banda queridinha do Caetano Veloso, a turma do Brooklyn, liderada pelo David Longstreth, soltou uma música nova bonitinha. “There’s a Fire”, antes lançada só como b-side e vendida em um show deles no Carnegie Hall mês passado, foi liberada pela banda.

* A dobradinha The National / Dirty Projectors vai acontecer nas cidades de Columbia, Filadélfia, Raleigh e Pitsburgo na primeira quinzena de junho. As bandas também estão entre as atrações do gigante Bonnaroo Music Festival, em Manchester, no Tennessee.


Oba. O Yeah Yeah Yeahs está de volta!
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

A incrível banda nova-iorquina Yeah Yeah Yeahs, da musa indie Karen O., vem com novidades boas. O grupo bota no mercado, dia 15 de abril, seu aguardado quarto disco de estúdio, “Mosquito”, o primeiro trabalho deles em quatro anos, desde o ótimo “It’s Blitz!”. A produção é do badalado Dave Sitek (TV on the Radio) e tem a participação mais que especial do gênio James Murphy produzindo uma faixa.

A primeira amostra sonora de “Mosquito” é “Sacrilege”, single ótimo que conta com a participação de um coral com 20 pessoas. Música do ano?

* O Yeah Yeah Yeahs vai sair em turnê extensa por aí. A banda é atração dos imperdíveis SXSW e Coachella. A Popload está de olho na Karen O.


Tudo certo com o Matt & Kim
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

O ótimo duo Matt & Kim, que está imortalizado com o selo “atração Popload Gig”, adotou a tática OK GO way of life de se fazer vídeos engraçadinhos. Cada vez mais divertidas, as obras audiovisuais da dupla têm bombado bem o bom disco “Lightning”, lançado ano passado.

No novo vídeo mezzo NSFW para “It’s Alright”, a dupla faz uma coreografia que lembra algumas posições do Kama Sutra, ainda na cama. Bem cool e vai pegar. Duvida?

* Esses dias, a dupla também entrou na onda do Harlem Shake, a febre do momento. O vídeo, que já tem quase 10 milhões (!) de views, foi gravado em Troy, Nova York, com o Matt Johnson dando início à bagunça que tem só 30 segundos registrados, mas é genial. Viral indie.


Em noite de indie-erudito em São Paulo, Andrew Bird brilha com solos de assobio e com suas meias coloridas para vender
Comentários Comente

Lúcio Ribeiro

>>

* O indie-erudito Andrew Bird demorou, mas veio. Graças aos fãs brasileiros (e a uma iniciativa do aplicativo inglês Songkick, com produção local do Popload Gig, cóf cóf) que “planejaram” a turnê através de um “crowd-funding”, o músico folk americano pôde passar por três cidades no país. São Paulo recebeu Bird já invadindo a madrugada deste domingo, no Cine Joia, em um show com muito country-folk, muitos “solos de assobio” (sim, afinadíssimos e ecoando pelo Joia), solos de violino, passinhos folk-country e até gritos de “tira-a-roupa!” perdidos na plateia. Vindo da ala masculina, é bom dizer.

Show lindo, sensível, público e banda sintonizados (com a exceção daqueles que querem falar mais alto que o xilofone no palco) e setlist bem distribuído entre as fases do artista. Pela primeira vez na América Latina e no meio de uma turnê para divulgar os dois CDs lançados no ano passado, “Break It Yourself” e “Hands of Glory”, Bird presenteou os fãs com uma sequência que passou pela sua primeira banda, Bowl of Fire, atravessando seus discos solo e até música tema de um programa infantil idealizado pelo próprio Bird, o “Professor Socks”. Por falar em “socks”, na banquinha de merchan, além dos discos, algumas meias estavam à venda. 😉

O show foi dividido em quatro partes. Começou com Andrew Bird sozinho no palco, estilo one-man band, colocando bases do violino e de guitarra em loop. Depois, Andrew Bird com a banda e mais ou menos umas quinze músicas mais tarde, duas voltas para bis. Perfeito. O vídeo abaixo é do jornalista Diego Maia, e mostra o primeiro bis. As fotos são do poploader Fabrício Vianna.

>>