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O rolêzinho do Damon Albarn pelos Estados Unidos: da TV ao Sxsw
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Lúcio Ribeiro

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Um dos sujeitos mais inquietos da música, Damon Albarn tem ocupado sua agenda com compromissos em terras norte-americanas antes de vir ao Brasil no segundo semestre. É o que se espera. Em vias de lançar seu primeiro disco solo no final de abril, o líder do Blur se dedica integralmente ao trabalho de divulgação de ''Everyday Robots'', registro que sai dia 28 do mês citado.

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Damon quer acostumar os ouvidos norte-americanos com sua obra meio world music, meio slow down. Ele foi a atração musical do programa de Jimmy Kimmel na noite da última terça-feira. Por lá, tocou ''Lonely Press Play'' e ''Mr. Tembo''.

* Depois da aparição na TV, Damon foi a principal atração de um showcase da rede de rádios americana NPR, ontem, em Austin, dentro da programação do gigante South by Southwest. A balada rolou no famoso Sttubs e teve também outras atrações tipo Perfect Pussy e St. Vincent.

As apresentações foram transmitidas ao vivo. Abaixo um recorte da do músico inglês tocando ''All Your Life''. Li o relato de uma menina no Twitter falando que ela esteve próxima da ''cena do crime'' onde um motorista maluco bêbado atropelou mais de 20 pessoas, duas delas vindo a óbito e outras cinco ainda em estado grave. Ela disse quase ter sido uma das vítimas porque o show do Damon Albarn começou uma hora atrasado e isso quase acabou mudando o destino da vida normal dela. Pensa.

* O setlist do show de ontem.

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O Sxsw, a “internet das coisas” e a música no seu carro
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Lúcio Ribeiro

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Tudo acontece no incrível South by Southwest, maior festival de novidades musicais e gerais do mundo. Tudo mesmo, até tragédias, mortos, feridos e pena de morte. Mas isso deixamos para as páginas policiais.

O destaque destes interativos dias do Sxsw, pelo menos nos blogs em geral, Popload incluída, ficou para o Neil Young e Snowden, mas aqui estão alguns outros highlights que passaram pelos cantos de Austin e que você pode NÃO ter visto nem ouvido falar:

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* Muito se falou sobre privacidade e segurança de dados dos usuários, e como alguns serviços vêm usando esse ''big data'' para o seu (nosso) bem. É o caso do Netflix, por exemplo, que pesquisa e usa dados do que o seus assinantes gostam de ver para criar séries como House Of Cards e mexer nas programações. Entrou nessa discussão também, o documentário sobre Aaron Swartz, geniozinho do computador e de programação (lista que inclui RSS, Creative Commons e Reddit, apenas) além de ''ativista da internet'' que se suicidou aos 26 anos e virou, para muitos, um mártir no quesito ''livre acesso à informação online''. O filme foi bastante elogiado e conta a vida de Swartz dos 3 anos até a sua morte.

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* A ''Internet das coisas'' (ou, Internet of Things, ou ainda, IoT): trata-se de uma lista grande de aparelhos que serão todos conectados à internet e capazes de reconhecer um a ou outro e de trocar informações entre si. Longe de uma Siri com voz de Scarlet Johansson, mas mesmo assim… Entre eles, um termostato que pode ser controlado (ou se auto-programar) a km de distância da sua casa, via net. Pelo que eu entendi aqui, a ideia é economizar energia. O Mother, como o nome indica, é o aparelho que vai cuidar da tua vida tão bem (ou não) quanto uma mãe. São sensores bonitinhos e moderninhos (cores tipo Pantone) e com adesivos, que podem ser colados em qualquer lugar da casa, da sua escova de dente (?) às caixas de remédio ou cápsulas de café, tênis, etc. Ou na porta de entrada, para que ele envie um sms para os pais quando o filho adolescente chegar em casa, por exemplo. Ele pode monitorar o que e como você quiser, é só escolher e personalizar. Tudo é agendado, controlado e enviado ao seu telefone prontamente.

* O ''23 and Me'' é um outro serviço também dedicado à saúde e ao bem estar, bastante comentado por lá. Como toda revolução nesse sentido, ainda não sei se achei incrível, inútil ou assustador. Pelo site, o serviço promete mapear o seu DNA e traçar a sua ''linhagem'' de anos e anos e anos e MUITOS anos pra cá (sério), formando um histórico incontestável tanto dos seus ancestrais do lado paterno como materno. Jesus, é muita nóia em um chipzinho só. Mas, se interessar, o ''kit'' custa 90 e poucos dólares e você precisa enviar uma amostra de saliva e… melhor você ver o vídeo pra entender.

* Essa já vem sendo divulgada há um tempo… (Micro) Tecnologia para ''vestir'' ou, os ''wearable computers'', aparelhinhos usados/vestidos por gente como a gente (por baixo ou por cima da roupa). São aquelas pulseiras que monitoram seus movimentos (já existem, estão à venda e pelas atualizações automáticas de amigos que correm ou andam de bike que vejo no twitter, são bem populares) e dão dicas de comportamento baseadas nesses dados. Se eu não estiver enganado, estão sendo usados até pelos BBBs desta edição (Jawbone e FitBit), não? Não só para mostrar seu desempenho para uma rede gigantesca de amigos, eles servem para, principalmente, monitorar o seu estilo de vida. Você pode compreender seus hábitos alimentares, como dorme, caminha e etc e assim, tomar vergonha na cara e mudar. No domingo, também durante a parte Interativa do SxsW, o Google revelou que o tal relógio-computador-de-pulso está prontinho e pode ser lançado em DUAS semanas. Céus.

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* E se temos o IoT, há também o IoC (Internet of Cars). TODO MUNDO, não importa o estilo, escuta música no carro. E usa o telefone no carro. Para aumentar esse consumo de música no trânsito e ainda, aumentar a interatividade e segurança de quem dirige, a Apple lançou o CarPlay. Não exatamente lá no Sxsw, mas alguns dias antes e ele entrou na discussão. O ''device'' transporta o iPhone interinhio para o painel do carro e você pode controlar até suas mensagens sem ter que tirar as mãos do volante. A página é tão auto-explicativa que nem preciso falar muito: apple.com/ios/carplay. O incrível Pandora também prometeu que vai lançar serviços de streaming mais ''car friendly'', totalmente integrados aos carros.

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Boogarins, de Goiânia, no SXSW. Uma pequena graaaande revolução
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Lúcio Ribeiro

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* A gente vem falando deles aqui há tempos, mais pela boa qualidade musical do que pelo grande acontecimento em que a banda está inserida. Ou melhor, SE inseriu. Não sei como você enxerga uma coisa assim, mas aqui deste lado a gente vê esta história toda a seguir um feito inacreditável. E ela é mais ou menos assim:

Com três shows HOJE, daqui a pouco, em Austin, Texas, no meio da confusão chamada South by Southwest, a banda goiana Boogarins inicia uma aventura internacional que consiste em 60 shows em 11 países, incluindo EUA, Inglaterra, França, Espanha e Holanda e festivais do nível do próprio Sxsw, Primavera Festival (Barcelona) e Austin Psych Fest (outro na cidade texana, mas este em maio).

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O Boogarins, que toca hoje no Sxsw, no Texas. Fernando Almeida, Hans Castro, Raphael Vaz e Benke Ferraz. Imagem de Luiz Campos Jr.

Vou repetir: o grupo goiano Boogarins, de um rock autoral que vai da psicodelia moderna ao velho Clube da Esquina mineiro sem perder o embalo, um ''Mutante meets Beatles'' como uma hora alguém na gringa vai escrever, há menos de um ano nem uma banda era. Até menos de cinco meses nunca tinham tocado fora de Goiânia, hoje inicia uma certa turnê mundial que passará por cidades como Nova York, Manchester, Dallas, Liverpool, Paris, Milão, Zurique, Amsterdã.

A banda que não era banda quando 2013 começou lançou seu primeiro disco no dia primeiro de outubro, ''As Plantas Que Curam''. Lançou NOS ESTADOS UNIDOS. O disco não existe no Brasil. Mas nos EUA, graças a um contrato de três álbuns que receberam de selo americano ANTES MESMO DE TOCAR AO VIVO PELA PRIMEIRA VEZ como grupo, o Boogarins tem seu álbum de estréia nos formatos de vinil, CD, mp3 e FITA CASSETE.

O álbum saiu pelo selo Other Music Recording, uma famosa loja de disco nova-iorquina que virou gravadora. Quem tem a responsabilidade de espalhar os Boogarins pelas lojas de disco americanas é a Fat Possum Records, selo e distribuidora importante do Mississippi que tem em seu elenco nomes importantes como Black Keys, Dinosaur Jr, Band of Horses, e Iggy & The Stooges. Olha em que meio os Boogarins está metido.

Os Boogarins é uma banda de quatro, mas quem fala pelo grupo é a dupla Benke Ferraz (guitarrista) e Fernando Almeida (vocalista e guitarrista), o primeiro 20 anos de idade e o segundo 21, que começaram na verdade o Boogarins na escola há alguns anos, mas entraram sério no ''business'' no ano passado. Porque fizeram algumas músicas e Benke teve a pachorra de mandar para uns blogs americanos. E daí aconteceu o seguinte, como Benke mesmo conta, em entrevista à Popload domingo passado, fazendo as malas, na manhã do dia de ir para Brasília pegar os vistos e um dia antes de embarcar para Austin, Texas.

''Tudo é surreal. E aconteceu muito rápido. É muito bom fazer as coisas que a gente sempre sonhou em fazer. Só que seis meses atrás a gente não imaginava nada disso que está acontecendo hoje. Não tínhamos noção. Quando a gente tocou, em outubro, em São Paulo e São José no mesmo dia, já pensamos: ''Uau!''. Imagina estar numa turnê grande dessas? Quando a gente olha aquele tanto de data e lugares, e as pessoas de fora vêm falar pelo Twitter que vão no show da cidade tal, isso dá um orgulho desgramado. Ao mesmo tempo que é inacreditável. Até os brasileiros que estão no exterior vem procurar a gente dizendo que estão escutando nossas músicas nas rádios e que vão nos assistir ao vivo quando passarmos pelas cidades deles.''

''Teve uma mulher de Seattle que quando viu que íamos tocar no Psych Festival, em Austin, em maio, comprou o ingresso e passagem para ficar três dias no Texas. Acabou que depois fechamos show em Seattle. Ela disse no nosso Facebook que vai nos dois.''

''O engraçado foi que a Other Music, nosso selo, não foi um dos lugares que eu mandei email para mostrar as nossas músicas. Quando a gente gravou o EP, por volta de março, eu sentei diante do computador para tentar promover o disco. E acabei escrevendo para uns blogs lá fora e para selos também, uns que eu achava que podia ter a ver com o nosso som. Fiz um pequeno release nosso, em inglês, e botei umas músicas junto na hora de enviar. O primeiro show que a gente fechou foi o festival Austin Psych Fest foi porque eu mandei um email para eles, pessoalmente, porque acompanho as coisas do festival há tempos. Eles disseram que curtiram a música mas que em 2013 estava com o line-up fechado, não rolava. Voltei a entrar em contato com o disco pronto e lançado nos EUA e conseguimos fechar um show lá. Foi o primeiro show fechado dessa turnê toda.''

''O Gordon Zacharias, que hoje é nosso empresário, leu sobre a gente em algum desses blogs e veio conversar comigo pelo Facebook. Nesse papo, ele disse que tinha gostado do som que ouviu e que já tinha mostrado nossa música para uns amigos em Nova York que tinham um selo. E que os caras desse selo, que era a Other Music, tinham ficado muito animados. Que tinham passado um domingo inteiro ouvindo e que provavelmente iam querer conversar comigo nos próximos dias. Na segunda-feira mesmo chegou um email enorme para mim com uma proposta de contrato anexada. Ficamos naquela paranóia. Isso aqui é de verdade mesmo? O que está acontecendo? Eu entrava no site da Fat Possum e via lá Iggy Pop, Melody Echo Chamber, Black Keys. E eu ficava pensando: ''Bicho, como assim?''.''

''Conversei muito com o Gordon. Arrumamos um advogado nos EUA para ver as cláusulas do contrato certinho… Demorou, mas aconteceu. Eles entraram em contato com a gente em abril. Não tínhamos ainda feito o primeiro show em Goiânia. E já tínhamos recebido o contrato. Levamos mais de um mês para desembaraçar tudo e assinar. Mas fomos tocando mais e seguramos a informação do contrato gringo, para fazer as coisas direito. Quando em agosto lançamos o single de ''Lucifernandis'' e o vídeo saiu no Popload e no Stereogum, a gente falou do contrato com o selo americano. E aí…''

** O DISCO NOS EUA
''Nosso disco já passou das 2.000 cópias vendidas lá fora. Estados Unidos e Europa. O que para a gente é um número expressivo. Somos uma banda que canta em português e que não tem disco lançado no Brasil. Quando eu digo Europa, é assim. O disco por lá é distribuído em Londres, Amsterdã, Bruxelas, acho que só. Em Portugal mesmo, que poderia ser um mercado, também não tem o disco.''

''A gente tentou botar alguns discos no Brasil e chegamos a fazer isso no ano passado, importando de Nova York, da Other Music. Mas o vinil chega aqui pra gente e temos que pagar um caminhão de imposto. Não vale a pena. Ficou meio inviável para nós. Tínhamos 50 cópias que levamos nos shows daqui. Vendeu tudo só na primeira viagem a São Paulo. Agora, quando viajarmos para fora, para tocar, vamos trazer mais na mala.''

''Espero lançar o segundo disco no Brasil, em vinil, CD. A gente já está em pré-produção do próximo disco. Assim que voltarmos da turnê e conseguirmos parar um pouco, vamos tentar acabá-lo. Vai ser todo em português, também.''

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Foto algo psicodélica do último show do Boogarins no Brasil antes de se aventurar em tour internacional. Foi em Goiânia, no final de semana passado. Imagem de Renato Reis

** O COMEÇO DE TUDO
''As músicas do Boogarins começaram a aparecer desde que eu conheci o Fernando (Almeida) na escola, no Ensino Médio'', em 2008. No ano seguinte a gente já compunha umas canções. Não éramos bem uma banda. Ele tinha a dele (Ultravespa). Eu não tocava com ninguém. Mas a gente só pensou mesmo em gravar a sério em 2012.''

''Num dia só, quando resolvemos gravar, a gente compôs cinco músicas, algumas que inclusive estão no primeiro disco. ''Lucifernandis'', ''Despreocupar'', ''Hoje Aprendi de Verdade'', ''Paul'' e uma em inglês, que a gente acabou não gravando. A gente pensou em fazer logo um EP. E até conseguir produzir esse EP fizemos outra música, como ''Erre''. A ideia era lançar o EP em março de 2013. E desde o Reveillon de 2012 a gente chamou um baterista e começamos a ensaiar como trio. Não deu certo.''

''Lançamos o EP em março. A gente gravou ele em duo mesmo. Eu gravei as baterias, sem saber tocar a bateira. E em abril do ano passado fizemos nosso primeiro show, como banda, como quarteto, já com baixista e baterista, o Raphael e o Hans. Tocamos em Goiânia mesmo. Aliás, de abril a outubro só fizemos apresentações em Goiânia. Quando o disco foi lançado, nos EUA, é que saímos de Goiás para tocar. Fizemos shows de lançamento em Recife, São Paulo, Campinas, Sorocaba e São José dos Campos.''

''O nome Boogarins saiu quando a gente já ensaiava a banda, os quatro já. Tínhamos gravado as coisas. A gente precisava de um nome para lançar o EP. Como o disco já tinha o título ''As Plantas Que Curam'', que eu tirei de um rótulo de uma garrafa de bebida medicinal da minha mãe, a gente queria um nome que tinha a ver. Olhei num livro de botânica e achei o nome ''bogarin'', com um ''o'' só, que era uma flor que exalava o amor puro. Achei que tudo isso combinada com o pique das nossas músicas, algo como uma ''onda boa'', então botamos o ''o'' a mais para parecer com ''boogie'' e ficou ''Boogarins''.''

** A PSICODELIA DO BOOGARINS
A tradição de Goiânia é a música sertaneja. A galera que consegue escapar disso e cai na cena independente curte um rock mais pesado. Como o Boogarins aparece psicodélico, som viajante, meio cena mineira, falando de amor e com nome de flores.

''Isso vem mais do Fernando, o Dinho, que é do Paraná e chegou em Goiânia em 2007 com outras referências. Ele trouxe um pouco desse lado de bandas que cantam em português com uma pegada rock britânica, tipo o Júpiter Maçã. Eu meio que segui o meu pai, que curte mais o rock pesado tradicional mais pesado. Aos 12 anos eu fui pela primeira vez no festival Bananada. E pirei. Essa coisa de compor em português vem mais dele. Antes de conhecê-lo eu nunca tinha feito uma letra. Então, quando me meti a fazer, saiu em português.''

''Eu na verdade acho o nosso som mais ''rock de canção'', bem anos 60, Beatles, verso, refrão, verso, do que psicodélico, no sentido de ter músicas longas, coisas muito instrumentais, ser ''cabeçuda''. Tudo bem que o EP foi feito quando a gente estava ouvindo muito o primeiro disco solo do Syd Barrett (um dos fundadores do Pink Floyd), depois que ele saiu da banda. A gente procurava ter nas nossas músicas essa sonoridade dele. Uma coisa primitiva, de primeiro sentimento. A nossa psicodelia está mais no espírito, mesmo.''

** O Boogarins toca hoje em Austin em três showcases. Um dentro da programação oficial do South by Southwest e dois em eventos paralelos ao maior festival de música nova do mundo. O do festival mesmo é no Icenhauer's, nesta madrugada. Amanhã, também dentro da programação oficial do Sxsw, eles tocam no tradicional Red 7 Patio.

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Julian tocando Strokes e inédita nos shows a caminho do Lolla BR
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Lúcio Ribeiro

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Oh, Julian. O líder dos Strokes, atração imperdível do Lollapalooza dia 5 de abril, às 16h10, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, tem feito alguns shows-surpresa curtos pelos Estados Unidos, em preparação para a apresentação no festivalzão South by Southwest. Ele faz concerto no big evento de Austin no próximo sábado, 15 de março.

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Com um novo disco no forno com seu grupo de suporte The Voidz, Julian fez shows nas cidades de Nova Orleans na segunda e Pensacola (Flórida), na noite de ontem. Em ambos, tocou 10 músicas, incluindo as inéditas ''Ego'', ''2231'', ''Dr. Acula'' e ''Arabic''. Ele também incluiu no set a faixa ''Instant Crush'', que ele gravou com o duo francês Daft Punk. E também tocou músicas dos Strokes, aquela banda lá.

Julian vai fazer mais shows-surpresa no decorrer desta semana. O vídeo de ''Ego'', uma das inéditas, caiu no YouTube, mas foi logo retirado do ar pelo selo do cantor. Pouca gente viu. Por agora, os únicos registros dos shows das duas últimas noites são de ''Reptilia'', uma das melhores dos Strokes, e essa inédita, que talvez seja a ''Ego'', ou ''2213'', não se sabe ainda. Aos poucos vamos descobrindo.

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Oh No! Johnny Marr fratura a mão e show no Lollapalooza está “na berlinda”
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Lúcio Ribeiro

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Uma notícia pegou de surpresa os fãs do grande Johnny Marr no início da tarde de hoje. Especialmente nós, fãs brasileiros. O virtuoso guitarrista, em turnê de divulgação do seu primeiro disco solo, ''The Messenger'', fraturou a mão direita dia desses, em Londres, após uma queda quando fazia uma corrida.

Marr, que tem show marcado no Lollapalooza Brasil dia 06/04, domingo, 14h20, disse que os shows que ele tem a fazer nas próximas semanas (inclusive o ''nosso'') no momento estão na berlinda. Em comunicado, o músico disse que espera se apresentar em Leeds dias 24 e 25 de março e, em seguida, na América do Sul. Mas que isso vai depender de como ele vai reagir após a retirada do gesso, se vai conseguir tocar guitarra ou não.

Esse clima de tensão que pode culminar no cancelamento do show de Johnny Marr no país segue bem a tradição de zica dos Smiths com o Brasil, já que Morrissey, adoentado, precisou cancelar shows no país no meio do ano passado.

O lance agora é esperar e torcer pela pronta recuperação do Johnny.

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Joy Division renasce com Iggy Pop + New Order, em Nova York
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Lúcio Ribeiro

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Se por um lado o seminal The Stooges resolveu seguir sua vida com o Ariel Pink como vocalista, o grande Iggy Pop segue em outras frentes. O veterano cantor participou do tradicional Tibet House Benefit Concert, que acontece pela 24ª vez, em Nova York. Só que a participação de Iggy veio em caráter especial.

Ele se juntou ao New Order, banda que é uma das atrações do Lollapalooza Brasil mês que vem (domingo, 06/04, às 20h30), e cantou três faixas, duas delas do Joy Division, a banda precursora do New Order, que tinha o perturbado gênio Ian Curtis nos vocais.

Iggy segurou em sua famosa voz dois clássicos da banda de Manchester: ''Love Will Tear Us Apart'' e ''Transmission''. Sobrou tempo para tocar uma raridade da discografia do New Order, ''Californian Grass'', nunca tocada ao vivo antes.

Ficou classudo.

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Cuidando do jardim zoado. Um oferecimento da incrível Courtney Barnett
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Lúcio Ribeiro

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* Lá vem a Popload com a sua musa australiana Courtney Barnett. Lembra-se dela, né? Eu disse por aqui quando o ano começou que ela era uma ''rising star desse rico universo feminino que canta o cotidiano banal de modo lindo''.

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Courtney está numa fase agitada. Anda excursionando por sua terra, a Oceania, depois de trabalhar bastante seu primeiro disco, que na verdade é a junção dos dois EPs que ela tinha lançado independente, transformado no álbum ''The Double EP: A Sea of Split Peas''.

Procurei esse disco NA AUSTRÁLIA no começo do ano, em algumas lojas indies de Sydney e Melbourne (de onde ela é), mas estava es-go-ta-do, só por encomenda. Claro, a tiragem devia ser bem pequena. Mas ainda assim dava a medida da aceitação que estava passando a ter. Desconfio que seus discos, o que tinha, foram todos enviados para o mercado americano e inglês. Eles curtem a menina no underground de lá.

Curtem principalmente pela pérola ''Avant Gardener'', sua música cartão-de-visitas, que, de novo, )''>falei aqui de modo inflamado. Tipo assim: ''Em Avant Gardener, Barnett canta contando que acordou numa segunda-feira besta querendo dar um jeito no quintal da casa, que está um lixo. Repare a volta dela ao tema “jardinagem'' de “David'', hahaha. Ela acha que os vizinhos devem pensar que ela mantém um laboratório de drogas químicas na casa. E resolve dar um jeito nesta tal segunda-feira, um dia de calor de matar na Austrália. O problema é que ela tem problemas de respiração e começa a passar mal''.
(Ah, que delíca o ''cut-and-paste'')

Pois bem, voltemos ao agito em que vive a garota. Barnett se apresenta hoje na bizarra Tasmânia, dentro dessa turnê australiana que faz acompanhando o mitológico músico inglês Billy Bragg. Isso até abril, quando ela toca e canta no Coachella Festival em dois finais de semana e faz alguns shows periféricos na Califórnia.

Antes de tudo isso, a WFUV, rádio pública de Nova York membro da NPR, soltou dois vídeos de performance de Courtney Barnett por lá em fevereiro. Na session, Courtney Barnett canta a obrigatoriamente delicada ''Avant Gardener'', seguida de outra pérola, esta inédita e nova: ''Depreston''.

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Coldplay testa novas músicas no SXSW
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Lúcio Ribeiro

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Uma das bandas britânicas de maior êxito comercial nos últimos anos, o Coldplay está armando seu retorno. Em 19 de maio, a turma do Chris Martin lança ''Ghost Stories'', novo registro sonoro deles, sucessor de ''Mylo Xyloto'', lançado há três anos.

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O grupo foi a principal atração da versão South by Southwest do iTunes Festival, ontem, em Austin. O show serviu para a banda tocar ao vivo quatro das nove faixas do disco novo. Além das previamente conhecidas ''Midnight'' e ''Magic'', os britânicos mostraram ''Always In My Head'' e ''Another's Arms'', que podem ser conferidas abaixo.

* Também tocaram na noite de ontem, pelo iTunes Festival, o Imagine Dragons e London Grammar. Nos próximos dias de SXSW, a agenda do iTunes é esta:

HOJE
– Kendrick Lamar – meia-noite
– ScHoolboy Q – 23h10
– Isaiah Rashad – 22h40

QUINTA
– Soundgarden – meia-noite
– Bandk of Skulls – 22h45
– Capital Cities – 22h

SEXTA
– PITBULL – meia-noite
– ZEDD – 22h45
– GRL – 22h

SÁBADO
– Keith Urban – meia-noite
– Willie Nelson – 22h45
– Mickey Guyton – 22h

* Mais sobre o Coldplay.

* Coldplay no SXSW, setlist
Always In My Head
Charlie Brown
Paradise
Magic
Clocks
Another's Arms
Viva La Vida
Atlas
Every Teardrop Is a Waterfall
Fix You
Midnight

* ''Ghost Stories'', tracklist
01. Always In My Head
02. Magic
03. Ink
04. True Love
05. Midnight
06. Another’s Arms
07. Oceans
08. A Sky Full of Stars
09. O


Jake Bugg “conquista” a América. Ele vai conquistar São Paulo?
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Lúcio Ribeiro

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* O menino-prodígio Jake Bugg, o Robin da música inglesa se você levar em consideração que o Noel Gallagher é o Batman, toca às 19h do dia 6 de abril em São Paulo. O guitarrista, violonista e cantor talentosíssimo com sua voz anasalada conflita no horário com o gigante grunge Soundgarden no Lollapalooza Brasil, em Interlagos.

O show no festival do autódromo paulistano e brasileiro será um bom teste da ''popularidade'' internética de Jake Bugg, versus um artista ''velha-guarda'' conhecido como o Soundgarden para o público roqueiro. Numa terra sem uma cena visível formada como é o Brasil (a nova MTV ninguém vê, os jornais não dão bola e a 89FM só toca o menino porque estão em ''parceria'' com o Lollapalooza), é uma oportunidade de a gente testar gerações, com tudo o que isso implica.

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Na Inglaterra Jake Bi-iu-gi-gi é um pouco consagrado. Já abriu para os Stones em show de verão no Hyde Park. Apenas. E há poucos dias, no final do fevereiro, ele tocou em Londres para um abarrotado Royal Albert Hall, pomposo, com uma plateia de 5.500 pessoas que esgotaram os ingressos rapidamente havia tempos.

Nos Estados Unidos, neste mês, aconteceu uma coisa engraçada para a carreira de Bugg, que acabou de sair da adolescência ao completar 20 anos de idade. Engraçada talvez não seja a palavra correta, enfim. O rapaz inglês tocou no programa pop-bagaceirinho ''American Idol'', dias atrás. Foi o primeiro novo artista a ser convidado para se apresentar lá nesta nova temporada. Bugg, você pode imaginar, não é ninguém no mercado de música americano, embora já leve alguns bons indies para ver seus shows em Nova York, Seattle, Los Angeles, Chicago, lugares assim.

E lá foi Bugg mostrar sua cara e seu jeito inglesão de cantar no ''American Idol''. Desempenhou a bela ''Me and You'', canção de seu mais recente álbum, ''Shangri-La'', já o segundo de sua carreira, lançado há quatro meses e que na melhor das hipóteses fez uma cócega somente na parada da Billboard, nos EUA, assim como o disco de estréia.

O efeito da aparição de Jake Bugg no ''American Idol'' fez ''Shangri-La'' entrar nesta semana que passou no QUINTO LUGAR da parada dos mais vendidos na América. As vendagens do disco nos EUA cresceram em poucos dias 551% em relação à performance do álbum na semana anterior, na Billboard.

Isso na paradona geral. No ''chart'' de álbuns folk, Shangri-la subiu para o número 2. Na parada alternativa, cravou o número 13. No Top Rock Albums, nº 19.

O disco de estréia do Bugg, que leva o seu nome no título, lançado em 2012, voltou das cinzas para a parada da Billboard. Entrou no número 200 no The Billboard 200.

Gosh! O que o ''American Idol'' pode fazer para um bizarrinho (para eles) moleque indie… Adoro essas histórias.

Vamos de três vídeos recentes de Bugg para ilustrar tudo isso acima.
1. um dele ao vivo no Royal Albert Hall em Londres, teatrão suntuoso inaugurado pela rainha Vitória em 1871, para concertos de ópera. Bugg tocando seu hit ''Slumville Sunrise'', com a companhia de um convidado especial: Johnny Marr, dos Smiths
2. Jake Bugg no ''American Idol'' na apresentação que pode ter mudado sua vida. Repare que no passado, o suficiente para os cabelos serem bem diferentes, um dos jurados do programa, o músico country Keith Urban, já havia citado Bugg como ''revelação da música'', num papo de bancada do ''American Idol'', onde ele recomendava ficar de olho no programa. E que foi solenemente ignorado pela jurada Jennifer Lopez, hahahaha. Isso acho que em 2012. Sensacional.
3. Nesta semana, o incrível ''sindicato'' de rádios boas dos EUA, a NPR, soltou uma session de quatro músicas em vídeo (pouco mais de 12 minutos) de Jake Bugg, para a série ''Tiny Desk Concert'', em que um artista toca numa mesa de escritório, com estante de livros atrás e tudo mais. É o outro lado da moeda forte americana. Primeiro uma apresentação de TV num supercenário para milhões e milhões de telespectadores, depois uma sessionzinha numa mesa de escritório para um conglomerado de rádios indies. Para a NPR, Bugg tocou ''Slumville Sunrise'', ''Me and You'', ''Storm Passes Away'' e ''Lightining Bolt''.

Você vai ver o Bugg no Lollapalooza?

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SBTRKT faz uma viagem no tempo e resgata seu próprio passado
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Lúcio Ribeiro

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Projeto sombrio do DJ e produtor Aaron Jeromel, o SBTRKT deve lançar disco novo no segundo semestre. Famoso por remixagens de bandas como Radiohead, Modeselektor e Basement Jaxx, misturando um pós-dubstep fino com um indie dark todo tenso, o SBTRKT chegou a anunciar que soltaria nos primeiros meses do ano singles instrumentais em vinil.

As canções são misturas de materiais antigos com outras faixas não finalizadas desde 2011quando soltou disco homônimo.

Só que Aaron resolveu “acelerar” o processo das instrumentais e soltou logo seis faixas em um novo EP, “Transitions”. Em comunicado, o produtor disse que boa parte das músicas foram escritas ano passado, enquanto estava gravando o segundo disco. “Muitas coisas que lancei antes do meu álbum de estreia são instrumentais e eu quero continuar compartilhando esse tipo de música que faço”, disse ele.

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