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Sub Pop ganha festival em SP em maio: Mudhoney, Metz e The Obits vêm tocar
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Lúcio Ribeiro

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* Touch me, I’m sick!

mudhoney

* O nobre selo indie Sub Pop, que mudou para sempre a história da música independente, vai dar nome a um festival de bandas de seu cast a ser realizado em maio na nova casa de shows Audio (na Água Branca) e puxado pela veterana banda grunge Mudhoney. Sob escolha de Mark Arm, o líder do grupo, vêm também ao país as bandas novas Metz e The Obits, duas grandes apostas do selo indicadas pelo vocalista do Mudhoney.

O SUB POP FESTIVAL em São Paulo acontece no dia 15 de maio. Outras atrações podem ser escaladas, como DJs. Com esta será a sexta visita do Mudhoney ao Brasil. A última vez que tocaram na cidade foi em 2010, na Virada Cultural. Em 2001, na primeira vinda, tocaram inclusive em Goiânia. O canadense Metz fez um dos discos mais legais de 2012, o seu de estreia, “METZ”. A parte roqueira braba da Inglaterra pira nos caras. O Obits é garagem surf punk do Brooklyn, Nova York. Isso já diz muita coisa.

** Os ingressos para o Sub Pop Festival – São Paulo devem começar a ser vendidos ainda em dezembro. A casa de shows Audio abre suas portas com shows para até 3 mil pessoas agora no começo de 2014, provavelmente fevereiro. Um show do Marcelo D2 está armado para acontecer no local no dia 1º/2.

** O festival da Sub Pop SP é uma parceria das produtoras Construtora de Música, de Goiânia, com a Inker, de São Paulo, gente que faz.

** As três bandas da lendária gravadora americana tocam ainda em Goiânia, dia 16/5, como atrações do Bananada 2014.

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Na onda do Nirvana. Livro traz a história de turnê grunge na Europa em 1989
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Lúcio Ribeiro

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* Na onda atual que resgatou o nome do Nirvana aos assuntos pops, por causa da especialíssima reedição do álbum “In Utero”, 20 anos, está um livro bem interessante, que mostra um pouco o que aconteceu com o grupo de Kurt Cobain quando ele era apenas um grupo de som doido de Seattle que estava lançando um bom disco indie por um selo pequeno numa era pré-internet.

“Experiencing Nirvana: Grunge in Europe, 1989”, de Bruce Pavitt, que já foi lançado na internet e nessa nuvem de Nirvana que volta a assombrar a música ganha edição física no dia 14 de novembro nos EUA, retrata uma micro-história do grunge em geral e do Nirvana em particular, diz seu autor. Retrata é o termo: tudo é muito bem ilustrado com dezenas de fotos. E tendo as bandas Mudhoney e TAD como coadjuvantes num certo trecho da turnê pela Europa, que incluiu Londres, interior da Inglaterra, Zurique, Genebra, Roma, Paris, em oito dias.

TAD e Mudhoney eram coadjuvantes em termos, porque quando a turnê foi marcada o Nirvana era a menor das três bandas, tinha menos cartaz. Chegando na Europa, com o primeiro disco (“Bleach”) já lançado, foram ganhando outra importância.

A versão virtual do livro é mais bacana. Tem um mapa interativo das cidades percorridas pela turnê e um digital playlist com 50 músicas de galera da época, da Sub Pop ou do rock americano (Husker Du, Dinosaur Jr, Pixies, Black Flag…) e não só, que as bandas e Pavitt ouviam em baladas ou nas vans durante essa turnê. A versão física promete mais fotos ainda que a virtual.

Acima na foto, um lado interessante do vocalista Mark Arm, durante show do Mudhoney na Inglaterra. No fundo da foto, com uma latinha de cerveja na mão, está um ninguém chamado Kurt Cobain.

Aliás, o autor de “Experiencing Nirvana: Grunge in Europe, 1989”, Bruce Pavitt, é “só” um dos fundadores da Sub Pop, um dos selos mais importantes da história do rock, que iniciou a revolução grunge do final dos 80, começo dos 90. E que deu ao mundo a banda de Cobain, na época com Chad Channing na bateria (Dave Grohl assumiria as baquetas no ano seguinte).

“O Nirvana é a resposta da Sub Pop para os Beatles”, escreveu um jornalista inglês na passagem dessa turnê grunge pela Inglaterra, no semanário “New Musical Express”. Vai vendo. Estamos em 1989. Vai vendo.

Pavitt deu recente entrevista sobre o livro ao site brother Scream & Yell, dá uma conferida.

Algumas fotos do livro, que não tem perspectivas de lançamento no Brasil, estão aqui abaixo.

Em uma estação de trem da Suíça, Cobain liga para a namorada nos EUA para dizer que roubaram sua bolsa com passaporte e tudo

Cobain tomando um capuccino no trem de roma para Genebra, onde iria tocar e quando ainda tinha seu passaporte

Show do Nirvana no lendário Astoria, em Londres

Kurt Cobain em ação em Roma. Ele é a personagem principal do livro de Bruce Pavitt


As raridades do Nirvana, do vídeo alternativo de “Heart-Shaped Box” ao primeiro contrato com a Sub Pop
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Lúcio Ribeiro

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Caiu na net a “versão do diretor” do vídeo de “Heart Shaped Box”. O diretor, no caso, é o renomado Anton Corbijn. O vídeo alternativo de um dos principais hits do Nirvana estará no box de comemoração dos 20 anos de lançamento do “In Utero”, a ser lançado dia 23 de setembro. Eleito na época como “disco do ano” por publicações como LA Times e Rolling Stone, “In Utero” ficou marcado por faixas como essa “Heart-Shaped Box”, “Rape Me” e “Dumb”. A edição de luxo vai incluir nada menos que 70 faixas bônus entre gravações remasterizadas, remixes, faixas demos e materiais inéditos. Junto com o material, será lançado também, na íntegra (em CD e DVD), um dos lendários shows do grupo – “Live and Loud” – realizado em Seattle em 13 de dezembro de 1993, no Píer 48.

A “versão do diretor” para “Heart-Shaped Box” muda especialmente no minuto 3:07. Na versão original, que foi para a TV, a banda continua cantando/tocando de dentro do hospital. Na do diretor, Kurt Cobain aparece deitado no meio de uma plantação, com uma névoa em volta. A mulher gordinha e a menininha vestida de Ku Klux Klan ficam mais tempo na tela, também, enquanto o Kurt tá lá, deitadão.

Esse “director’s cut” já tinha saído em DVD na caixa do Corbijn, mas nunca apareceu na net antes. Abaixo, o vídeo original e o alternativo.

* Seguindo essa onda de raridades sobre a maior banda norte-americana dos últimos tempos, a gravadora Sub Pop divulgou o primeiro contrato do Nirvana, assinado em 1988, pela bagatela de “600 dólares bem gastos”. Pela banda, assinaram Kurt Cobain, Krist Novoselic, Jason Everman e Chad Channing. Na época, o grupo era um quarteto e não contava com Dave Grohl. A papelada previa o lançamento de três discos pela gravadora. O primeiro álbum lançado pelo Nirvana foi “Bleach”, em junho de 1989. Aí, descontente com o trabalho feito pela Sub Pop, o grupo assinou em 1990 com a major Geffen, pela qual lançaria “Nevermind” pouco tempo depois.


Comemorando 25 anos, Sub Pop manda o Mudhoney para as alturas
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Lúcio Ribeiro

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Uma das maiores e mais importantes instituições da história da música, a gravadora Sub Pop, que um dia deu ao mundo um tal de Nirvana, continua celebrando seus 25 anos de existência e grandes serviços prestados.

O evento da vez consistiu em pegar o veterano Mudhoney para tocar no topo da torre Space Needle, principal ponto turístico da cidade de Seattle, que tem só 184 metros de altura.

O grupo liderado pelo grande Mark Arm tocou durante meia hora e o show foi transmitido pela rádio indie local KEXP. A apresentação também foi mostrada em vídeo via internet e disponibilizada na íntegra.

Sente o drama. O show começa no minuto 20, mais ou menos.


Sub Pop nota 1000
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Lúcio Ribeiro

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Patrimônio histórico da cultura pop, o cultuado selo Sub Pop é um dos grandes nomes do Record Store Day, evento criado por donos e funcionários de lojas de discos nos Estados Unidos na década passada, que tem como ideia principal estimular o consumo de música através de mídias físicas e ajudar pequenas lojas que vendem discos a continuar no mercado, algo tão incomum nos dias de hoje. O RSD acontece sempre no terceiro sábado do mês de abril desde 2007.

A grande notícia do Record Store Day é que diversos artistas de todos os tamanhos, desde o Friendly Fires ao David Bowie, lançam materiais exclusivos e inéditos, em versões prensadas geralmente em vinil com tiragens limitada, comercializadas nos balcões da loja. O movimento hoje em dia é tão absurdo que o padrinho do projeto, neste ano, é Mr. Jack White, um dos maiores entusiastas do movimento.

A Sub Pop, claro, não poderia ficar de fora dessa espécie de festa da música. O histórico selo ajudou, via Nirvana, a transformar o indie em mainstream, pelo menos por um momento. Sem nunca se deslumbrar com isso. Na verdade, a Sub Pop até estourou primeiro que o Nirvana, para os olhos ingleses, quando Seattle entrou no mapa da música.

Para o RSD deste ano, a Sub Pop armou uma coletânea intitulada “Sub Pop 1000”, uma referência à primeira compilação do selo, “Sub Pop 100”, lançada em 1986, que incluía, por exemplo, uma música de uma banda nova da época, uma tal Sonic Youth. A coletânea “200”, lançada dois anos mais tarde, tinha Soundgarden, Mudhoney e Nirvana,.

Nesta “Sub Pop 1000” que será lançada no próximo sábado (20), o selo americano selecionou 10 bandas “novas e vitais” na música de hoje ao redor do mundo. Além de grupos dos Estados Unidos, o disco tem representantes musicais da Argentina, Austrália e Itália. As bandas serão atrações do Sub Pop’s 25th Anniversary Festival, que acontecerá dia 13 de julho, de graça, em Seattle. Serão comercializados 5 mil vinis no total, sendo 3.500 no RSD, 500 entre as bandas participantes, 500 no site SubPop.com e outros 500 no festival.

A Sub Pop liberou a audição da compilação na íntegra através da plataforma Advance, da bíblia indie Pitchfork.

“Sub Pop 1000”, o tracklist:
Lado A
01. His Electro Blue Voice “Kidult” (Como, IT)
02. Chancha Via Circuito “Lacandona” (Buenos Aires, AR)
03. Protomartyr “French Poet” (Detroit, MI)
04. Lori Goldston “Tangled North” (Seattle, WA)
05. Iron Lung “A Victory for Polio” (Seattle, WA; San Francisco, CA)

Lado B
06. Soldiers of Fortune “Money” (Brooklyn, NY)
07. Peaking Lights “Subterranean Brainblow” (Los Angeles, CA)
08. Ed Schrader’s Music Beat “Radio Eyes” (Baltimore, MD)
09. My Disco “Guided” (Melbourne, AU)
10. Starred “Doomed” (Los Angeles, CA)


Oh, no! Lá vem o Mudhoney
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Lúcio Ribeiro

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* Touch me I’m sick!

* O lendário grupo grunge Mudhoney, de Seattle, que inclusive deu ao mundo esse termo “grunge” e foi um dos pilares do movimento logo abaixo do reluzente Nirvana, vai lançar disco novo. “Vanishing Point”, o nono álbum de estúdio desde o final dos anos 80, sai, ÓBVIO, pela gravadora Sub Pop, um dos selos musicais mais reconhecíveis de todos os tempos. Para isso, a banda do figuraça Mark Arm, que trabalha na gravadora em algo como “diretor de estoque de produção”, resolveu lançar um vídeo-teaser bacana e bem… Seattle. Quem se importa se o Mudhoney não é mais relevante?

A coisa do “teaser” é a mais nova moda musical moderna contemporânea, né? Está todo mundo usando. E por que não o grande Mudhoney?

Nesta época tão famosa do “EU EU EU” descarado do Twitter, não posso falar de Mudhoney sem lembrar o show que vi deles em Londres, em agosto de 1991, no Astoria. Senta para ler isso. E repare bem na data.
O “som de Seattle” estava bombando cabeludo no underground inglês, o Nirvana não tinha ainda lançado o “Nevermind” e era uma semana antes do famoooooso Reading Festival 1991, onde QUASE TUDO começou. O show de abertura daquela noite de Astoria era de uma tal de Hole, banda americana que diziam ter uma vocalista muito louca chamada Courtney Love, que tocaria de babydoll rasgado e entre músicas ficaria fazendo citações dos Smiths antes da porradaria punk das canções dela comer. Aí entrou a “atração principal” o Mudhoney, dona de um hit nos clubes ingleses da época, essa “Touch Me I’m Sick”, que quando começava a tocar era preciso correr das pistas, sob o risco de ser atropelado ou espancado pela galera maluca com a música. Tinha o perigo de levar uma cabeçada, também. Você pode não acreditar, mas naqueles tempos de comecinho dos anos 90 pré-“Smells Like Teen Spirit” o novo rock era feroz e na pista dançava-se com a cabeça (!!).
Era o primeiro show do Mudhoney dos dois seguidos que a banda faria no período, em Londres. Parecia que o “acontecimento” chegava à capital inglesa com o seguinte aviso subliminar: “Atenção, povo inglês. Esquece Stone Roses, Happy Mondays e esconde esses ecstasy. O bicho vai pegar e os americanos chegaram para conquistar tudo”.
Na platéia, Kurt Cobain, Dave Grohl e a povo do Sonic Youth, que iam tocar no Reading Festival. Dizem que o Iggy Pop estava também, eu não vi. Daí eu tava lá na frentão, esperando o show começar. O Mudhoney entrou e foi aquela algazarra quase-violenta, sem os caras tocarem nem mesmo um acorde. Daí, de imediato, Mark Arm foi ao microfone e disse logo: “A gente vai começar o show logo com essa música para vocês não encherem o nosso saco”. E pintou o primeiro crunch da guitarra distorcida que introduz a música. Se eu não morri neste dia, não morro nunca mais.

* Mark Arm, I love you.

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Vídeo do Ano? WASHED OUT – “A Dedication” (julgando o vídeo pelo gato)
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Lúcio Ribeiro

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* Demorou mais de um ano, mas saiu o vídeo para a linda “A Dedication”, dream-pop sensível do mais sensível ainda Ernest Greene, o homem por trás do WASHED OUT. A música é do seu álbum de estreia já pela SubPop, o “Within and Without”, lançado em julho do ano passado.

* Mas nem é pela música fofa-melancólica, nem pelo cenário bucólico do casal no lago, ou pela cara de tédio de fim de férias, nem pela cabana abandonada com um piano na varanda ou a cena do lava a jato… Tudo nesse vídeo do Washed Out é perfeito. Mas nada bate o gatinho. Aceite.

WASHED OUT – A DEDICATION:

* O diretor é o gênio Yoonha Park, o mesmo que fez o vídeo doidão da banda Bear In Heaven, com uma versão lisérgica para o filme “Pretty Woman”(!?!)…

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O maravilhoso Father John Misty e seus vídeos com a mulherada
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Barcelona. De clube em clube já e o Sónar nem começou. Ai, ai.

* Em março, no South by Southwest, em Austin, sacrifiquei uns minutos do show do Jack White para ir dar uma espiada, em um bar ali pertinho, na apresentação do Father John Misty. Já falei dele aqui. É o grupo-projeto do incansável guitarrista americano Josh Tillman, que era baterista do Fleet Foxes e largou a banda no começo do ano para assumir essa história de Father John Misty. Eu disse, no título de um post dedicado a ele, que Tillman era uma espécie de “encontro de Dave Grohl com o Fleet Foxes e o ‘Funeral’, do Arcade Fire. Tudo isso, mas nada disso”.

O “Funeral” do Arcade Fire, nesta composição Father John Misty, era por causa da música funérea dele, de vídeo ótimo também, chamada “Hollywood Forever Cemetery Sings”, maravilhosa, uma das grandes canções deste ano. E, com o cara tocando no quarteirão que eu estava no Texas, não podia perder, nem que fosse um pouquinho só do show.

Dei sorte, e o FJM tocou exatamente essa música quando cheguei. E uma outra, “Nancy From Now On”. Conheci essa última ali no show. O nome Nancy, como ele cantava, não saiu da minha cabeça naquele dia e fiquei de olho nela, para quando eu comprasse-baixasse o disco. O engraçado é que, quando cheguei ao bar em que ele tocava, todo esbaforido (eu), pensei estar no lugar errado. O Father John Misty que eu tinha ideia era o cabeludão-barbudão típico do folk-florestal do Fleet Foxes. E lá estava um cara sem barba e cabelo curto. Mas era ele.

O Father John Misty não tem muito de folk, como o FF. Ou, quando tem, pesa mais para rock, mesmo. Mas geralmente são canções solitárias, lindas, baladaças de jeca dos rincões americanos, mesmo ele sendo de Seattle e tal.

Bom, tuuuuuuuuuuuuuuudo isso para dizer que tava lendo aqui uma revista de música que me deram no QG do Sónar e tinha lá o Father John Misty. Ele tocou aqui em Barcelona, há duas semanas, no festival Primavera Sound, na versão sem banda. Era ele e a guitarra. O cara da revista que escreveu a resenha disse tipo assim, como deu para captar com meu portunho ruim: “Eu posso estar enganado ou, na hora do show, estava emocionado com outras coisas, mas achei o show do FJM um dos mais tocantes que eu vi na vida.”

É mais ou menos isso, haha.

Daí, como negligenciei um pouco essa paixãozinha pelo Father John Misty e seu álbum, “Fear Fun”, que saiu agora em maio pela Sub Pop, fui fuçar coisas e achei dois lindos vídeos recentes dele, pós-março, um exatamente essa incrível “Nancy From Now On”. E o de “This Is Sally Hatchet”, outra música absurda do disco. Os vídeos são todos estilosos, cinemáticos, dramáticos. E o cara, vou dizer, até pelo nome das músicas, tem uma certa fixação por mulheres, viu?

Então seguem os vídeos de “Nancy” e “Sally” e o Father John Misty cantando “Nancy”, ele e a guitarra dele, no Primavera Sound, aqui em BCN, há duas semanas.

PS: com o vídeo de “Nancy” eu descobri o que aconteceu com o cabelo e a barba do Father John Misty.

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Father John Misty. O encontro de Dave Grohl com o Fleet Foxes e o “Funeral”, do Arcade Fire. Tudo isso, mas nada disso
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Lúcio Ribeiro

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* Se nada der errado, a Popload estará cobrindo o próximo South by Southwest, a maior vitrine de bandas novas em forma de festival de música. Acontece na incrível Austin, Texas, com 2 mil bandas tocando cinco dias por 80/90 bares da cidade. Se a música independente tem um paraíso na Terra, esse é em Austin, neste período de SXSW.

Muito bem. De todas as atrações da edição de 2012 que estou mais ansioso para ver, tem uma que eu nem esperava querer tanto: FATHER JOHN MISTY. Este nome incrivelmente indie-folk americano é a banda-projeto de Josh Tillman, ou apenas J. Tillman, uma espécie de Dave Grohl do pós-rock.

Tillman era até pouco tempo o baterista do grupo Fleet Foxes, de Seattle, que eu nem nutro muita afeição assim. Aí o cara largou o FF para cuidar desse seu lado Father John Misty. Como guitarrista e vocalista. Talvez mesmo porque sua voz e sua guitarra sejam incríveis. Adeus, Fleet Foxes e o “folk florestal”.

A carreira solo de Tillman, na verdade, é vastíssima, cheia de discos, apresentações etc. Mas essa “persona” Father John Misty estreia mesmo no dia 1º de maio, quando o primeiro álbum “Fear Fun” sai pela Sub Pop. Como diz Tillman, explicando seu novo projeto, “ele tem totalmente minha cara, mas não tem nada a ver comigo”.

O disco, lindo, lindo, já está há uma semana na internet.

No começo do ano as rádios americanas desembestaram a tocar a maravilhosa “Hollywood Forever Cemetery Sings”, que seria a primeira música do Father John Misty, o primeiro single e vídeo. Agora há um mistério que a música, uma das canções do ano, não vai estar na versão final do disco cheio, que sai em maio. Enfim. Na cópia que eu peguei na internet, por exemplo, ela não estava.

* “Hollywood Forever Cemetery Sings” é um folk que mistura raiva e lamento na mesma medida alta. Segundo Tillman, a idéia da música consiste na bagunça que é lidar com a felicidade de estar vivo e a tristeza de alguém próximo morrer. A música, tal qual o álbum “Funeral” do Arcade Fire, é um assombro musical da morte. Contos de velório.

* O belo vídeo, sobre a garota da música que tem um surto depois de atender a um funeral de um amigo, é estrelado pela foooooofa Aubrey Plaza, da série de TV bacaníssima “Parks and Recreation”. Aubrey também frequentou o espertíssimo filme “Scott Pilgrim contra o Mundo”, fez par com Seth Rogen e já apareceu na série “Portlandia”. A menina não é fraca. Tillman aparece no final do vídeo para carregar a surtada Aubrey embora.

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