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Arquivo : julho 2013

O grande sonho de David Lynch
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Lúcio Ribeiro

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* Um dos seres mais geniais e perturbados da história da cultura pop, mais notadamente em cinema e TV, promete ser nome cada vez mais bem falado na música neste 2013.

O grande David Lynch lança na próxima segunda-feira, 15 de julho, seu novo disco. “The Big Dream” é a segunda aventura musical do renomado diretor de cinema e TV e chega como sucessor de “Crazy Clown Time”, álbum de estreia lançado em 2011.

Com 13 faixas, “The Big Dream” tem homenagem a Bob Dylan (com a cover de “The Ballad of Hollis Brown”) e participação especial da cantora indie Lykke Li.

A plataforma de streaming Advance, da bíblia musical Pitchfork, já liberou o disco para audição. Vamos ficar de olho no grande sonho do Lynch, quase sempre uma tarefa nada simples.

* Tracklist.

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Os Stones no Hyde Park sábado passado. E os Stones no Hyde Park em 1969
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Lúcio Ribeiro

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* Afogando em números. Com Mick Jagger completando 70 anos neste mês, com o lendário parceiro Keith Richards tendo 69 e o mais velhos deles, Charlie Watts, batendo baquetas aos 72, os Stones se apresentaram para 65 mil pessoas no majestoso Hyde Park, em Londres, sábado passado, lugar onde retornou depois de famoso show em 1969, ou seja, 44 anos atrás.

O show de 69 foi todo histórico. Pelo ano, 1969, pelo momento filosófico da juventude da época, por ter sido de graça numa ocasião em que a banda, ainda de moleques, “disputava” a preferência da galera “apenas” com os Beatles e porque o guitarrista e tecladista Brian Jones havia acabado, dois dias antes, de ser encontrado morto boiando em uma piscina. Jones era fundador dos Stones e, diz a história, mais “responsável” pela banda do que o próprio Mick Jagger. Tinha 200 mil pessoas no Hyde Park em 1969, contam. E Jagger cantou trajado com um camisão de mulher, tipo vestido, branco. Ok?

Muitos e muitos e muitos anos depois, sábado passado, eis os Stones se apresentando de novo no Hyde Park, no verão inglês. Uma semana depois de ser a grande atração do festival de duas mil atrações Glastonbury.

Já foi simbólico eles começarem o show com “Start Me Up”, para uma banda de 50 anos e integrantes setentões. Lindos. Daí, em “Honk Tonk Women”, Jagger veio ao palco com um roupão meio vestidão branco. Tipo em 1969. Aí foi ao microfone e disse: “Achei isso jogado lá atrás, no backstage”. Gênio.

Li que em um momento do show Jagger perguntou à audiência: “Alguém aqui esteve aqui no show de 1969?”. Tiveram uns gritinhos afirmativos em alguns lugares da plateia. “Bem-vindos de novo. Muito bom vê-los novamente”, mandou o cantor dos Stones, numa conversa surreal de tão boa e verdadeira.

Abaixo, temos “Honk Tonk Women”, do show de anteontem em Londres, e o show TODO dos Stones em 1969, no mesmíssimo Hyde Park. Histórico ou o quê?

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O novo tiro do Madrid
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Lúcio Ribeiro

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* Outra banda que nasceu bonita e cresce e cresce é a brasileira Madrid, uma banda de São Paulo e Paris que canta em inglês. Comprende?

Formação a partir da dupla Adriano Cintra (que mora em SP) e Marina Vello (que vive na França), ex duas bandas bagunceiras hoje uma banda “séria” em que o piano manda (mas a guitarra começa a aparecer bem), o Madrid está soltando faz um mês e esporadicamente canções nova em seu Soundcloud. No final dessa soltura toda vai vir um EP de seis músicas a ser lançado digitalmente em breve.

Nesta manhã, foi lançada a quinta dessas seis músicas, o arraso “I Shot Him with a Shotgun”. Que é exatamente assim:

* Quando o Madrid lançar a sexta música, “Truth Lips Are Sealed”, e completar o EP, a gente volta a falar deles. A imagem lá em cima é de Cassia Tabatini.

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Arctic Monkeys transformando um pequeno hit velho em novo clássico
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Lúcio Ribeiro

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* Já falamos aqui da apresentação espetacular (para variar) da banda inglesa Arctic Monkeys no espetacular Glastonbury, o principal festival de música do planeta, inserindo aí o Popload Festival, o Popload Gig, o Coachella, o Sasquatch, o Pitchfork Festival e todos esses festivais lindos. Inclusive já reproduzimos o show todo, em vídeo, e tudo mais. Mas é que queria voltar ao assunto por causa de uma música em particular.

O Arctic Monkeys, que nasceu explosivo e incrível, consegue envelhecer melhor ainda, repare. Da primeira vez que eu os vi ao vivo no South by Southwest em 2006, o famoso primeiro show nos EUA, em que subiram ao palco de moletom e capuz na cabeça, até agora, quando Alex Turner carrega um Glastonbury nas costas tocando de terno, essa molecada de Sheffield é um brilho só.

Daí que, então, no Glastonbury, há pouco mais de uma semana, Alex Turner chamou a atenção para uma velha música que eles quase nunca tocavam. E perguntou se o público do Glasto queria ouvi-la. Chamou uma galera com instrumentos de corda, empunhou um violão e mandou o velho hit-não-tão-hit “Mardy Bum”, música linda do primeiro álbum.

Ficou grandiosa. Ficou clássica. Tipo Arctic Monkeys em momento Oasis tocando para 250 mil pessoas.

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O Franz Ferdinand agindo direito
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Lúcio Ribeiro

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* Bem, já soltamos várias músicas do disco novo, fomos ao show secreto de Londres sexta-feira passada e agora temos aqui o primeiro vídeo da volta do Franz Ferdinand, banda escocesa das prediletas da casa. O lado visual “corpo humano/tabela periódica” colorido de “Right Action”, o delicioso primeiro single do quarto disco do grupo de Alex Kapranos, traz “tchurus”, letra, dancinhas. Será que um dia a gente vai conseguir cansar do Franz Ferdinand? Acho difícil…

“Right Action”, a música que abre o álbum “Right Thoughts, Right Words, Right Action”, sai em single dia 19 do mês que vem, uma semana antes do disco cheio.

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Franz Ferdinand toca para 100 pessoas ontem em Londres. Metade era de… brasileiros!!
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Lúcio Ribeiro

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* E a Popload conseguiu entrar no disputadíssimo show “intimista” do Franz Ferdinand em um pub ontem para 100 pessoas, em Londres. A apresentação, anunciada pela banda na quinta pelo Facebook, serviu como teste para o grupo escocês treinar ao vivo as músicas de seu próximo álbum, “Right Thoughts, Right Words, Right Action”, que sai em agosto. O lugar abrigava 100 pessoas e as entradas só foram vendidas na porta.

O Victoria Pub, em Dalston, o velho-novo-bairro-“da-moda” na cidade, foi uma atração à parte. Daqueles pubs antigos e bem tradicionais, o bar tem uma clientela fixa de imigrantes de Camarões, país do dono do estabelecimento. Ou seja, ali entre os 100 fãs do FF (praticamente metade era de brasileiros!!), e no meio da discotecagem da banda Veronica Falls, abrindo a noite, tinha um grupo de senhores comendo mandioca frita (!!!) e vendo jogo de tênis na TV.

A abertura e surpresa da noite foi o show da banda inglesa de rock psicodélico Telegram, que parecia uma mistura de Tame Impala com The Horrors. Isso fica bom, sério. Brasileirada já à postos na beira do palco e nem bem a banda entrou já dava para ouvir “Brasil! Brasil!”. Alex Kapranos ouviu, comentou e zoou, claro (brincadeira interna com o “ocorrido” no Brasil há algum tempo? haha)

Em um lugar do tamanho da Funhouse, no máximo, o show não tinha como dar errado, e a banda deixou alguns dos hits dos primeiros discos para testar mais as músicas novas. Abaixo, tem a abertura de show, o novo hit “Right Action”, e um dos clássicos do quarteto de Glasgow, a música “The Dark of the Matinée”, de 2003, dez anos atrás.

Relato, fotos e vídeos: Ana Bean.

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Venda de ingressos para o XX no Popload Festival começa à 0h hoje (amanhã). Com um belo desconto e um pequeno porém…
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Lúcio Ribeiro

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* Candidata a show do ano, desculpe a sinceridade, a cultuada banda inglesa XX se apresenta dia 26 de outubro em São Paulo, como atração principal do Popload Festival, uma versão mais turbinada do Popload Gig. Mais três bandas, atração gringa no meio, devem ser anunciadas ainda em julho. Ou agosto. O evento vai ser um show-balada a ser realizado no HSBC Brasil, neste último sabadão lindo de outubro.

Quando foram anunciados o XX, o Popload Festival, o XX NO Popload Festival, na madrugada de terça, foi um alvoroço louco, bombação no Facebook, retuitadas mil varando a noite.

Eis que hoje à noite, na verdade amanhã, à 0h desta sexta-para-sábado, hoje para amanhã, começam a ser vendidos os ingressos. Em PRÉ-VENDA, para clientes HSBC, que têm 25% de desconto. Limite de quatro ingressos por cartão.

A venda será feita via http://hsbcbrasil.com.br/ e pontos de venda listados no site da casa.

A venda GERAL começa na próxima segunda-feira à noite, já à 0h de terça. Entendeu?

Você ouviu o remix que o Jamie XX fez para “Sunset”?

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Wilco, em turnê com o Bob Dylan, fazendo o Neil Young
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Lúcio Ribeiro

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Depois de estrelar seu próprio festival mês passado, reverberado aqui na Popload, quando fez um show só de versões covers (27 no total), o Wilco caiu na estrada para retomar a turnê especial “AmericanaramA” junto com o My Morning Jacket e o Bob Dylan.

A primeira apresentação dessa nova perna da tour iniciada em abril foi em Tuscaloosa, na última quarta-feira. Ao lado do My Morning Jacket, o Wilco fez uma incrível versão para “Cinnamon Girl”, um dos principais clássicos do rico catálogo da lenda Neil Young. A turnê tem mais ou menos 20 shows daqui até 4 de agosto, em São Francisco.

* O que cada banda tocou:

Wilco
Handshake Drugs
Wishful Thinking
I’ll Fight
I Am Trying to Break Your Heart
Pot Kettle Black
Less Than You Think
Art of Almost
Far, Far Away
Hesitating Beauty
Born Alone
Cinnamon Girl (Neil Young cover with My Morning Jacket)
Jesus, Etc.
Impossible Germany
I’m the Man Who Loves You
Dawned on Me

My Morning Jacket
Tonite I Want to Celebrate With You
Circuital
Evil Urges
Anytime
Wonderful (The Way I Feel)
The Bear
Dondante
I Think I’m Going to Hell
Victory Dance
Wordless Chorus
Gideon

Bob Dylan
Things Have Changed
Love Sick
High Water (For Charley Patton)
Soon After Midnight
Early Roman Kings
Tangled Up in Blue
Duquesne Whistle
She Belongs to Me
Beyond Here Lies Nothin’
A Hard Rains A-Gonna Fall
Blind Willie McTell
Simple Twist Of Fate
Summer Days
All Along The Watchtower
Ballad Of A Thin Man


Tame Impala no Glastonbury, o show todo. Tame Impala no Rio, em outubro
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Lúcio Ribeiro

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* A plataforma de ativação de galera Queremos lançou ontem à noite a possibilidade de os cariocas garantirem a realização em outubro, na quinta-feira 17/10, Circo Voador, a apresentação linda da banda australiana bombator TAME IMPALA. O show deve mesmo rolar, porque horas depois do anúncio do crowdfunding (400 ingressos coomperativos para fazer o show rolar, a R$ 80 cada), perto da metade já foi consumido. Deve rolar, deve rolar.

O Tame Impala veio ao Brasil no ano passado, trazido pelo Popload Gig, na iminência de “estourar”, pouco antes do lançamento do estrondoso “Lonerism”. E já foi aquele fuzuê. Imagina desta vez…

Uma ideia de quão viagem está o show deles de agora pode ser visto abaixo, já que apareceu o SHOW TODO realizado no megablaster festival inglês Glastonbury, no final de semana passado. Olha que beleza.

Veja logo antes que tesourem os vídeos.

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All my friends. Beck, Jarvis Cocker, Franz Ferdinand, os poetas e a Popload ontem em Londres
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Lúcio Ribeiro

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* O Melhor do Twitter, você sabe, está gozando férias. No momento, ele se encontra vendo shows em Londres. Se mais uma vez ele vai faltar na Popload hoje, pelo menos fica mandando relatos legais de shows incríveis. Tipo este:

* No ano passado, Beck lançou um “disco” que não foi ouvido por ninguém. O “Song Reader”, na verdade um livro lindo de capa dura, vinha com 20 partituras prontas para serem executadas pelos fãs, da maneira como eles quisessem interpretá-las. No site do projeto você pode ouvir e ver versões ecléticas de músicos do mundo todo. Apesar da maioria das versões caírem para o folk, arranjos e outros instrumentos são “opcionais”, fazendo com que cada uma das versões nunca seja igual à outra.

No show realizado ontem, no Barbican, em Londres, a ideia era mais ou menos essa. Enviar uma partitura para cada banda/artista e deixar que eles criassem uma música em cima daquilo escrito pelo Beck, mas com arranjos e intervenções necessários. Assim como quem compra o livro-álbum, nenhuma banda convidada tinha ouvido ou tocado nenhuma daquelas músicas antes, e não puderam ter contato com o Beck, que só ouviu tudo ali no dia, durante as passagens de som. Foram três dias de ensaios e pronto. Convidados como Jarvis Cocker (!), Franz Ferdinand (!!), Charlotte Gainsbourg (!!!), Joan As Police Woman, Guillemots, Beth Orton, The Irrepressibles, Conor J. O’Brien, The Pictish Trail entre outros, e o próprio Beck, claro, se revezaram tocando o álbum na íntegra com o apoio de uma banda fixa de quinze músicos (!!!!) no palco.

Tirando duas músicas tocadas no começo do ano em um show na Califórnia, Beck nunca havia tocado as canções do “Song Reader” ao vivo. Ele se recusava a fazer isso, na verdade. Segundo ele, a ideia era que quem tivesse a partitura em mãos se apropriasse dela. Um dos métodos mais antigos de lançamentos de música de que se em notícia (era assim que as eram distribuídas antes da invenção da música gravada), ironicamente ele também reflete a geração de hoje: seria o “do it yourself” levado ao pé da letra. O show contou com quatro intervenções no estilo “spoken word” de escritores britânicos, entre eles o sensacional poeta-punk John Cooper Clarke. Luke Wright, jovem e sarcástico poeta inglês, conseguiu resumir todo o projeto nos 4 minutos do seu discurso. Aos berros, como se estivesse liderando uma passeata na Paulista, implorava para que o mote “punk” dessa (a sua e a dele) nova geração seja não o do “Faça você mesmo” e sim, “Faça seu próprio entretenimento”. “Não compre música, faça música”, berrava. Make Your Own Entertainment. Recado dado.

O show foi dividido em duas partes, com dez músicas e dois manifestos “spoken word” em cada bloco, mais um bis. Os quinze músicos da banda fixa ficaram no palco o tempo todo, enquanto os convidados célebres entravam um a um. Assim como no livro, cada música tinha uma capinha-pôster correspondente, que ficava exposta no telão. Jarvis Cocker era a atração mais esperada e fez uma das versões mais bonitas, cantando “Why Did You Make Me Care?”. Mal acostumado a não ter toda a atenção só para ele no palco, foi o primeiro a se dirigir e a se apresentar (como se precisasse) à plateia. A maioria dos artistas simplesmente entrava, tocava e saía. Mas, como um bom Jarvis, náo só se apresentou como pediu que todos gritassem pra ele. Básico. 🙂 Assim como no site, as versões pendiam para o folk-country, mas todos deixaram as músicas com cara de músicas próprias. As duas tocadas pelo Franz Ferdinand (“Saint Dude” e “Leave Your Razors by the Door”) pareciam mesmo músicas novas da banda, com cara de “hit-Franz”.

A mesma música “Saint Dude” foi também executada pelo Guillemots, justamente para mostrar como cada um via e entendia a missão que tinha recebido. Foram duas performances completamente diferentes. Performáticos e com uma versão megateatral e interativa para “We Wear Cloaks”, o idolatrado (aqui) grupo humorístico The Mighty Boosh acabou sendo um dos mais aplaudidos, ironicamente (vishe Jarvis!), “abrindo” para Beck.

“Vai ser difícil bater isso”, disse o dono da noite, entrando só depois do intervalo para três músicas seguidas, acompanhado de uma (muito) tímida Charlotte Gainsbourg – escolhida a dedo por ele – que de tão nervosa mal descruzou os braços. Para encerrar, o palco do Barbican, não se sabe como, conseguiu acomodar TODAS as bandas (mais a big band de fundo) ao mesmo tempo, para a música final e para o bis, cantando a versão-Beck para “Rough on Rats”. Emocionante e bizarro ao mesmo tempo, principalmente quando você vê um Mighty Boosh com chifres de diabo abraçando a Charlotte Gainsbourg, que conversava com o Jarvis enquanto ele combinava alguma coisa com o Alex Kapranos e…

Com tanta pompa e tanto milhares de libras em cima daquele palco, dá para entender por que foi uma apresentação única, mas bem que uma versão mais compacta do projeto, envolvendo alguns artistas locais, até, poderia se espalhar por outros países. Hein? Hein?

Alguns vídeos. Não estão lá naqueeeeela qualidade, mas…

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