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20 anos. O dia em que o Nirvana tocou em São Paulo. E o que o Dave Grohl disse à Popload sobre o show alguns anos depois
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Lúcio Ribeiro

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* A internet está lembrando. Hoje completa 20 anos que o Nirvana tocou no Morumbi, em São Paulo. Se você juntar as palavras “Nirvana”, “São Paulo” e a data “1993”, dá para imaginar o PANDEMÔNIO tudo o que cerca uma banda daquelas, naquela época, neste lugar, no exato momento de uma revolução musical causada por ela própria. Dá para imaginar o que foi aquele show, de uma das bandas mais comentadas no mundo, nos jornais, revistas, rádios, na MTV quando a MTV era a MTV, de repente, no auge dos auges, aqui em SP.
Mas quem esteve lá deve concordar comigo: não dá para imaginar.

Já contei um pouco desta história do “Show do Nirvana em SP” algumas vezes. Uma delas foi quando o concerto fez 15 anos. Agora, aos 20, para o leitorado itinerante, conto de novo, com as mesmas palavras da velha Popload, ainda no iG.

Trago no texto o depoimento de Dave Grohl, em entrevista a mim numa certa ocasião em Miami, já nos tempos do Foo Fighters, falando todo empolgado do tal show do Nirvana em São Paulo, que ele considera inesquecível pela loucura que foi.

E foi mais ou menos assim:

O baixista Krist Novoselic beija Kurt Cobain durante o show do Nirvana no Morumbi, em 1993. A foto é do grande Paulo Giandalia, para a Folha


1. Nirvana, Morumbi, 16 de janeiro de 1993, festival Hollywood Rock.

Essa mitológica apresentação do Nirvana em São Paulo, em janeiro de 1993, é tida pela banda como a mais desastrosa da carreira do grupo de Kurt Cobain. A crítica musical brasileira malhou. Mas ninguém da platéia estava nem aí para isso. Gente do Nirvana disse à época que foi o maior público para o qual o grupo se apresentou. O show foi uma ZONA, mas o Nirvana tinha acabado de deixar a música pop uma zona, de qualquer modo. Então fazia sentido. A palavra que eu mais gosto de utilizar para definir esse concerto é: CATARSE. Ver o Nirvana, naquele instante, aqui em São Paulo, era como ver os Beatles em San Francisco em 1966. Estar no Morumbi naquela noite parecia ao mesmo tempo que algo novo estava começando na vida de todo mundo, mas que também parecia ser o fim de tudo. Eu, que não sou de chapar em bebida, vi o show completamente atrapalhado, na frente do palco, no meio da muvuca. No outro dia, meu corpo doía. Eu estava inteiro roxo.

Até hoje, 20 anos depois, recebo emails de gringos ingleses e americanos querendo detalhes do dia em que Kurt Cobain subiu ao palco fora de órbita no Morumbi. Imagino que seja o show de rock mais procurado do mundo, talvez porque é o que menos se tem imagens. Já me ofereceram 500 dólares por uma fita que contivesse o show, porque uma vez surgiu o boato de que eu tinha uma cópia. Mas não. Amigos meus já vasculharam os arquivos da Globo e da MTV, mas esse show nunca apareceu. A Globo transmitiu ao vivo o show do Rio, na semana seguinte, então esse tem fácil. Comprei a fita dele em Camden Town, em Londres. Apresentação da Maria Paula. Reportagens de Maurício Kubrusly. Mas o do Morumbi… Teoria da conspiração roqueira total.

Na internet, até um tempo atrás, tinha uns 10 minutos de imagens, apenas. No famoso vídeo/DVD oficial “Live! Tonight! Sold Out!” tem cenas do show no Morumbi. Traz a antológica apresentação da banda no palco, feita pelo João Gordo, que introduziu o trio gritando: “E com vocês, a maior banda underground de todos os tempos. Nirvaaaaaaaaanaaaaaaa”.

Grohl, Cobain e Novoselic posam no banheiro do Morumbi, momentos antes de o grupo ir para o palco e fazer o histórico show do Hollywood Rock, em janeiro de 1993. Foto: Joe Giron/Corbis

O show todo foi doido, esquisito, estranho e, talvez por tudo isso, maravilhoso. Kurt Cobain estava fora de si, chapadão, devagar demais. Engatinhou no palco, quebrou tudo, se vestiu de mulher. Quando o Nirvana começou sua performance com “School”, na plateia, parecia que o mundo ia acabar. No palco, Kurt Cobain estava com rotação alterada, e Krist Novoselic e Dave Grohl estavam desesperados. O show continuou caótico. “Smells Like Teen Spirit”, com Flea dos Chili Peppers no trompete, quase não saiu. Em certa altura, começaram a tocar Iron Maiden. Depois passaram a zoar. Kurt sentou na bateria, Krist foi para a guitarra, Grohl no baixo e vocal. É histórica a foto que saiu de Kurt na capa da Ilustrada, da “Folha de S.Paulo”, sentado à bateria, com a legenda dizendo “Dave Grohl, baterista do Nirvana”.

Enfim, no show o Nirvana começou a zoar com tudo. Passaram a tocar só covers: Duran Duran, Queen, Clash, “8675309/Jenny”. O show parecia um ensaio numa garagem fuleira de Seattle, não diante do “MAIOR PÚBLICO DA BANDA”.

Seis anos depois da apresentação do Nirvana no Morumbi, cinco anos depois do suicídio de Kurt Cobain, tive oportunidade de entrevistar o gênio Dave Grohl em Miami, na ocasião do lançamento de um disco do Foo Fighters. Quando veio o assunto do famooooooooso show do Morumbi, Grohl ficou louco. Desembestou a falar mais do que do próprio disco de sua banda.

Dave Grohl disse o seguinte: “Claro que eu me lembro dos shows no Brasil. Em SP, tinha uma loja de presente do hotel onde estávamos que vendia Valium (Maksoud Plaza). Ou algo parecido. No momento de ir para o estádio tocar, fui procurar o Kurt e ele estava lá nessa loja, tomando um comprimido atrás do outro, sei lá quantos. Fiquei horrorizado. Quando entramos no palco, a multidão urrou como eu nunca tinha visto, umas 80 mil pessoas. A primeira música que tocamos foi “School”, que começava assim (aí Grohl faz o som de guitarra com a boca e reproduz a bateria nas pernas). Só que Kurt começou com uma microfonia absurda, sem parar nunca. E, quando entrou na música, foi assim (Grohl faz o som de guitarra de novo, só que num ritmo muito mais lento). Ele estava em outra rotação. Olhei para o Krist (Novoselic, o baixista) na hora. Ficamos apavorados. Vi Krist chegar no ouvido dele e dizer: “Acelera, acelera. Pelo Amor de Deus”. O legal é que o público não estava nem aí e urrava tão alto quanto a música. Foi inacreditável. E no outro dia um jornal disse: Nirvana faz jam session para 80 mil pessoas. Foi loucura. Tocamos até “Rio”, do Duran Duran. Outra hora, mudamos os instrumentos: eu toquei baixo, o Krist tocou guitarra e o Kurt foi para bateria. Foi insano.” Isso: foi insano.

O setlist do show do Morumbi, achei na internet, é assim: School • Drain You • Breed • Sliver • In Bloom • About A Girl • Dive • Come As You Are • Love Buzz • Lithium • (New Wave) Polly • D-7 • Smells Like Teen Spirit (com Flea, do Red Hot Chili Peppers) • On A Plain • I Hate Myself and Want to Die (jam) • Negative Creep • Been a Son • Something In the Way • Blew • Aneurysm • Territorial Pissings • Run to the Hills (jam) • Heartbreaker (jam) • We Will Rock You • Should I Stay Or Should I Go • Rio • 867-5309/Jenny • Kids In America • Seasons In the Sun • Lounge Act •Heart-Shaped Box • Scentless Apprentice • Milk It

A palhaçada na cover de “Seasons in the Sun” é emblemática. A música louca dos anos 60 que virou sucesso mundial absurdo nos anos 70 na voz do desconhecido (na época) Terry Jacks, dizem, virou cover do Nirvana pela última vez em São Paulo. A canção era chamada por alguns também como “O Moribundo”, porque a letra era a mensagem de um cara que estava morrendo e se despedindo dos amigos e da mulher. Ambigua, não se sabia se o cara ia se matar ou estava morrendo por causas naturais. Pouco mais de um ano depois da performance do Morumbi, Kurt Cobain se matava em sua casa, em Seattle.

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Showzão da Sandy passa ao vivo para 2 bilhões de pessoas hoje, estrelando…
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Nova York.

* Sandy & Paul & Bruce & Dave & Mick & Roger & Chris & Eddie… & Kurt. Este último em espírito, você já leu por aqui. Agora a história completa.

* A maior junção recente de grandes nomes da música para uma enorme causa acontece hoje à noite no gigante Madison Square Garden, aqui em Nova York. As dimensões de tudo se justificam.
Artistas como Paul McCartney, Bruce Springsteen, Jay-Z, Dave Grohl e bandas do tamanho de Rolling Stones e The Who se reúnem em um evento beneficente para as vítimas da supertempestade Sandy, furacão que devastou parte do nordeste americano (e Caribe) em outubro, deixando mais de 250 pessoas mortas e um prejuízo calculado de US$ 65 bilhões.

O evento, que se chama 121212 (12 de dezembro de 2012) e tem a extensão “The Concert for Sandy Relief”, contará ainda com apresentações de Eric Clapton, Roger Waters, Alicia Keys, Bon Jovi, Eddie & Vedder, Billy Joel e Chris Martin, do Coldplay. O jornal inglês “The Guardian” desde ontem à noite divulga que Grohl, Novoselic e o guitarrista Pat Smear vão reviver nesta noite, no MSG, nada menos que a banda Nirvana, só que no lugar de Kurt Cobain vai estar SÓ o Paul McCartney.

Está sendo alardeado por seus produtores como o “o concerto ao vivo de maior alcance da história”.
Projeta-se que em torno de 2 bilhões de pessoas verão as performances ao vivo. Perto de 20 mil pessoas esgotaram rapidamente os ingressos beneficentes para estar no Madison Square Garden.

O 121212 será mostrado ao vivo ainda por dezenas de TVs americanas e um outro tanto pelo mundo. O evento terá transmissão em 27 cinemas da área de Nova York e New Jersey. Mais de 150 rádios farão o concerto ser ouvido por todos os EUA. E 28 sites são incumbidos de realizar o streaming das apresentações pela internet.
No Brasil, o canal pago Multishow anuncia a transmissão do 121212 ao vivo, a partir das 22h30 (19h30 no horário de Nova York). A previsão é de os concertos, ao todo, somem quatro horas de duração.

O site oficial do 121212 incentiva a doação de dinheiro para a causa, em nome do fundo de assistência Robin Hood Foundation, que desde 1988 combate a pobreza na região de Nova York, uma das cidades mais ricas do mundo.
Além do elenco musical, um time de personalidades participarão do 121212, introduzindo os shows ou falando como o Sandy afetou a vida de quem estava em seu caminho. Leonardo DiCaprio, Quentin Tarantino, Adam Sandler, Chris Rock, Jamie Foxx e Jon Stewart estão entre eles. Parte dos ingressos para o Madison Square Garden desta noite foram distribuídos de graça aos moradores das regiões de New Jersey e Nova York afetadas.

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Paul McCartney enquanto vocalista do Nirvana
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Nova York.

Parece surreal. E é. Na noite de hoje, o lendário Madison Square Garden aqui em Nova York sedia o concerto beneficente “12.12.12”, evento que arrecadará fundos para as vítimas da tempestade Sandy que assolou o nordeste dos Estados Unidos há pouco menos de dois meses.

No palco, grandes nomes da música como Bruce Springsteen, Billy Joel, Kanye West, Jon Bon Jovi, entre outros. Mas uma formação improvável deve ser o grande momento da noite de hoje.

Dave Grohl e Krist Novoselic vão reviver o Nirvana. E quem vai “substituir” o finado Kurt Cobain é um tal de Paul McCartney. Só isso. Macca tocará ao lado da dupla e terá ainda o apoio do guitarrista Pat Smear, que saiu em turnê com a banda de Seattle em sua fase final de carreira.

A informação, que foi divulgada pelo Guardian, ainda dá conta de que o Nirvana com o Paul tocará uma música inédita na noite de hoje. O bom é que o evento terá transmissão ao vivo pela TV e internet e tudo isso será devidamente registrado. Falaremos mais sobre isso posteriormente.

Paul no Nirvana. Pouco histórico ou não?

** A ilustração gênia acima foi publicada hoje pelo site do jornal inglês “The Sun”, com o título de “Paul McKurtney” para a o texto da “nova banda”.

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Bastidores do rock: seu ídolo em momento íntimo
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Lúcio Ribeiro

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* Haha, que título mais VH1.

* Vou só replicar aqui um assunto sempre interessante que vi num blog americano, o Flavorwire. Pelo que entendi, decidiram postar isso porque “sim”, sem nenhum acontecimento em especial. Fotos de bandas e cantores e guitarristas, antigos e novos, no camarim. Momentos antes de “subir” para um show ou instantes depois de sair do palco. “A gente sabe como nossos músicos favoritos são no palco, mas ali na solidão do backstage a coisa é bem diferente, especialmente quando as fotos não são posadas”, fala o site.

Numa compilação Popload das imagens postadas no Flavorwire, pegando carona na pesquisa dos caras, saiu isto aqui:

quem: David Bowie ajeitando a juba antes de entrar no palco em Londres, 1972
foto de: Kevin Cann

quem: Lady Gaga emocionada ao saber que ganhou o Grammy em 2010, pouco antes de performance no prêmio. “Todas as centenas de músicas que eu escrevi, os milhares de shows que eu fiz, os fãs, o suor e a lágrimas, representados num flash”, disse Gaga
foto de: Dada Williams

quem: Wayne Coyne, do Flaming Lips, esperando para entrar em cena no Noise Pop Festival, em San Francisco, neste ano
foto de: Misha Vladimirskiy

quem: imagem de série famosa de Kurt Cobain chorando em um pós-show marcante do Nirvana em Seattle, em 1990, no Sports International Garage.
foto de: Ian Tilton

quem: O duo Sleigh Bells esperando para entrar em cena no mesmo Noise Pop Festival, em San Francisco, agora em 2012
foto de: Misha Vladimirskiy

quem: Madonna em famosa série de “fotos no espelho”, pouco antes de apresentação em Nova York, 1979
foto de: Michael McDonnell

quem: A roqueira Patti Smith sendo ajeitada como pirata pela famosa Annie Leibovitz em sessão de fotos em Londres, no ano passado
foto de: Gavin Haubelt

quem: a cantora Rihanna se preparando para ir ao palco de festival em Zurique, na Suíça, em 2011
foto de: Facebook da Rihanna

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Rescaldo Reading Festival: ao Nirvana, com carinho. Por Dave Grohl
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Lúcio Ribeiro

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Principal atração do Reading Festival, ocorrido no último final de semana na Inglaterra, o gigante Foo Fighters fez seu último show “em muito tempo”, de acordo com o bamba Dave Grohl.

O show foi aquele de sempre, com duas horas e meia de duração, que a gente viu no Lollapalooza no primeiro semestre. Em um dos momentos mais marcantes, Dave dedicou a música “These Days” ao seus ex-companheiros de Nirvana, Kurt Cobain e Krist Novoselic.

Vale lembrar que o Reading Festival é um capítulo especial na carreira meteórica do Nirvana. O trio era “atração pequena” da edição de 1991, quando tocou com o dia claro ainda, três semanas antes do lançamento de “Nevermind”. No ano seguinte, o Nirvana voltou para show no palco principal, sendo um nome maior que o do próprio festival.


Disney transforma o Mickey em ícone indie. No episódio de hoje: Kurt Cobain
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Lúcio Ribeiro

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* Essa eu vi no Stereogum e já fico esperando o que mais vem por aí. Estaria a Disney querendo atrair os… indies. Primeiro, não faz muito tempo, numa sutileza nada sutil, fizeram um Mickey Mouse dentro da estampa de capa do disco famosa do Joy Division e botaram em camiseta para vender. Lembra da polêmica? no começo deste ano?

Agora, estão vendendo um Mickey roqueirinho, boneco do rato com óculos escuros tipo o do Kurt Cobain e tocando guitarra com a mão esquerda. O título do Stereogum é bom: “Kurt Cobain gets mickey-moused!”.

Sério, tio Walt…

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Courtney Love: longer, bigger, uncut. A segunda parte da entrevista com a atração do SWU: sobre drogas, quem o Cobain queria no Nirvana e a vez em que ela foi VOCALISTA DO FAITH NO MORE
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Lúcio Ribeiro

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* Faaaaaala, Courtney. Faaaaaaala!
Parte 2 da entrevista que a viúva de Kurt Cobain, cantora do Hole, atriz doida de Hollywood e atração do festival SWU concedeu a este blogueiro, na condição de jornalista da Folha, em texto que saiu publicado ontem, quarta-feira. Em destaque: o caminho das drogas nos EUA, o fim da cocaína, o dinheiro que vai para ela das músicas do Nirvana e um gosto-não gosto de algumas das atrações do SWU. Ah, e Courtney lembra de quando foi VOCALISTA DO FAITH NO MORE! Courtney vocalista do Faith No More! Essa eu juro que não sabia e abri o wikipedia na hora da entrevista para ver se era verdade, enquanto ela falava.

* Courtney, o “Nirvana ideal” e as drogas – “O Kurt sempre quis mais gente no Nirvana. Ele queria o J Mascis [Dinosaur Jr] de baterista. Essa eu nunca entendi. Ele queria o Matt Lukin [baixista do Melvins, depois Mudhoney]. E, principalmente, ele queria o Dale Crover na bateria [baterista do Melvins, que quebrou o galho no Nirvana por uns tempos, antes do Dave Grohl entrar].

“Mas o Buzz {Buzz Osborne, guitarrista e vocalista do Melvis, amigo de colégio e da banda pré-Nirvana de Cobain] nunca levou o Kurt a sério e o tratava como merda. Acho péssimo que até hoje o Buzz… Bom, não o vejo desde o natal de 1992… Sou de San Francisco, e tem essa loja, Gump’s, que eu ia lá com minha avó. Em 92 [pode ser 1982, Courtney usou as duas datas na entrevista, pode ter se confundido] estou saindo da loja e vejo o Buzz usando heroína com a filha da Shirley Temple, que tinha virado uma junkie gótica…

“Naquela época, heroína era “the thing”. Ninguém mais usa heroína neste país hoje em dia. Agora eles preferem oxycodone [analgésico duas vezes mais potente que a morfina]. Não tem mais heroína aqui! Os jovens usam ketamina também. Eu jamais usaria isso. Nunca tomei nem ecstasy… Então nem sei como é. Mas tive essa fase heroína e foi antes do Kurt! Estou te explicando porque você não é americano, mas a gente usava heroína aqui porque TINHA que usar. Ou então, você não era cool o suficiente. Era como jazz! Mas eu nunca tive uma doença! Essas cidades portuárias da costa oeste, tipo São Francico, Los Angeles, Portland, Seattle, e, no Canadá, Vancouver… A heroína chegava pesado em Seattle e Portland, daí para o resto do país. E heróina é muito ruim! E em San Francisco a heroína era boa e vinha de lugares diferentes. Em Vancouver tinhas as da China… A de Los Angeles era péssima e ninguém se viciava de tão ruim que era. Qual é o maior problema com droga no Brasil?

* Courtney, o Lula, a presidente do Brasil Cristina Kirchner e o beijo do Hugo Chaves – “Em 2009, eu vi o filme ‘Ao Sul da Fronteira’, do Oliver Stone, que é meu amigo. Era uma première em NYC e estava ao lado do Lula, da Cristina Kirchner, um bispo, o presidente boliviano e o Hugo Chavez. Você deve ter visto fotos minhas com o Hugo nessa ocasião. E o Oliver Stone vai e me bota na porra da primeira fila! Era Fashion Week e estava com um vestidinho e sapato vermelho. O Chavez deve ter achado que eu era uma prostituta… Eu não sabia! Ele é um cara ruim? Porque eu gosto dele, achei que ele é um cara legal, tendo a ver o melhor nas pessoas… Bem, ele gosta de celebridades, né? E daí a presidente de vocês [Achando que a presidente do Brasil era a Kirchner] não tirava o olho da minha bunda pensando ‘quem é essa puta?’. E o Chavez vai e beija a minha boca. French kiss, mesmo. Foi engraçado como a mídia divulgou isso. Virou um incidente internacional.

***
ÁUDIO: Ouça Courtney Love falando sobre Kurt Cobain e a ex, Tobi Vail, do grupo de meninas Bikini Kill. Cobain, na paixão por Tobi, escreveu a maior parte das músicas do “Nevermind” para ela. Aí o Dave Grohl, que começou a sair com a Kathleen Hanna, também do Bikini Kill, salvou Cobain daquelas gordas retardadas. Foi mais ou menos isso.

***

* Courtney e o download – “Ninguém consegue fazer dinheiro com download! O compositor até faz pouco dinheiro, no caso o Kurt, que agora é meu e da Frances [Filha de Love e Cobain]. Tem a porcentagem do iTunes, da gravadora Universal, disso e daquilo. Daí que num download de uma música, que custa 99 centavos de dólar, no final acaba vindo 9 cents para o compositor. No caso, para mim e France dividirmos.

* Courtney e o SWU – Quem vai tocar nesse festival, comigo? Minha empresária não quer me dizer! Eu desisti de um festival na Austrália porque ia ter o Van Halen, Limp Bizkit. Eu disse: ‘Não vou’. Não ligo para o dinheiro, é um ‘NO’… O Stone Temple Pilots vai tocar no festival, não vai? Sonic Youth? Meu Deus. Eu até gosto do Thurston Moore, mas não gosto da Kim Gordon. E essa separação deles agora. Eles pareciam papai e mamãe quando falavam. Papai e mamãe bem esquisitos. Em que posição estou na escalação? [é dito: a principal atração no domingo do palco secundário]. Quem vai estar tocando no mesmo horário no palco principal? Peter Gabriel? Ok. Quem mais toca? Black Eyed Peas? Agora ficou bizarro. Snoop Doog? Yaaaay! Adoro ele! Nunca fumei maconha com ele porque não fumo maconha, mas eu o amo. Kanye West? Conheço Kanye. Ele é fantástico. É um crianção no bom sentido. Parece que tem 9 anos. Não tem ninguém novo nesse festival, tirando esse Tyler the Fucking Destroyer [Tyler the Creator] que você citou? Crystal Castles, ok, eu gosto deles. Quem mais? FAITH NO MORE VAI TOCAR? Minha primeira banda…

* Courtney no Faith No More – O Roddy [tecladista do Faith No More] é um dos meus melhores amigos. Eu fui a última namorada dele, antes de ele virar gay. Ele é padrinho da minha filha Frances. Ele, o Michael Stipe [REM] e o Bono [U2]. Implorei para entrar na banda, tipo 1983, eu devia ter 18 anos e era bem louca, colocava fogo no cabelo, me cortava no palco, fazia umas coisas bem estranhas, para desabafar. Disse que ia torná-los famosos. Fui só vocalista, não me deixaram tocar guitarra. Mas acabei expulsa do grupo antes de eles começarem a gravar o disco [1984]. A banda foi ficando grande e o Billy Gould [baixista e fundador do FNM] não conseguia se conformar em ter uma menina como vocalista da banda dele. Eles queriam fazer do Faith No More uma banda de ‘macho’. “


Semana SWU – Entrevista COURTNEY LOVE, parte 1 – O filme do Cobain, os indestrutíveis do rock e para quem Cobain fez o “Nevermind”
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Lúcio Ribeiro

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* A mulher é bafo. Confira uma versão “Bigger, Longer, Uncut” da entrevista que saiu na edição de hoje da “Folha de S.Paulo” com a cantora e atriz Courtney Love, feita por mim na semana passada, por telefone. Dá para ouvir a Courtney disparada a falar. Tem um áudio aí embaixo, também.

*** “Olá, Courtney. Tudo bem com você?”
Essa foi a primeira e única pergunta em entrevista de mais de uma hora  feita com a cantora e atriz americana Courtney Love. Uma das figuras mais polêmicas e excessivas do rock, a viúva de Kurt Cobain (Nirvana) vem com sua banda Hole ao Brasil para um show no domingo no festival SWU, evento de três dias que ocorrerá dos dias 12 a 14 em Paulínia, interior de SP.
O combinado era que Love falasse por 10-15 minutos. E as perguntas proibidas na entrevista, sob expressa orientação de seu empresário, eram sobre: drogas, Kurt Cobain, sua filha, seus filmes. Mas não tem essa de combinação com Courtney Love.

“Não, não está tudo bem comigo”, respondeu Love, para nunca mais parar de falar sobre: Kurt Cobain, o filme de Kurt Cobain, Kurt Cobain e o Nirvana, em quem Kurt Cobain estava pensando quando fez o “Nevermind”, os tempos de Love como VOCALISTA DO FAITH NO MORE, o quanto ela ganha hoje na música, os artistas do festival SWU dos quais ela gosta (e os que não)…

– Courtney, a indestrutível: “Eu li ontem essa reportagem da revista “Spin”, sobre “Os 18 astros indestrutíveis do rock”. Eu não pertenço à porra dessa lista! Sabe quem encabeça? Steven Tyler [Aerosmith]! Número 2: Ozzy! E eles falam das doenças, bizarrices, problemas neurológicos, câncer e tal. Daí, em terceiro lugar vem o Bret Michaels [Poison] e eles listam todos os absurdos médicos pelos quais o cara já passou! E eu nunca tive a porra de um resfriado!!! E lá vem eu em número 4! E vou ler o texto e está lá: ‘viciada em drogas’. É isso? ‘Luta contra o vício’. Sem nenhum problema de saúde! E me botaram em quarto lugar! Consigo pensar em pelo menos três pessoas que usam mais drogas que eu até hoje e inclusive uma delas vai tocar neste mesmo festival aí no Brasil. Eu sou um touro, nunca quebrei um osso. Tem um documentário recente sobre a Patty Schemel, que era a nossa baterista, e tem toda a parte do Hole… Eles me filmaram fazendo muita merda… Mas, OK, nunca quebrei um osso. Se tem uma coisa a que eu sobrevivi foi à morte do meu marido. E a esse monte de gente que roubou nosso dinheiro.”

ÁUDIO: Courtney Love indignada com sua posição no “ranking dos sobreviventes do rock” da revista americana “SPIN” deste mês. Ouça os comentários dela, abaixo, principalmente a hora em que ela fala do Scott Weiland, do Stone Temple Pilots:

* Courtney e o novo filme sobre Kurt Cobain: “Estou fazendo a produção executiva desse filme sobre o Kurt e sobre mim. É um filme que pega toda a essência, a podridão e toda essa merda que a gente lê por aí. Me encontrei algumas vezes com Dave [Grohl, do Foo Fighters, ex-baterista do Nirvana] para lembrarmos histórias de Kurt para o filme. Antes de namorarmos, Kurt tinha essa paixão pela Tobi Vail [ex-baterista do grupo Bikini Kill, também de Olympia, perto de Seattle, de onde saiu o Nirvana]. A maior parte das músicas do Nirvana é sobre ela. Você já namorou esse tipo de gente que não importa o que você faça nunca vai conseguir impressioná-la? Bem, era tipo isso. O Kurt era quase suicida pela porra da menina. Estou com o roteiro nas mãos, tirado do ‘Heavier than Heaven’ [‘Mais Pesado Que o Céu’, biografia de Kurt Cobain lançada em 2001, por Charles R. Cross]. Dave ficou tentando me agradar, aliviar as coisas o tempo todo. E eu disse: ‘Fala a verdade, porra’.

“Dave e Kurt se divertiam muito, se davam muito bem. E o Dave Ghrol foi o responsável por afastar o Kurt daquela gorda estúpida — aliás, Bikini Kill era ok, mas a banda era retardada. E o Dave disse pro Kurt uma vez que aquelas meninas todas eram umas gordas e chamou o Kurt pra ir a um strip club pegar umas strippers. E Kurt: ‘O que você quer dizer com isso?’.

“E daí o Dave começou a sair com a Hanna… ok, ela [Kathleen Hanna, do Bikini Kill e depois líder do Le Tigre] realmente escreveu ‘Kurt smells like teen spirit’ na parede dele. Mas ela fez isso no apartamento dele sem permissão e isto não é legal! E ela era maldosa com ele. E a Tobi também era. E a Tobi não suportava o Kurt e estava namorando o Calvin Johnson. Mas o único motivo para ela andar com a turma é porque o Dave estava transando com a Kathleen! E daí, eu vejo esse vídeo da Kathleen Hanna, que o Kurt odiava, tocando Smells Like Teen Spirit. É deste ano e ela fala ‘My friend Kurt’. FUCK YOU!!! O Kurt não te suportava! Mas ele estava apaixonado por Tobi, e Dave foi fundamental para tirá-lo dessa. Kurt era doidão, louco, suicida, muito sensível, cla-ra-men-te sensível. E daí, anos depois, Kurt conquista o mundo e Tobi vem rastejando pra ele. E eu já estava lá e já cheguei dando um “Dá o fora daqui porra”. Sério!”   
** Amanhã, a parte 2 da entrevista, em versão longa.


Semana Nevermind – O show tributo de Seattle
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Seattle

((Este texto foi escrito originalmente para a Ilustrada, da “Folha de S.Paulo” e da Folha.com. As fotos são do museu Experiment Music Project))

Well, whatever, nevermind…
De importância mais histórica do que de relevância sonora fiel às músicas originais, o show “Nevermind Live”, organizado ontem em Seattle pelo ex-Nirvana Krist Novoselic para fazer parte das comemorações de 20 anos do “disco que mudou o rock, o pop, o indie tudo junto”, soou mais como uma reunião de amigos.

O “Nevermind” foi lançado em 24 de setembro de 1991. Agora, 20 anos depois, e por uma boa causa, Novoselic (imagem acima) foi o mestre-de-cerimônias de um ato ecumênico roqueiro para amigos de Seattle e bandas idem recriarem faixa a faixa as 13 músicas do famoso álbum. Na ordem.

O concerto comemorativo, com ingressos esgotados e transmitido ao vivo pela internet, aconteceu no EMP – Experimental Music Project, o imponente museu da música inventado, segundo dizem, para o magnata co-fundador da Microsoft, Paul Allen, arrumar um lugar para guardar todas as suas guitarras.

O EMP atualmente exibe ainda a exposição “Nirvana – Taking Punk to the Masses”, carregada de memorabilias, fotos originais famosas, roupas, fitas cassete demo, vídeos documentaristas e guitarras quebradas, entre outras coisas, que começou em outubro e aparentemente vai ficar permanente no museu de Seattle, a cidade que revelou ao planeta o Nirvana em particular e a toda cena do grunge.


A banda Loaded, de DuffMcKagan, em ação no “Nevermind Live”, ontem em Seattle

Sobre o show de ontem, o caráter de festa particular se deu exatamente porque foi a celebração 20 anos depois de um senso incrível de comunidade de Seattle, que era algo pacato, foi sacudido e perdeu o controle depois da passagem do fenômeno Nirvana.

Porque no palco, na platéia, nos bancos de convidados e na produção estavam gente da cena de Seattle de ontem e de hoje.

Porque: (1) as bandas tocavam sem parecerem ter feito um ensaio sequer, porque as músicas estão “no sangue”. E isso não garante um êxito sonoro. E (2) é famosa a idéia entre músicos de que é muito difícil fazer uma cover de Nirvana. Então não espantou muito ver que a maioria das canções recriadas ficaram abaixo do satisfatório, com honrosas exceções.


O famoso produtor e músico Jack Endino, que “fez” o primeiro disco do Nirvana, mais Mudhoney e Soundgarden, entre outros, toca “Come As You Are” na festa do “Nevermind”

Mas era uma autocelebração de Seattle, que sempre riu de toda bagunça gerada pelo Nirvana, então naquela bagunça em cima do palco do EMP tudo valeu. Em nome da história da música, dos costumes, da moda, da transformação da escanteada cidade em endereço turístico obrigatório, do “Nevermind”, do espírito de Cobain e principalmente de Susie Tennant, que nos anos 80/90 zelou pelo incentivo aos artistas locais, virou amiga de Cobain, madrinha do grunge e hoje padece para pagar seus tratamentos de um recém-descoberto câncer. O show era em benefício de Susie.

Tocaram as famosas canções de “Nevermind”, com um bônus final que recriou outras músicas do Nirvana além do disco aniversariante, veteranos do som de Seattle e grupos da nova geração.

O impacto do álbum era evidente, cada convidado falando a sua lingua. Os músicos mais antigos procuraram se aproximar do Nirvana original. Os mais novos recriavam meio que a seu modo. No meio das releituras indies de bandas do agora teve um rap e uma new rave para o “Nevermind”.

Novoselic, o baixista original do Nirvana e “dono” do evento, só esteve em ação uma vez: junto com os impagáveis The Presidents of the United States of America, desempenhou “On a Plain”.

Os ótimos Ravenna Woods e The Long Winters representaram bonito a nova geração fazendo sinceras versões de “Breed” e “Something in the Way”, respectivamente. O grupo Vendetta Red captou toda a fúria inerente ao Nirvana e soltou em cima da cover de “Stay Away”. E o trio de rappers mais guitarra Champagne Champagne decompôs a linda “Drain You” numa falação caótica que fez narizes mais conversadores serem torcidos no EMP. Adorei a releitura.

No off-“Nevermind”, já perto do final das três horas de tributo, o veterano grupo deu roupagem nova e bonita à famosa “Heart Shaped Box”.

Entre os momentos que mais emocionaram a emocionante festa “Nevermind Live” teve a presença em vídeo de Dave Grohl (que na noite não pode comparecer por ter show do Foo Fighters em outra cidade), teve Novoselic tocando e pedindo gritos ao amigo Kurt Cobain e pela própria presença da vivíssima Susie Tennant no palco, a homenageada.

Se as versões não agradaram em sua totalidade, os envolvidos nesse “Nevermind Live” tem uma resposta pronta, que usavam em praticamente todas as ocasiões desde muitos anos atrás: “Bem, tanto faz, deixa pra lá”.


Semana “NEVERMIND”: hoje um nirvana toca “Smells like Teen Spirit”
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Seattle.

* O texto abaixo é uma reprodução do que está sendo publicado hoje na “Folha de S.Paulo”. Saiu mais ou menos assim:

* Não era dele a famosa voz estridente, nem a guitarra barulhenta que mudou o rock. Muito menos optou por tirar a própria vida e entrar para a eternidade. Depois do fim da banda, ele não montou nenhum supergrupo de encher estádios e está longe de ser um dos principais ídolos do rock atual.
Krist Novoselic, “apenas” o sujeito que tocou baixo no trio Nirvana, toma para si o nome de sua ex-banda e faz hoje em Seattle um show-tributo ao histórico “Nevermind”, álbum que comemora 20 anos de seu lançamento nesta semana.

Novoselic, parceiro de Nirvana de Kurt Cobain (o do suicídio) e Dave Grohl (o do Foo Fighters), reúne uma penca de bandas e amigos da cidade do noroeste americano que deu à música sua última grande revolução, o grunge, para recriarem ao vivo esta noite, na íntegra, as músicas do “Nevermind”, o lendário disco que por acaso “quebrou tudo”, que “mudou tudo”, que “abalou as estruturas da indústria”, que…

“Nevermind”, segundo álbum do Nirvana, o primeiro numa grande gravadora (detalhe importante), foi lançado na América em 24 de setembro de 1991. O concerto-tributo a ele é realizado hoje, e não sábado que vem (dia 24), porque a terça feira é o dia oficial de lançamentos de discos nos EUA. Para muitos, o “real” aniversário do “Nevermind” é hoje.

O show acontecerá às 21h aqui de Seattle (1h da manhã da quarta no horário de Brasília) no imponente Experiment Music Project, que faz parte de um complexo de museus dedicados à história da música popular e à ficção científica projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry e erguido com o dinheiro de Paul Allen, co-fundador da gigante dos computadores Microsoft.
Participarão do “Nevermind Live”, junto com Krist Novoselic, as bandas The Presidents of the United States of America, The Fastbacks, membros do Screaming Trees, Vaporland, entre outras. Novoselic e seu baixo não estarão necessariamente em todas as músicas do “Nevermind” recriado. E o rumor de que Dave Grohl poderia participar da homenagem é muito improvável de acontecer: o Foo Fighters tem show marcado na mesma noite em Cleveland, Ohio.

Entre todas as causas imagináveis, o concerto que revive o famoso disco do Nirvana terá uma em especial: o show, que tem seus ingressos esgotados, desde que foi colocados à venda, no mês passado, servirá para arrecadar fundos para o tratamento de câncer de Susie Tennant, famosa agitadora do som de Seattle na época do estouro grunge, amiga de Kurt Cobain e uma espécie de madrinha do “Nevermind”.

“Nevermind Live”, segundo anuncia o site do EMP (www.empmuseum.org), terá transmissão ao vivo pela internet, via Livestream (/nevermindlive). Para facilitar, veja o show mais tarde bem aqui:

Watch live streaming video from nevermindlive at livestream.com