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Arquivo : The Smiths

Aquele dia em que a MADONNA abriu para os SMITHS…
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Lúcio Ribeiro

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Eu não lembrava dessa. Ou nunca soube, sei lá.

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Quem conta é o próprio Johnny Marr, no vídeo abaixo. Na véspera do Ano Novo de 1983-84, os Smiths chegaram em Nova York para o “show da virada” (hehe). Ainda meio zonzos do vôo, não prestaram muita atenção na atração de abertura, uma cantora novinha. Aliás, acharam que ela “pode até ter mandado bem”, mas não ficaram nada impressionados. A cantora, viemos a saber, era a Madonna. Apenas. Pensa nesse “show da virada” (hehe), no comecinho dos anos 80, em uma “boate” de ferveção com quatro andares em Nova York, a lendária e bombada DANCETERIA, berço da New Wave americana, com Madonna abrindo para Morrissey? Sei nem o que dizer e também, sei nem como esse vídeo está rolando desde 2009 no YouTube e não tinha visto.

Fui até checar a minha Mozipedia e nada, nem uma mençãozinha sequer a ela, para o bem ou para o mal. Lembrando que o Morrissey o-dei-a a Madonna, achei melhor checar a biografia dos Smiths, o tijolo laranja “A Light That Never Goes Out — The Enduring Saga Of The Smiths”, escrita pelo Tony Fletcher.

Pois bem, lááá na página 290, Fletcher conta sobre a SIRE RECORDS, gravadora americana fundada em 1966 por Seymour Stein e Richard Gottehrer. Além de ser “A” casa de novos artistas punk nos anos 70, como Ramones, Talking Heads, Blondie, Television e Patti Smith, a Sire também ficou conhecida por ter lançado Madonna, ainda nesse mesmo comecinho dos anos 80 de que estamos falando.

Essa passagem na biografia não fala nada sobre a Madonna ter sido a “banda de abertura” dos Smiths, mas os fatos e as datas batem. Alguns trechos interessantes dessa primeira viagem dos Smiths aos EUA, tiradas do livro em tradução livre:

* A SIRE RECORDS, de olho na “invasão britânica”, começou a assinar com quase todas as bandas da Rough Trade. “Roubaram” o Depeche Mode, The Assembly e The Undertones. Também conseguiram tirar da Warner Bros britânica o Echo & The Bunnymen e o Pretenders. E ainda passaram a mão no Soft Cell, que era da Polygram. E também Tin Tin e Modern English, fazendo com que todas essas novas contratações chegassem nas paradas americanas. Nessa mesma época, início dos anos 80, “Seymour Stein também assinou com uma cantora e dançarina que morava em Nova York e que fazia parte da cena clubber de electro-hip-hop da cidade. Ela era chamada apenas de Madonna”.

* Foi a primeira viagem transatlântica dos Smiths (tirando o Morrissey). Sabendo que o Brian Jones, dos Rolling Stones, havia levado uma guitarra de presente de Stein, Johnny Marr já chegou perguntando se ele também ganharia uma caso os Smiths assinassem com eles. Ganhou.

* Percebendo que a cena americana (na verdade, as pistas dos clubes americanos) estava tomada pela mistura de hip-hop, electro, funk e New Wave, Geoff Travis, fundador da Rough Trade, lançou um disquinho 12” com duas versões estendidas de “This Charming Man”. A ideia era manter a música na parada britânica por mais tempo e entrar nas pistas americanas. Todos os artistas da Sire, na época, incluindo Echo & The Bunnymen e Elvis Costello, fizeram o mesmo. O remix, feito pelo renomado DJ Fraçois Kevorkian, agradou a todos, menos, claro, ao Morrissey e aos fãs “mais puristas”.

* Coincidentemente, o remix chegou nas picapes americanas no MESMO dia em que foi anunciado o primeiro show dos Smiths no país. Esse show aí, da Madonna (hehe). Segundo o livro, Johnny Marr era fã da nova cena “dance” de New York e se sentiu lisonjeado por sua banda ter sido remixada por Kevorkian, mas decidiu ficar do lado Morrissey ao perceber a reação negativa dos fãs.

* A birra de Moz chegou a tempo de impedir que o remix inundasse as paradas britânicas. Mas, chegou tarde demais para as pistas “alternativas” americanas, que receberam o “novo hit” muito bem.

* A banda foi recebida no aeroporto JFK, em NY, pela promoter e booker Ruth Polsky em uma limousine. Polsky fez questão de convidar sua assistente Amanda Malone, “uma gordinha esquisita que tinha 18 anos e sotaque britânico”. Malone e Morrissey viraram ~BFFs~, ele se apaixonou pela voz e pelo estilo dela e chegou a fazer com que ela se mudasse para Londres mais tarde, meio a contragosto do resto da banda, para gravar com eles. Anos depois, Polsky viria a ser a empresária dos Smiths (ela morreu atropelada 2 anos depois e foi homenageada na contracapa de “Shoplifters of the World Unite”). Malone, no fim, era uma péssima cantora, o single nunca pôde ser lançado e ela acabou virando “Amanda Hallay”, guru de moda em Paris.

* A partir daí, tudo é história e digamos que desse show, a única lembrança dos presentes é a de que Morrissey ficou “bêbado de vinho e despencou do palco assim que entrou, voltando logo em seguida”. Mesmo assim, Geoff Travis recebeu uma ligação da mãe do cantor no dia seguinte, reclamando do descuido da Rough Trade e da “falta de segurança e de cuidados médicos apropriados” para seu filho. Awwwn. Ah! O baterista Mike Joyce acabou pegando catapora (dizem que foi herpes, na verdade) e o próximo show, que seria em Boston, teve que ser cancelado.

* Acredite se quiser, achamos o vídeo dessa “world premiere” da Madonna, abrindo para os Smiths. Mas sem os Smiths (se alguém achar, grita!). Percebam o jeito que ela é apresentada pelo “host-MC”:

Ufa. Que noite, que ano, que festa de que ninguém se lembra… Alguém pergunta sobre isso para o Johnny Marr neste final de semana, por favor!

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Oh No! Johnny Marr fratura a mão e show no Lollapalooza está “na berlinda”
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Lúcio Ribeiro

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Uma notícia pegou de surpresa os fãs do grande Johnny Marr no início da tarde de hoje. Especialmente nós, fãs brasileiros. O virtuoso guitarrista, em turnê de divulgação do seu primeiro disco solo, “The Messenger”, fraturou a mão direita dia desses, em Londres, após uma queda quando fazia uma corrida.

Marr, que tem show marcado no Lollapalooza Brasil dia 06/04, domingo, 14h20, disse que os shows que ele tem a fazer nas próximas semanas (inclusive o “nosso”) no momento estão na berlinda. Em comunicado, o músico disse que espera se apresentar em Leeds dias 24 e 25 de março e, em seguida, na América do Sul. Mas que isso vai depender de como ele vai reagir após a retirada do gesso, se vai conseguir tocar guitarra ou não.

Esse clima de tensão que pode culminar no cancelamento do show de Johnny Marr no país segue bem a tradição de zica dos Smiths com o Brasil, já que Morrissey, adoentado, precisou cancelar shows no país no meio do ano passado.

O lance agora é esperar e torcer pela pronta recuperação do Johnny.

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Há 30 anos, os Smiths lançavam seu primeiro disco
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Lúcio Ribeiro

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* Você é inglês e vive uma época de desesperança. Pessoal e sonora. A fase política, social e econômica não é boa, e a música que você ouve (você é inglês, logo é fanático por música) reflete esse espírito de fim de mundo. O punk passou destruindo tudo e deixou um pós-punk sombrio, melancólico, deprê, sob uma terra cultural arrasada. O tempo é DARK. De Manchester, o New Order tentava elevar o espírito teen independente inglês com a ultradançante “Blue Monday” e o ícone sorumbático The Cure procurava disfarçar o fundo do poço da alma britânica com fofurices como “The Love Cats”, mas uma banda novinha com um cara esquisito e de voz “diferente” e um guitarrista jeitosamente “diferente” começava a criar um zunzum de que a coisa iria mudar na música inglesa. E essa banda nova lançaria um primeiro disco no dia 20 de fevereiro de 1984, 30 anos hoje. O nome do álbum de estreia traria na capa um sujeito com o dorso nu e olhando para baixo, bem ao estilo da época. O disco levaria o nome da banda: The Smiths.

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Em mais uma dessas efemérides musicais que a gente tanto odeia gostar ou gosta de odiar, é preciso falar do que foi para o inglês em particular (e para os indies anos 80 do mundo todo em geral) ouvir naqueles tempos uma música cantada por Morrissey e tocada por Johnny Marr. Porque daí dá para entender a razão de pagarmos pau para os dois até hoje.

O lirismo era peculiar. Numa época dark e nebulosa, ouvir mesmo as músicas tristes cantadas por Morrissey trazia uma paz de espírito. Mas, se não bastasse uma canção linda atrás da outra, impactantes, singulares dentro da cena pop da época, o que mais pegava eram as letras de Morrissey. Ninguém conseguia arquitetar palavras em frases tão bonitas e ao mesmo tempo simples e sinceras dentro de uma métrica musical como ele. Não à toa, as letras de Morrissey viraram recentemente uma pasta de estudo dentro da renomada Universidade de Cambridge.

E como uma banda escolhe para seu disco de estreia uma canção tão delicadamente triste na música e letra como “Reel around the Fountain”, cujas linhas constituem algo forte como uma carta de amor depois de um abandono, que também projeta mudanças, joga na cora uma confiança integral quando ninguém confiava?

Na sequência mudava tudo. A faixa 2, “You’ve Got Everything Now”, é uma porrada sem perder o lirismo. A letra era uma outra carta de amor pós-abandono, parecia. Mas nessa tinha mais raiva que tristeza. Com algumas confissões no meio.
Foi a primeira música dos Smiths que eu ouvi na vida, graças a um programa que o gênio Kid Vinil tinha na rádio farofa Antena 1, obviamente jogado tipo num horário qualquer na madrugada de terça-feira. Sei lá mais. E graças aos contatos que o Kid tinha na época com comissários de bordo da Varig, que trazia os discos novos para ele, porque as novidades da cena inglesa e americana demoravam alguns meses para chegar por aqui.

A terceira canção de “The Smiths” é um precursor de Nirvana 15 anos antes, no seu estilo agridoce, calmaria-pancadaria, na linha Morrissey, claro. Ou o máximo do punk rock a que os Smiths conseguiam chegar, para manter uma certa sintonia de época. Chamava “Miserable Lie” e daí deste título você tira até onde iria a letra dessa.

O álbum de estreia dos Smiths ainda guardaria pérolas na linha “Hand In Glove”, “Still Ill”, “What Difference Does It Make” e “This Charming Man” (single de 1983 incluído na versão americana dno álbum).

“The Smiths” é um dos dez maiores discos da minha vida. É também um dos 100 maiores álbuns britânicos da história, segundo o “Guardian”. Um dos 100 discos principais dos anos 80, de acordo com a “Rolling Stone”, que também o bota como um dos 100 maiores álbuns de estreia de todos os tempos.

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Como homenagem aos 30 anos de “The Smiths”, vou botar alguns trechos das geniais letras do Morrissey. Até hoje são imbatíveis.

1. Reel around the Fountain

Fifteen minutes with you
Well, I wouldn’t say no
Oh, people said that you were virtually dead
And they were so wrong

2. You’ve Got Everything Now

No, I’ve never had a job
Because I’ve never wanted one
I’ve seen you smile
But I’ve never really heard you laugh
So who is rich and who is poor ?
I cannot say … oh

3. Miserable Lie

The dark nights are drawing in
And your humor is as black as them
I look at yours, you laugh at mine
And “love” is just a miserable lie

4. Pretty Girls Make Graves

I could have been wild and I could have been free
But Nature played this trick on me
She wants it Now
And she will not wait
But she’s too rough
And I’m too delicate

5. The Hand That Rocks the Cradle

There’ll be blood on the cleaver tonight
And when darkness lifts and the room is bright
I’ll still be by your side
For you are all that matters
And I’ll love you to till the day I die
There never need be longing in your eyes
As long as the hand that rocks the cradle is mine


6. Still Ill

Under the iron bridge we kissed
And although I ended up with sore lips
It just wasn’t like the old days anymore
No, it wasn’t like those days
Am I still ill ?

7. Hand in Glove

The good life is out there somewhere
So stay on my arm, you little charmer
But I know my luck too well
I’ll probably never see you again
I’ll probably never see you again
I’ll probably never see you again

8. What Difference Does It Make?

Oh, the devil will find work for idle hands to do
I stole and then I lied
Just because you asked me to
But now you know the truth about me
You won’t see me anymore
Well, I’m still fond of you, hh-ho-ho

9. I Don’t Owe You Anything

Did I really walk all this way
Just to hear you say :
“Oh, I don’t want to go out tonight”?
“Oh, I don’t want to go out tonight”
But you will
For you must

10. Suffer Little Children

Over the moor, take me to the moor
Dig a shallow grave
And I’ll lay me down


11. This Charming Man

I would go out tonight
But I haven’t got a stitch to wear
This man said:
“It’s gruesome that someone so handsome should care”

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Mais uma atração do carnaval da Bahia: The Smiths!!!
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Lúcio Ribeiro

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Haha. O enredo é quase sempre o mesmo. Mas só melhora. Sabe o Raphael Bertazi, né? O moço de Pirassununga, produtor responsável por cruzar de forma incrível e improvável os caminhos da música baiana com o indie, aprontou mais uma com sua série “Axé Bahindie”.

Depois de soltar a “Revoltinha da Garrafa” envolvendo o Rage Against the Machine e a Companhia do Pagode, misturar o David Bowie com a Gaby Amarantos, os Ramones com o Roberto Carlos e o Strokes com o É O Tchan!, agora o Bertazi vem com o… o… The Smiths meets Compadre Washington!

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Já pensou o Morrissey dançando todo desengonçado em um trio elétrico, pulando e sendo atacado em camarotes vips? Pois já temos a trilha sonora. Na mão do produtor do interior paulista, o super hit “This Chaming Man” virou “Esse Nêgo Charmoso”. Gritinhos de Moz e Washington em uma mesma linha de guitarra, batuque e rebolados. Já pensou?

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“Feliz Dia dos Namorados” com a Samantha Urbani cantando Smiths
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Lúcio Ribeiro

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* E um Twin Shadow também, tá?

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Vamos por partes. Primeiro: sabe o Twin Shadow, né? Ele, George Lewis Jr., espécie de pequeno herói do indie-USA nascido na República Dominicana, absorvido pela “onda do Brooklyn”, também “acusado” de ressuscitar a new wave com umas letras emocionais e brutais, iniciou ano passado um projeto cool em seu canal no YouTube.

Intitulado “UNDR THE CVRS”, Twin Shadow pega faixas famosas de outros artistas, atendendo pedidos de seus fãs, e faz suas versões um tanto sensíveis para estas canções. Ele já prestou tributo ao Bruce Springsteen, ao Lou Reed e até ao U2.

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Agora, amparado pela incrível Samantha Urbani, o DJ-músico-produtor soltou em especial para o Valentine’s Day uma versão ma-ta-do-ra de “There Is A Light That Never Goes Out”, um dos pontos sublimes da carreira dos Smiths.

Tudo bem que sabemos que ela namora o treta Dev Hynes do Blood Orange. Mas “feliz dia dos namorados” na voz da Samantha cantando o que o Morrissey canta não é pouca coisa.

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E agora: quem vai ficar com Morrissey?
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Lúcio Ribeiro

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“Quem tem os Smiths, Johnny Marr e Morrissey na sua vida tem mais do que os outros. Que me desculpem os outros.”

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Que pesadelo (dos tempos indie-modernos)… Já é difícil ter que decidir quem vai ficar com o ventilador novinho e com a geladeira parcelada. Agora pensa nos pôsteres autografados, na coleção de “toy art” do “Walking Dead” que vocês decidiram começar juntos, no toca-discos vintage que vocês trouxeram daquela viagem, nos vinis raros… NOS VINIS! Pior ainda: na hora da separação de bens, materiais ou não, quem fica com aquele bar que a gente costumava frequentar, juntos? Quem fica com o restaurante da sexta-feira à noite? E pelamordeDeus: quem leva o Morrissey?

Primeiro romance do escritor paulista Leandro Leal, “Quem vai ficar com Morrissey?” (sim, lembra “Quem vai ficar com Mary?” e ele sabe disso) gira em torno do “quem vai ficar com as crianças” de um casal sem filhos. Não satisfeito por Lívia deixar a relação sem nada, Fernando quer ainda mais: a posse da “jukebox mental” do casal, as músicas que “são dele” e que ele não quer que a ex continue ouvindo. Quem nunca? Como se pode imaginar, ele é o cara que descobriu os Smiths na adolescência e desde então, nunca mais foi o mesmo. Quem nunca [2]?

“Sim, a história é bem autobiográfica”, disse Leandro à Popload. “Claro que tem muito de ficção, mas o ponto de partida surgiu num evento absolutamente real — o fim de um longo relacionamento. Sempre que isso acontece, rola aquela divisão de coisas. Mas essas coisas sempre são físicas: carro, casa, móveis, livros… e discos. Aí, pensei: ‘Certo, cada um ficou com os discos a que tinha direito. Mas quem tem o direito de continuar a ouvir certas músicas? Eu posso muito bem exigir que ela nunca mais ouça o Morrissey, com os Smiths e em carreira solo. A lei estará do meu lado: afinal, o Morrissey é um bem que adquiri antes de conhecê-la, que dividi com ela enquanto estivemos juntos. Separação total de bens!’ Passado o delírio, vi que não havia nenhum fundamento naquilo. Mesmo assim, podia ser um bom ponto de partida para uma história.”

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Assim como “Alta Fidelidade”, livro do inglês Nick Hornby que completa VIN-TE anos (!) no ano que vem e que virou uma bíblia no assunto literatura com referências pop, apesar do drama musical e sentimental do personagem central, o livro tem “um quê de comédia”.

“Quem vai ficar com Morrissey?” tem prefácio assinado pelo jornalista musical português Pedro Gonçalves (ex-diretor da revista lusitana “Blitz”) e é dele a frase que abre o post, antes da foto inicial. Dobradinha: o livro também inaugura a Coleção Impulso, etiqueta para novos autores criada pela Edições Ideal, a mesma que lançou “Na Estrada Com Os Ramones”, além do “Mondo Massari” e das biografias do Slayer, do Dave Grohl e do Motörhead. Vai ser a primeira investida da editora em um livro de ficção.

A capa ainda não foi revelada, mas sabemos que ela terá a assinatura do designer e ilustrador de Curitiba Butcher Billy, famoso pelas cores e o estilo pop de seus desenhos, dois deles ilustrando o nosso post. Veja todos os trabalhos dele aqui.

Abaixo, a Popload destaca, com exclusividade, um trecho do livro:

“Smiths e Morrissey eram coisas minhas, que eu dividi com você. Tipo a minha cama.”

“Sua cama? Do que você tá falando?”

“Depois que a gente se separou, você vir a um show do Andy Rourke com outro cara é o mesmo que trepar com ele na minha cama. E, comigo presente nesse show, é fazer isso enquanto eu estou lá, tentando dormir.” Se estivesse sóbrio, talvez Fernando não tivesse coragem ou palavras mais exatas para expor seu improvável raciocínio, de lógica ainda mais improvável. Um absurdo, que passou despercebido pelo seu superego, mas não passaria por Lívia.

“Você tá bêbado, Fernando. Aliás, você é um bêbado.” Ela ameaçou levantar de novo, mas, de novo, Fernando a impediu. Segurando firme no seu braço, quase machucando-a, ele concluiu: “Escuta: quero que você pare de usar a minha cama. Não quero saber de você com outro homem nela. Antes, a cama era nossa, agora é minha.”

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QUEM VAI FICAR COM MORRISSEY?
Leandro Leal
(Edições Ideal – 2014)
O livro tem página no Facebook, vai lá. Lancamento previsto para este mês.

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Meu nome é Johnny: Marr sendo incrível nos Estados Unidos
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Lúcio Ribeiro

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A Popload destacou ontem que o grande Johnny Marr está nos Estados Unidos com sua concorrida turnê e se apresentando em diversos programas, tipo o do Jimmy Fallon. Ainda ontem, também, o famoso guitarrista dos Smiths fez um pocket show especial com quase uma hora de duração para a não menos famosa rádio indie KCRW, que fica na região de Los Angeles.

No set, músicas de seu mais recente disco solo – “The Messenger” – e faixas clássicas de sua antiga banda, tipo “How Soon Is Now?”, lindona, destacada abaixo junto com o show completo.

Vale lembrar que Johnny Marr é uma das atrações de peso do Lollapalooza Brasil do ano que vem, dias 5 e 6 de abril, em São Paulo.

Coisa fina.

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As aventuras de Marr na América. Incluindo uma quase reunião dos Smiths
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Lúcio Ribeiro

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Uma das grandes atrações do Lollapalooza Brasil ano que vem, o bamba Johnny Marr anda com a vida bem corrida em sua aventura pelos Estados Unidos nos últimos dias. Atualmente com uma extensa turnê pela região, o virtuoso ex-guitarrista dos Smiths fez participação no programa de Jimmy Fallon na sexta-feira passada. Por lá, apresentou “Generate! Generate!”, do seu ótimo disco solo “The Messenger”, lançado no início deste ano. Não podia faltar um som de sua antiga banda, claro. Daí ele mandou “Please, Please, Please, Let Me Get What I Want”, de 1984.

* No sábado, em uma espécie de mini-reunião dos Smiths, Marr recebeu no palco do famoso Webster Hall em NYC seu ex-parceiro de banda, o baixista Andy Rourke. Juntos, reviveram um dos maiores hits da banda, “How Soon Is Now?”, e também a “Please, Please…” de novo.

* Outro papo envolvendo o nome do guitarrista.
Marr concedeu entrevista ao blog cool BrooklynVegas e admitiu que daqui um tempo vai soltar um livro com sua história, seguindo os passos de Morrissey. Na entrevista, Marr falou da “necessidade” em se fazer isso. “Sim, vai ter um livro. Tive muitas propostas e pessoas me dizendo que a história da minha vida merece e precisa ser contada. Creio que é uma coisa que tenho que fazer. Quero que seja algo tão profundo que enquanto eu estiver envolvido nesse projeto não farei nenhum disco ou turnê. Vai acontecer e já tenho um acordo com uma editora”, disse Johnny.

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Enquanto em Manchester. Exposição dos Smiths acaba no final do mês
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Lúcio Ribeiro

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* Está na área? Na área de Manchester? Dia 31 de agosto, no BarcelonaNQ, na cidade do United e do City, termina a expo “The Smiths Poster Exhibition”, a tradução em imagens que acompanham a riquíssima obra do grupo de Morrissey e Johnny Marr. Os Smiths, você sabe, era uma banda bem visual, também, além das letras monumentais e o lirismo único. Enfim. Graças à lembrança do Guardian, seguem alguns pôsteres em cartaz na exposição. Eu (acho que) tenho um similar a esse do menino com sorvete, que ilustrou uma turnê americana da banda. Lembro de ter pago bem caro.

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A polêmica da não-turnê do Morrissey, que parece estar bem de saúde em Los Angeles com o… Noel Gallagher
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Lúcio Ribeiro

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Um dos maiores imbróglios envolvendo shows recentemente na América do Sul, sem dúvida, é esse dos que o Morrissey faria na região. O ex-líder dos Smiths, que passou grande parte do primeiro semestre lutando contra problemas de saúde, estava bem para excursionar em terras latinas durante um mês, em turnê que começaria em Lima no início deste mês e terminaria em Brasília, dia 4 de agosto.

O primeiro capítulo da saga se iniciou exatamente no Peru. Morrissey já estava na cidade de Lima há alguns dias e estava até ensaiando o repertório dos shows, mas um dia antes das duas apresentações na cidade ele precisou adiar os compromissos devido a uma intoxicação alimentar e voltou para Los Angeles. Desde então, pipocaram notícias de que toda a turnê latina havia subido no telhado, mas as produtoras locais sempre soltavam notas desmentindo os boatos e garantido os shows.

O “boato” final rolou no sábado, quando o próprio Morrissey postou uma carta no site True To You, canal quase oficial do cantor, na qual o maior britânico vivo dizia que já estava cansado de pedir desculpas por tantos contratempos e cogitou, inclusive, se aposentar. Mesmo com o comunicado pesado de Morrissey, produtoras da Argentina e do Brasil ainda asseguravam que os shows iriam rolar e a venda de ingressos continuou.

Só que, na última segunda-feira, veio o comunicado oficial por parte do staff de Morrissey informando que a turnê estava mesmo cancelada. Desde então, surgiram especulações se o cancelamento teria relação com os problemas de saúde de Morrissey, mas a alegação mais plausível, parece, é que o cantor “não quis vir” por questões financeiras.

Ainda na segunda-feira, a produtora Colors, responsável pelos shows de Morrissey no Peru e no Chile, soltou um extenso comunicado tentando explicar o cancelamento da turnê. De acordo com a produtora, a opção partiu do próprio cantor, tanto que até seu empresário ficou surpreso com o comunicado publicado pelo artista no sábado pela manhã.

A Colors disse que, desde então, procurou seus direitos junto ao staff de Morrissey e exigiu explicações mais claras. De acordo com o comunicado despachado para a imprensa, Morrissey alegou que uma vinda para a América do Sul neste momento “não seria atrativa por questões econômicas”, tanto que ele usa o termo “lack of funding” em sua carta. A alegação do lado da produção do cantor é a de que Morrissey recentemente teve muitos gastos financeiros “inesperados” com questões médicas e com deslocamentos inesperados de sua equipe saindo de Lima para Los Angeles e outra parte para Londres.

Por fim, a Colors lamentou todo o ocorrido e fez questão de frisar que a quebra do acordo foi unilateral (por parte de Moz). Desde o cancelamento oficial, fãs do cantor misturam sentimentos que vão do amor ao ódio. Uma foto de uma fã circulou nas redes sociais nesta semana, com o Morrissey ao fundo, em um bar, com uns amigos.

Agora apareceu outra foto, divulgada pelo ator e comediante britânico Russell Brand, na qual ele aparece ao lado de Morrissey e Noel Gallagher em um outro bar, na cidade de Los Angeles, ontem.

Parece que a saúde está em dia para o nosso ídolo. O Noel confirma.

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