Blog POPLOAD

Arquivo : setembro 2011

Tendência na nova música: O “THE” no meio é o novo “THE” no começo
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Nova York.

* Lembra quando, no comecinho dos anos 00, o (The) Strokes veio para salvar o rock (hehe) e trouxe com ele um comboio desgovernado de bandas com THE no nome? OK, a gente já tinha The Rolling Stones e The Smiths e The Charlatans e The Cramps e The Engenheiros do Hawaii etc. Mas foi numa época entre 2000 e 2003, principalmente, que a multiplicação (à la The Gremlins) dos The xxxxxxs passou dos limites. Ficou tudo tão igual que lá por 2004 nem as próprias bandas usavam o “The” mais. Foi a “orkutização” do THE, digamos. =)

Tentei fazer uma lista das THE indie-bandas da época e, por cima, lembrei uns 30 nomes. The Strokes, The White Stripes, The Hives, The Vines, The Killers, The Kills, The Kooks, The Libertines, The Subways, The Black Keys, The Raveonettes, The Cribs, The Zutons, The Von Bondies, The Rakes, … (* inserir outros 150 nomes aqui).

Lá por 2005 os “The” foram diminuindo, morrendo, sendo ignorados até que chegamos em 2011 e aparentemente todos os nomes de banda do “Band Name Generator” com THE se esgotaram. E a galera resolveu inovar e colocar o “THE” no meio. Mas não basta o “THE” precedido de “& / And”, só adicionando um componente, como em “Noah and the Whale” ou “Nick Cave & The Bad Seeds”, por exemplo. Esses não valem e exemplos assim já temos um monte. É o “The” definindo algo/alguém (como “Cage The Elephant”, que em uma tradução literal e feia pode ser “Enjaule o Elefante”) ou precedendo um “título”, como em “Tyler The Creator”.

* Consegui pensar nos exemplos abaixo. Vocês lembram de mais algum?


Popload nos EUA, terra da… NOVA NEW RAVE (Heeeein?)
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Nova York.

* Hey, cadê o rock, o hip hop que estavam aqui?

*  Direto no aeroporto para o stand da Hudson News, para fazer aquela “varredura” de revistas, sou recebido pela “Spin” especial “Dance Issue – The New Rave Generation”. A capa é aquele Skrillex, que eu alertei aqui, moleque gótico de Los Angeles, ex-emo e atual “gênio” do complextro (?!?!?!?), termo novo de compreensão bizarra mas que de uma certa forma indica um estilo mistureba de música copy-paste, electro, maximal e dubstep. Caraca!!

É séria a parada, segundo a “Spin”. Faz certo sentido. Você pega a farofada do Tiesto, a dance ácida metal do Justice, o dub que tem deixado a inglesada nova louca há tempos, essa vanguarda californiana de recortes dance-rap tipo Flying Lotus, o dancehall jamaicano baticum do Diplo (Major Lazer) e dá tudo na mão dessa molecada mais adulta e desocupada das idéias, que não quer mais ser emo. E você tem a NOVA NEW RAVE, hahaha. O buzz GIGANTE em torno desse californiano Skrillex faz sentido.

São esses mesmos os caras da “New Rave Revolution” da “Spin”:  Skrillex, Tiesto, Justice, Deadmaus, Diplo… O título da reportagem de capa é ótimo: “Harder. Better. Faster. Stronger”. E essa Dancy Party USA é assim explicada pela revista: “Almost 15 years after SPIN prematurel declared an Amernican ‘electronica revolution’, it’s happening… Led by a former emo foot soltier turned mini-shaman, kids are going mad for electronic dance music. And a frenzied tribe of ravers is on a previously unimaginable roll”.

OK?


Libertines e Blur no Brasil
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Lúcio Ribeiro

Ou mais ou menos isso…

Uma das mentes brilhantes do Libertines, Carl Barat avisou via Twitter que tem show marcado para o Brasil. Não especificou datas nem locais. Só informou que, com ele, vem também Dave Rowntree, baterista do Blur.

 

 

Após o fim do Libertines, Carl lançou projetos solo e com a banda Dirty Pretty Things.

Semana passada, o cantor finalizou sua turnê (solo) de verão pela Europa e agora ele vai se focar nos ensaios de “Pop’pea”, uma ópera rock inspirada na obra de Claudio Monteverdi (L’Incoronazion Di Poppea) que entrará em cartaz no verão do ano que vem em Paris, no Grand Theatre Du Châtelet. Carl interpretará Nero, Imperador de Roma.

Além da ópera, Carl gravou participação no filme “The Man Inside”, que conta a história de um jovem boxeador perseguido pelo legado de seu pai, um gangster brutal. A obra, que está em fase final de produção, será estrelada por Peter Mullan e Ryan Michelle e tem a direção de Dan Turner.

Em entrevista para um jornal de Whitehaven (UK) semana passada, Carl indicou que o Libertines pode voltar a se reunir. “Claro que eu gostaria de voltar a reunir a banda. Temos que ver o que os caras estarão fazendo ano que vem. Os shows de reunião funcionaram bem”, comentou, se referindo às apresentações nos festivais de Reading e Ledds, ano passado.

 


Bagunçou geral: TYLER THE CREATOR confirmado no SWU! Copacabana Club, Is Tropical, Black Angels e Playing for Change também
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Lúcio Ribeiro

Agora é oficial: o SWU virou uma bagunça. Mas uma bagunça boa, é bom ressaltar.

Como a Popload antecipou ontem, o bamba Tyler the Creator vem com seu coletivo arruaceiro Odd Future Golf Wang Kill Them All para ecofestival de Paulínia, onde será a principal atração do palco New Stage. A apresentação deles está marcada para o dia 12 de novembro.

Além do Odd Future, a organização do SWU anunciou que Copacabana Club (dia 12), Is Tropical (13), Black Angels (14) e o projeto Playing for Change (13) engrossam a lista de atrações do festival, que acontece entre os dias 12 e 14 de novembro no interior paulista.

Destaque também para o  Is Tropical. Vale lembrar que eles são responsáveis por um dos melhores vídeos do ano, da bem boa “The Greeks”.


Há 20 anos, Nirvana era expulso da própria festa de lançamento do “Nevermind”
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Lúcio Ribeiro

13 de setembro de 1991: há exatos 20 anos, Kurt Cobain, Dave Grohl & Krist Novoselic estavam no Re-Bar – famosa e bizarra casa de shows de Seattle (onde a programação vai desde sarau de poesia a shows de striptease) – para a festa de lançamento de “Nevermind”, álbum que seria lançado oficialmente 11 dias depois e elevaria o Nirvana à condição de banda mais importante do mundo naquela época.

Na festa, realizada numa sexta-feira 13, tinha muita bebida e comida, tipo lanchinho. Aliás, a comemoração acabou por causa desses lanchinhos: dizem, houve uma guerra de comida de proporções caóticas e a farra terminou quando um segurança tirou o Nirvana de lá, sem saber que o Nirvana era o Nirvana hahaha.

Reza a lenda que Kurt confidenciou a um amigo próximo naquela noite que, com “Nevermind”, ele seria em breve tão famoso quanto o Axl Rose, que era o “cara” da época. Muita gente, óbvio, achou que era piada.


Kurt chega animadão ao Re-bar, para festa de lançamento daquele que se tornaria um dos maiores álbuns da história



Em 13 de setembro de 1991, Dave Grohl provavelmente nem sonhava que faria parte da maior banda do mundo poucos meses depois. Muito menos da maior banda do mundo 20 anos depois



Shelli Hyrkas, primeira esposa de Krist, aproveitou para tirar fotos para a eternidade com a banda



Novoselic e Cobain visivelmente emocionados com a festa que acabaria em guerrinha de comida


Você também achou fraco o incrível disco novo do DRUMS?
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Lúcio Ribeiro

* Eu não achei. Muito pelo contrário.

* Lançado hoje nos EUA em vinil e CD, lançado há uma semana em streaming e lançado há semanas na internet, o disco “Portamento”, segundo esforço sônico do incrível grupo novo The Drums, do Brooklyn (NYC), está enroscado. Quase não encontro uma crítica favorável ao álbum.

Deve ter alguma coisa de errada. O disco é tipo maravilhoso. Não curti muito o “Portamento” na primeira audição, passou razoável pela segunda e, na seguinte, já era um dos discos mais gostosos de 2011 na opinião da Popload enquanto pessoa física. O termo “gostoso” no caso, que abarca também os álbuns deste ano do Metronomy e do Kills na mesma proporção com cada um na sua, é naquele sentido de músicas legais + batidas espertas + guitarrinha envolvente + letras incríveis de tão simples + remissões a bandas bacanas embora com personalidade própria + disco que dá vontade de dançar + que muda o humor + que deixa o dia mais alegre + que estimula a sair da cama + que dá desejo de ver o show. Essas coisas somadas.

O modern pop do Drums pertence ao indie americano, mas tem cara de inglês. É megamoderno, mas remete a Smiths, Cure, Joy Division e New Order. E Felt, manja Felt? Mas não é tão dramático quanto os ingleses. O astral aqui é positivo. Mesmo sofrendo nas letras, o figurinha Jonathan Pierce, parece filho do Alex Franz Ferdinand Kapranos, sobrinho do Morrissey. Mas com cabelo tigela loiro. E dança bem melhor (que o Kapranos). Isso tudo já foi falado 100 vezes, aqui e fora daqui.

“Portamento” é um desfile de músicas facinhas e deliciosas, do começo ao fim. Tem a ótima “Money”, nossa velha conhecida, até porque o Drums tocou ela aqui no Estúdio Emme antes mesmo de tocá-la em Nova York. Ou a primeira vez fora de Nova York. Não lembro bem o que o Pierce falou, mas só para recordar como a música é nossa “amiga” já.

Mas o disco pode ser definido em uma canção só, “Hard to Love”. Começa com palminhas, depois entra com um baixo saliente e balançado que não sai do mesmo ritmo até o refrão, depois volta até a música acabar. Aí entram o vocal lindo de Pierce, a bateria e a guitarrinha cadenciada em poucas notas, tudo de uma vez. Nessa já está-se dançando pela sala. Pierce tipo envolve pegajosamente com sua voz, algo urgente, com pressa, cheia de uhus e ahas. Se você não presta atenção nas palavras, sua voz passa uma sensação feliz. Mas ele está se sentindo miserável com o amor duro de amar dele. “Me diz por que eu quero morrer quando você me olha com esse olhar?”. Aí ele desabafa, em inglês para ficar mais bonito: “And I would never leave you, but you hard to love”.

Sabe como o disco acaba? Com a linda de morrer “How It Ended”. Bravo, Pierce!

Acho que já postei isso, mas vale o repeteco oportunista. The Drums tocando “Money”, do disco novo, em São Paulo.

Na vibe do lançamento de “Portamento”, o Drums vem lançando em seu site uma série de vídeos chamada “Visiomento“, com papinhos gerais, faixas do disco novo tocadas ao vivo no estúdio deles. Tudo num clima “Lost”, pode reparar. Hoje subiu o vídeo “Novas Tecnologias em Música”, um episódio 4 apresentado pelo guitarrista e tecladista Jacob Graham, como se o estúdio do Drums fosse uma estação do Dharma e a banda fosse dos anos 60. E nós estivéssemos achado o “Portamento” agora, 50 anos depois de ser gravado. Molecadinha maluca.

O primeiro vídeo de “Portamento” foi a bela “What You Are”, desempenhada ao vivo nesse clima “Lost”.


Primal Scream toca em cinco cidades do “Brazil”. E a gente não sabia!
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Lúcio Ribeiro

* Neste 2011 cheio de efemérides, por tudo o que aconteceu em 2001 e 1991, está chegando a hora de receber o viajante show especial do cultuado grupo escocês Primal Scream. Aqui em São Paulo, a banda toca seu marcante álbum “Screamadelica”, discaço de 20 anos de idade, inteirinho e acrescido de hits da carreira, dentro do festival POPLOAD GIG, a parte realizadora deste blog que não só fala (escreve), mas…

Com os preciosos ingressos a venda, o Primal Scream começa sua tour brasileira pelo Rio de Janeiro, no esquema Queremos, tocando no charmoso Circo Voador, dia 23 deste mês. Para os ávidos paulistas e na ávida POPLOAD GIG, Bobby Gillespie e banda se apresentam no dia seguinte, 24 de setembro, no HSBC Brasil. Depois é a vez do Opinião de Porto Alegre receber as cores sonoras do “Screamadelica”, dia 26. Tudo muito lindo.

Mas daí que alguém que cuida da manutenção e atualização do site oficial do Primal Scream incluiu mais duas cidades brasileiras na turnê da banda. Seriam dois shows, um em cada, nas cidades de Santiago e Buenos Aires. Haha. A piada é velha, mas é sempre boa de contar.

Argentina e Chile, come together!!!

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Oh, no! TYLER THE CREATOR no SWU!!! E a discussão rapper-hipster-rapster nas redes sociais brasileiras
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Lúcio Ribeiro

* Agora sim, SWU. O rapper-bagunça Tyler the Creator parece mesmo que vem ao Brasil com sua banda de comparsas que formam a Odd Future, a Popload foi informada. Povo de Paulínia, não tem para onde correr!!!! Se nada deu errado nas últimas horas, o demoninho-com-cara-de-gente fina Tyler e seu coletivo Odd Future Golf Wang Kill Them All devem ser anunciados a qualquer momento como atração do ecofestival SWU 2011, que acontece 12, 13 e 14 de novembro no interior paulista.

Tyler é um dos mais prolíficos artistas do hip hop alternativo americano. Seu som mistura falação com hip hop duro, que às vezes dialoga com essa dark wave do rock e com a eletrônica pesada. Garoto-problema, matraca que dispara nas letras contra artistas do pop e do hip hop mainstream americano, 24h/dia no Twitter e sujeitinho que aparenta ter nascido colado a um skate, o furacão Tyler, 20 anos, traz seu show “bagunça organizada entre amigos” para São Paulo pouco tempo depois de ganhar o prêmio de “Best New Artist” da MTV dos EUA. 2011 já está muito marcado, entre outras coisas, pelo vídeo do vômito “Yonkers” e pelo polêmico álbum “Goblin”.
Segura, Brasil.

* A GRANDE POLÊMICA INDIE RAPPER HIPSTER RAPSTER: O melhor de tudo é que Tyler e sua gangue acabam chegando em um momento “delicado” (cóf) no cenário musical brasileiro. Aquele em que os rappers Emicida e Criolo caíram no gosto do povo indie-hipster. Acho eu que isso é até positivo e tal. Mas, como em toda discussão “olê olê eu sou mais xiita que você”, a galera mais, er, roots não curtiu! Tipo quando a gente leva um susto ao ver a Sandy fazendo cover do Oasis, sabe? Bem, e daí que o Criolo e o Emicida _ já!_ entraram na categoria do “ame ou odeie” nas redes sociais. E nos grupos de discussão _ não, não estamos em 2005 (alô, Orkut). Eu perdi o bonde, acho, mas pelo que eu entendi ficamos assim, com um casual “10 Mandamentos do Rapster”:
1. Criolo na “Serafina”, não pode.
2. Emicida no pavoroso vídeo “diga não às drogas” do Rock In Rio, não pooooode.
3. Se você começou a gostar agora, não pode.
4. Se for branco, não pode.
5. Falar mal, não pode.
6. Falar bem, é jabá.
7. Gostar de rap e de Strokes ao mesmo tempo, não pode.
8. Gostar de Odd Future sem gostar de Emicida, não pode.
9. Gostar de Criolo sem gostar de Racionais, também não pode.
10. Gostar só de Odd Future e de mais nada, não pode MESMO.

A patrulha da cyber polícia está de olho. YOU’RE F*CKIN’ WELCOME, TYLER.


SWU anuncia Modest Mouse, !!! e Ash
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Lúcio Ribeiro

O ecofestival SWU reforçou seu line up com algumas atrações para o palco “New Stage”, que tinha como banda confirmada até agora apenas a pop Simple Plan, no dia 12 de novembro.

No início da tarde de hoje, foram anunciados outros cinco nomes: os ótimos Modest Mouse e !!! (Chk Chk Chk) se apresentam no dia 13. No dia seguinte, será a vez do veterano grupo irlandês Ash,  do australiano Bag Raiders e do americano do Hawaii Pepper.

Destes, destaque para o Modest Mouse, banda tradicionalíssima do indie americano que tem quase 20 anos de carreira e não conseguiu vir uma só vez antes para o Brasil (que eu me lembro). No primeiro semestre eles estiveram cotados para o Planeta Terra, mas acabaram caindo no SWU e devem fazer aquele show bonito de se ver no fim de tarde de Paulínia.


Música do ano: Grouplove, “Itchin’ on a Photograph”
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Lúcio Ribeiro

* Aliás, amanhã sai nos EUA o primeiro disco da banda californiana GROUPLOVE, cheio de “músicas do ano”, pelo que eu pude ouvir até agora. “Never Trust a Happy Song”, título ótimo do álbum, abre exatamente com essa “Itchin’ on a Photograph”. Pedradinha tipo Nirvana: momentos calmos intercalados a gritaria louca. Mas músicas como “Tongue Tied”, “Colours” e “Naked Kids” também pedem atenção imediata.

O Grouplove, para variar, chamou atenção primeiro dos ingleses, que tocam a banda desde o começo do ano, graças ao EP deles homônimo lançado no final do ano passado e muito por causa da delirante “Tongue Tied”, música que o MGMT daria uma de suas roupas hippies para ter feito. Mas agora, pela aparente aceitação geral no underground americano, é o tipo de banda que vai estar bem posicionada nos festivais de verão de 2012, pode escrever. O Grouplove se junta ao Foster the People na turma dos novos indie californianos, arranhando a hegemonia do Brooklyn no novo rock americano. Tenho escutado bastante nos últimos dias a KEXP, rádio bacana de Seattle. Acho que, desde o último sábado, já ouvi diversas vezes pelo menos duas músicas diferentes do Grouplove.

Veja o vídeo dessa fofa “Itchin’ on a Photograph”. Aliás, depois, ouça o disco inteiro, em advance.

Grouplove ‘Never Trust A Happy Song’ by ATL REC