Os robôs falam. Daft Punk sobre o Daft Punk
Lúcio Ribeiro
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* Nos últimos dias duas grandes e raras entrevistas do duo francês Daft Punk surgiram, uma para a Radio One inglesa, outra para a ótima Triple J, emissora radiofônica australiana. Thomas Bangalter (o robô mais alto nos shows, nos vídeos) e Guy-Manuel de Homem-Christo falaram (Thomas bastante, Guy muito pouco) sobre “Random Access Memories”, o tal NOVO DISCO DO DAFT PUNK, a obra musical mais falada dos últimos tempos, que sai semana que vem. É o primeiro disco oficial do DP desde “Human After All”, de 2005. Foram uma das primeiras entrevistas em muitos anos. Para o famoso DJ e produtor Pete Tong, da Radio One, foi a primeira entrevista em 10 anos mais ou menos, eles tentaram lembrar.
Uma vez, na qualidade de “veículo brasileiro”, a Popload entrevistou os Daft Punk junto com alguns outros jornalistas nacionais em Dublin, na Irlanda. Era 2006, eles tocariam naquele dia num parque da terra do U2. Depois, em dois meses, no Brasil, no saudoso Tim Festival. Na entrevista, o que eu pude reparar, como você pode ver abaixo numa miscelânea interpretativa de frases das conversas atuais com Radio One e Triple J, é que eles são humanos.
“O disco demorou porque tiramos um tempo para nos descobrir e ver onde isso ia nos levar. Essa história de chamar vários músicos, DJs e produtores para colaborar, na tradição dos bons tempos da house music de Chicago, nos fez acreditar que desta vez estávamos realmente indo a um estúdio, realmente fazendo um disco. Em um sentido, este é o primeiro disco do Daft Punk da história. É o mesmo tipo de música que sempre fizemos, mas é o disco que sempre quisemos fazer na real.”
“Estamos trabalhando nós mesmos em vários remixes para as músicas do disco. Mas não chamaremos muitos colaboradores para isso. Será mesmo o Daft Punk remixando Daft Punk.”
“Foi na música ‘Instant Crush’ que tivemos trabalhando com a gente o Julian [Casablancas], dos Strokes. Strokes provavelmente é a nossa banda de rock favorita. Ficamos muito entusiasmados em fazer algo diferente, que a gente nunca tinha feito antes e que ELE nunca tinha feito antes. ‘Instant Crush’ é a junção de músicas que a gente gosta.”
“Não há planos para os shows ao vivo ainda. Estamos dando um passo de cada vez. Primeiro queremos que todo mundo ouça bastante o disco. Nosso shows não são muito comuns, não excursionamos muito, mas vamos ver onde o disco novo nos leva, ao vivo.”
“Queremos [sobre vídeos ‘convencionais] experimentar com os formatos, por isso que estamos trabalhando vídeos de 15 segundos, 30, 60. Dá para tirar coisas mais legais nos vídeos de um minuto do que nos de formato de três minutos. A última coisa que queríamos para chamar a atenção deste disco tão rico musicalmente era elementos visuais extensos que disputassem atenção com o som, com as músicas novas.”
Abaixo, se você arranha no inglês, a boa entrevista dos Daft Punks feita pelo Pete Tong, que foi ao ar na BBC sexta-feira à noite, mas foi gravada em Los Angeles, na época do Coachella (que eles não tocaram).
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