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O melhor do Super Bowl, tirando o jogo (claro)
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Lúcio Ribeiro

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* Você sabe. O Super Bowl, a grande final do futebol americano, é uma das maiores festas do esporte mundial, atrás de Copa do Mundo, Olimpíada e, talvez, o Paulistão deste ano se tudo continuar correndo bem. E essa festa do esporte é também a festa do entretenimento, tipo bandas grandes tocando, teasers de séries de TV e filmes sendo apresentados, propaganda de marcas estreando etc.

A Popload faz um rápido recap do que rolou ontem no hipertriliardário intervalo do jogo em que o Seahawks, de Seattle, bateu o Broncos, de Denver, por 43-8, caso você ainda não sabe o resultado e está louco para ver quem ganhou.

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*** A volta de Jack Bauer em “24”

Caceta. Jack is back. O canal pago Fox passou no Super Bowl vários teasers da grande volta da série, que reestreia em 5 de maio depois de oito temporadas encerradas “definitivamente”, há quatro anos. O título do novo dia complicado na vida de Jack Bauer (e da nossa) é “Live Another Day” e vai mudar o formato conhecido da série. Terá 12 episódios, que continuarão a representar uma hora em tempo real da trama. Mas vai dar uns saltos no tempo entre os capítulos. Duas coisas que você precisa muito saber: a nova temporada mostrará encrencas terroristas em LONDRES. E a Chloe, morena e com o cabelo fashion-londrino, tipo a Lisbeth Salander, volta com o Jack para a série.


*** O comercial anos 80 da “hoje moderna” Radioshack

Radioshack, a loja de trecos eletrônicos que tem nos EUA todos, vive um fim de uma era desde ontem. Mas para o bem (talvez). E é a modernização da rede. Tem tantas referências anos 80 no comercial que dá até para ficar tonto. O Alf (ETeimoso), o Dee Snider do Twisted Sister, o Chucky, o Erik Estrada (“Chips”), o John Oates, parceiro do Daryl Hall. E todos vão embora num Delorean, do “De Volta para o Futuro”. Muito bom.

*** O trailer do “Amazing Spider-Man 2”
No Brasil, “O Espetacular Homem-Aranha 2”. Nos EUA entrará em cartaz dia 2 de maio. No Brasil, final de junho. Peter Parker terá dois inimigos na trama e muitos amigos na trilha sonora e na música tema, como Pharrell Williams e Johnny Marr.


*** A propaganda de chorar da Budweiser

Me refiro ao comercial fofo da amizade entre um cãozinho adotado e um cavalo de raça, os “best buds” da Budweiser, que é uma espécie de continuação da propaganda da marca de cerveja do ano passado, feita também para o Super Bowl, que já era de arrancar lágrimas. A Bud Light, outra bebida da marca, também foi representada com alguns comerciais. Entre eles o do Schwarzenegger jogando ping pong, muito bom também. Mas este do puppie e do cavalo não dá para aguentar. Juro.

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*** Bob Dylan e a Chrysler
O herói folk falando por que a América é a América, no comercial da empresa de carros americana. No final ele diz: “Deixe os alemães produzirem sua cerveja, deixe a Suíça fabricar seu relógio, deixe a Ásia montar seu smartphone”. E finaliza: “Nós vamos fazer seu carro”.

*** O veterano grupo Blondie, da ex-diva master Debbie Harry, tocou ontem numa passarela dos anéis que levavam à arquibancada do estádio do Super Bowl. Muita gente nem sabia, passou pela tal passarela e de repente lá estava o Blondie tocando “Call Me”.

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*** O Foo Fighters, do Dave Grohl, tocou numa festa pré-Super Bowl, ontem, em Nova York. Foi numa balada produzida pela Bud Light e aconteceu por duas horas num avião transformado em navio no meio do rio Hudson. Em que pese ter sido uma festa fechada em um avião-navio, foi o primeiro concerto do FF em Nova York desde 2012. O show foi transmitido ao vivo pelo site da cerveja. E tem 45 minutos dele em vídeo aqui embaixo.

*** E, claro, o U2. Durante o Super Bowl, a megabanda lançou uma nova música, “Invisible”, que estará em seu disco novo, produzido pelo Danger Mouse. O som não é propriamente o primeiro single do álbum, mas uma prévia. “Invisible” está disponível gratuitamente por 24 horas (desde ontem) no iTunes. A cada download feito, o Bank of America doará 1 dólar para a instituição a ONG RED, que capta fundos na luta contra Aids, tuberculose e malária especialmente em países da África. Antes de passar no Super Bowl, a música foi vista vazada no Facebook.

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Built to Spill fazendo o Bob Dylan e sendo in-crí-vel
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Lúcio Ribeiro

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Uma das melhores bandas que apareceram nas últimas décadas na música alternativa, o grande Built to Spill, dos grupos prediletos deste espaço, está envolvido em um projeto inusitado que presta tributo a outro grande da música, Bob Dylan.

Será lançado dia 25 de março o disco “Bob Dylan In The 80s: Volume One”. Como o nome sugere, a obra foca em um período importante da carreira do lendário cantor e compositor, que no início dos anos 80 se afastou da fé cristã para retomar suas raízes judaicas. Enquanto tentava adaptar o som oitentista ao seu estilo, Dylan lançou em 1983 o disco “Infidels”, um dos mais marcantes de seu catálogo.

E é de “Infidels” que o Built to Spill extraiu uma faixa para participar do projeto. A banda norte-americana emprestou sua criatividade e potência sonora à clássica “Jokerman”, que a gente pode ouvir abaixo e fazer o download de forma gratuita. Além do BtS, participam do projeto nomes como Keer Trick, Reggie Watts, Elvis Perkins, o Lucius (hehe) e ainda a dobradinha Gene Ween e Slash.

* “Bob Dylan In The 80s: Volume One”, tracklist
01. Langhorne Slim & The Law – “Got My Mind Made Up”
02. Built to Spill – “Jokerman”
03. Reggie Watts – “Brownsville Girl (Reprise)”
04. Craig Finn – “Sweetheart Like You”
05. Ivan & Alyosha – “You Changed My Life”
06. Deer Tick – “Night After Night”
07. Dawn Landes & Bonnie “Prince” Billy – “Dark Eyes”
08. Tea Leaf Green – “Waiting To Get Beat”
09. Aaron Freeman & Slash – “Wiggle Wiggle”
10. Elvis Perkins – “Congratulations”
11. Hannah Cohen – “Covenant Woman”
12. Marco Benevento – “Every Grain Of Sand”
13. Yellowbirds – “Series Of Dreams”
14. Blitzen Trapper – “Unbelievable”
15. Lucius – “When The Night Comes Falling From The Sky”
16. Glen Hansard – “Pressing On”
17. Carl Broemel – “Death Is Not The End

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Bob Dylan, versão gospel, se misturando com o Wilco e o My Morning Jacket
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Lúcio Ribeiro

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Uma das turnês mais cobiçadas do momento em terras norte-americanas é a “AmericanaramA”, excursão conjunta do Bob Dylan com as bandas My Morning Jacket e Wilco.

A parceria, que vai “terminar” só dia 4 de agosto em São Francisco, tem reservado certas surpresas. Duas semanas atrás em Tuscaloosa, a Popload destacou, o Wilco e o My Morning Jacket fizeram juntos uma versão para “Cinnamon Girl”, de Neil Young. Desde então, os fãs estavam esperando algo que envolvesse as duas bandas e o grande e difícil Bob Dylan.

Eis que, na última segunda, em Toronto, Dylan convidou ao palco durante seu show os vocalistas Jeff Tweedy (Wilco) e Jim James (MMJ). Juntos, cantaram “Twelve Gates To The City”, famosa e clássica faixa meio country gospel do Reverend Gary Davis, uma das principais referências de Dylan.

Ficou mais ou menos assim.


O grande sonho de David Lynch
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Lúcio Ribeiro

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* Um dos seres mais geniais e perturbados da história da cultura pop, mais notadamente em cinema e TV, promete ser nome cada vez mais bem falado na música neste 2013.

O grande David Lynch lança na próxima segunda-feira, 15 de julho, seu novo disco. “The Big Dream” é a segunda aventura musical do renomado diretor de cinema e TV e chega como sucessor de “Crazy Clown Time”, álbum de estreia lançado em 2011.

Com 13 faixas, “The Big Dream” tem homenagem a Bob Dylan (com a cover de “The Ballad of Hollis Brown”) e participação especial da cantora indie Lykke Li.

A plataforma de streaming Advance, da bíblia musical Pitchfork, já liberou o disco para audição. Vamos ficar de olho no grande sonho do Lynch, quase sempre uma tarefa nada simples.

* Tracklist.

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Wilco, em turnê com o Bob Dylan, fazendo o Neil Young
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Lúcio Ribeiro

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Depois de estrelar seu próprio festival mês passado, reverberado aqui na Popload, quando fez um show só de versões covers (27 no total), o Wilco caiu na estrada para retomar a turnê especial “AmericanaramA” junto com o My Morning Jacket e o Bob Dylan.

A primeira apresentação dessa nova perna da tour iniciada em abril foi em Tuscaloosa, na última quarta-feira. Ao lado do My Morning Jacket, o Wilco fez uma incrível versão para “Cinnamon Girl”, um dos principais clássicos do rico catálogo da lenda Neil Young. A turnê tem mais ou menos 20 shows daqui até 4 de agosto, em São Francisco.

* O que cada banda tocou:

Wilco
Handshake Drugs
Wishful Thinking
I’ll Fight
I Am Trying to Break Your Heart
Pot Kettle Black
Less Than You Think
Art of Almost
Far, Far Away
Hesitating Beauty
Born Alone
Cinnamon Girl (Neil Young cover with My Morning Jacket)
Jesus, Etc.
Impossible Germany
I’m the Man Who Loves You
Dawned on Me

My Morning Jacket
Tonite I Want to Celebrate With You
Circuital
Evil Urges
Anytime
Wonderful (The Way I Feel)
The Bear
Dondante
I Think I’m Going to Hell
Victory Dance
Wordless Chorus
Gideon

Bob Dylan
Things Have Changed
Love Sick
High Water (For Charley Patton)
Soon After Midnight
Early Roman Kings
Tangled Up in Blue
Duquesne Whistle
She Belongs to Me
Beyond Here Lies Nothin’
A Hard Rains A-Gonna Fall
Blind Willie McTell
Simple Twist Of Fate
Summer Days
All Along The Watchtower
Ballad Of A Thin Man


Uma turne aí: Bob Dylan + Wilco + My Morning Jacket
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Lúcio Ribeiro

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* Festival é sempre um bom motivo para armarmos uma viagem para o exterior, prática de certa forma comum hoje em dia. Mas às vezes uma turnêzinha bem amarrada pode ser uma outra grande razão para tirar o passaporte da gaveta. Tipo essa do segundo semestre nos EUA que, se for verdade, vai reunir Daft Punk, Justice e Chemical Brothers. Uma vez, em 2007, saí daqui para, entre outras coisas, ver uma turnê conjunta de LCD Soundsystem e Arcade Fire, apenas com o Gossip abrindo. As três bandas em seus grandes momentos ao vivo. Às vezes bandas hardcore americanas e hip hop fazem umas turnês dessas em conjunto, em algumas ocasiões até se misturando.

Daí que agora ninguém menos que mister Bob Dylan anunciou para o verão deles, agora, uma turnê chamada Americanarama, que terá sua presença mais a dos adorados Wilco e My Morning Jacket, com participações alternadas de nomes como Richard Thompson ou o incrível Wild Feathers, do Tennessee, chamados por muitos de “o novo Wilco”, delicioso som jeca de meio-oeste sobre garotas e passeios a cavalo. I-há!

Bob Dylan já está atualmente em tour. Mas esse festival Americana será uma extensão de seu giro pelos EUA a ser iniciada dia 26 de junho na Flórida, só acabando no começo de agosto, na Califórnia. Serão 25 datas. Hummmm.

06/26 – West Palm Beach, FL @ Cruzan Amphitheatre
06/27 – Tampa, FL @ Live Nation Amphitheatre
06/29 – Atlanta, GA @ Aaron’s Amphitheatre at Lakewood
06/30 – Nashville, TN @ The Lawn at Riverfront Park
07/02 – Memphis, TN @ AutoZone Park
07/05 – Noblesville, IN @ Klipsch Music Center
07/06 – Cincinnati, OH @ Riverbend Music Center
07/07 – Columbus, OH @ Nationwide Arena
07/10 – St. Paul, MN @ Midway Stadium
07/11 – Peoria, IL @ Chiefs Stadium
07/12 – Chicago, IL @ Toyota Park
07/14 – Clarkstown, MI @ DTE Energy Music Theatre
07/15 – Toronto, ON @ Molson Canadian Amphitheatre
07/18 – Darien Center, NY @ Darien Lake Performing Arts Center
07/19 – Bridgeport, CT @ The Ballpark at Harbor Yard
07/20 – Mansfield, MA @ Comcast Center
07/23 – Columbia, MD @ Merriweather Post Pavilion
07/24 – Virginia Beach, VA @ Farm Bureau Live at Virginia Beach
07/26 – Hoboken, NJ @ Pier A Park
07/27 – Wantagh, NY @ Nikon at Jones Beach Theater
07/28 – Camden, NJ @ Susquehanna Bank Center
07/31 – Denver, CO, @ Fiddler’s Green Amphitheatre
08/01 – Salt Lake City, UT @ USANA Amphitheatre
08/03 – Irvine, CA @ Verizon Wireless Amphitheatre
08/04 – Mountain View, CA @ Shoreline Amphitheatre

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De Young para Dylan, com carinho
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Lúcio Ribeiro

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Na estrada pela América do Norte, divulgando o álbum “Americana” com a formação original da Crazy Horse, a lenda Neil Young brindou o público em um show recente no famoso anfiteatro Red Rocks, na região de Denver.

Sozinho no palco, Neil mandou a inédita “Twisted Road”, uma espécie de confissão pessoal revisitando o passado, quando ele ouviu músicas que se tornaram importantes para sua formação musical e sua vida.

Logo na primeira linha, Neil cita a “magia” envolvida na primeira vez que ouviu “Like A Rolling Stone”, um dos maiores clássicos da carreira de seu antigo amigo Bob Dylan e da história da música.

Papo de gente grande, né?


Rock na praia. O que rolou no Benicassim 2012
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Lúcio Ribeiro

* Na praia, não na areia. Veja bem.

Festival mais charmoso do verão europeu, o espanhol Benicassim recebeu mais de 160 mil pessoas no último final de semana. Realizado perto da praia na cidade que fica na costa do Mediterrâneo entre Barcelona e Valência, mais perto dessa última, o festival delícia, cheio de espanhóis, franceses e da “praga” inglesa (70% do público neste ano), geralmente começa no fim da tarde com atrações locais e “menores”, para depois engrenar e até varar a madrugada com os grandes nomes. Bom horário, porque dá para descansar na praia durante o dia.

Entre quinta e domingo passados, passaram pelos palcos do festival nomes como Bob Dylan, Horrors, Kurt Vile, Miles Kane, Maccabees, At The Drive In, Bombay Bicycle Club, Noel Gallagher, Stone Roses, New Order, Vaccines e o David Guetta, óbvio.

O festival começou pequenininho, para 8 mil pessoas, em 1995, quando Charlatans, Ride e Wedding Present eram as atrações principais. Hoje, mais bem estruturado, atrai em média essas mais de 150 mil pessoas.

Confira alguns registros em fotos e vídeos do que rolou de bom no Benicassim 2012.


Meninas


Miles Kane


Dylan


Totally Enormous Extinct Dinosaurs


Vaccines


Noel Gallagher’s High Flying Birds


Bernard Sumner, New Order


Cerca de 160 mil pessoas passaram pelo festival


Stone Roses


Tchau, Benicassim


Alex Turner + Jack White + Bob Dylan + Donovan + Don McLean = Jake Bugg
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Lúcio Ribeiro

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Parem as máquinas. A Inglaterra já tem sua nova “the next big thing” na música. Moleque esperto da região de Nottingham, Jake Bugg, um ainda adolescente de 18 aninhos, começa a dar o que falar nos blogs alternativos e nos grandes canais também.

Ele, que aprendeu a tocar violão aos 12 (!), começou a compor aos 14 (!!) e se apresentou no Glastonbury aos 17 (!!!), é a nova aposta da importante gravadora Mercury Records, que prepara seu álbum debut para ser lançado dia 22 de outubro.

Dono de um vocal arrastado e um indie-folk-country nervoso, Jake Bugg é considerado o novo Alex Turner, com veia de Bob Dylan e tem como algumas de suas principais influências os Beatles, Don McLean, Oasis, Jimi Hendrix e Donovan.

Mesmo sem lançar um álbum, já teve música sua sendo trilha de comercial de cerveja no Reino Unido. “Country Song” foi utilizada em uma campanha da cervejaria Greene King IPA no início deste ano.

Outra canção, “Trouble Town”, também já foi tocada nas rádios e apresentada como “single of the week” pelo bamba Zane Lowe, na BBC Radio One. Agora com contrato assinado, Bugg trabalha a faixa “Lightning Bolt”, apresentada por ele ao vivo no programa de Jools Holland, que foi ao ar ontem.

Pelo jeito, o moleque vai longe. É bom a gente não perdê-lo de vista.


Bob Dylan enquanto curry: músico precisa aprender a cantar
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Lúcio Ribeiro

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* Calma, não é bem assim. Dylan precisa re-aprender a cantar, por questões médicas. Um dos maiores tótens da música pop de todos os tempos, o cantor está no Brasil em turnê caríssima (de R$ 120 a R$ 800). Tocou ontem no Rio, se apresenta amanhã em Brasília, depois BH (quinta), SP (dia 21 e 22) e Porto Alegre (24).

* Tem algo esquisito quanto ao show de Brasília de amanhã, no melhor nome de lugar do Brasil: ginásio Nilson Nelson. Os ingressos restantes para o show não serão vendidos pela internet amanhã, como os demais da turnê. No dia do show, só nas bilheterias do NN, a partir das 10h.
?!?

* Sobre o título esquisito acima, principalmente a história do curry, principalmente a questão médica, li um artigo interessante publicado hoje na Revista “TPM”, na sua porção virtual. É sobre o Dylan, envolve curry, medicina, “House”, de autoria de Mariana Perroni. Conheci Perroni há algumas semanas. Quando ela não está salvando vidas em UTIs, está em shows ou festivais de rock pelo mundo. Vale ler. Está reproduzido aí embaixo.

por Mariana Perroni

Lembro-me de, há alguns anos, ter assistido a um episódio de House em que a ex-mulher dele fez uma das comparações mais geniais para defini-lo e ilustrar a dinâmica do relacionamento que os dois tinham. Se não me engano, após alguns segundos de silêncio durante uma conversa, ela olhava para ele e dizia que ele era como: curry. Ao notar a fácies de interrogação perfeitamente misturada com sarcasmo causados nele, ela continuava:

“você é abrasivo, irritante e áspero demais na hora em que quer se aproximar… que nem curry. Isso é legal quando se está morrendo de vontade de comer curry. Mas não importa o quanto você ame o molho, se você comer demais, machuca a boca e até faz mal. Daí a gente fica sem querer comer curry de novo por um bom tempo… até aquele dia em que você acorda e pensa ‘nossa, que vontade de curry!'”

Provavelmente, nada disso fez sentido para ninguém que está lendo até agora. Mas, como o show está ficando próximo e preciso decidir se pagarei o extorsivo preço para vê-lo, pensei que minha relação com o Bob Dylan é exatamente assim. Apesar das músicas dele terem marcado importantes épocas da minha vida, tem dias que sinto como se ouvir sua voz correspondesse a pegar meus tímpanos com uma pinça e raspá-los no asfalto. E dias em que o “folk de protesto” dele me parece irritante e exagerado. Já, pouco tempo depois, simplesmente tenho uma vontade incontrolável de dirigir em direção à praia ao som de Freewheelin’ ou me flagro assoviando I Shall Be Released depois de tomar alguma porrada da vida.

Talvez tenha sido por isso que me incomodei tanto ao me deparar com essa reportagem em que um médico especialista afirma que ele “sofre de fadiga na voz e precisa reaprender a cantar”. Segundo o médico do Zezé Di Camargo e do Galvão Bueno, depois de anos cantando “sem técnica”, o Sr. Dylan, o segundo maior artista de todos os tempos, ganhador de Grammy, Golden Globe, Oscar e lugar no Rock and Roll Hall Of Fame precisaria “reaprender a cantar em um intensivão de pelo menos três meses” se quiser melhorar.

Como a própria reportagem diz, o debate em torno da voz do Bob Dylan é tão antigo quanto aquele em torno de suas letras de protesto. “lixa cantando”, “mistura de cola e areia”, “nasal”… foram inúmeras as tentativas de caracterização. Sempre sem sucesso. Até porque, na minha opinião, a única definição que cabe é voz-de-bob-dylan. Goste ou não. Ouça ou fuja dela. Ou, como no meu caso, ouça E fuja dela. Em momentos diferentes.

Sendo assim, por mais graduado, famoso e especializado que se possa ser, não consigo entender como é possível propor um “conserto” para a voz de alguém que já influenciou (e continua a influenciar) incontáveis músicos, movimentos políticos e gerações utilizando-se exatamente de suas particularidades. E, o pior, que não pediu opinião médica. Na minha cabeça, não deixa de ser uma versão um pouco mais sofisticada daquele costume dos senhores de meia-idade e circunferência abdominal gigantesca se juntarem com o copo de cerveja na mão para debater como o craque de 23 anos deveria ter chutado a bola ou feito o drible para não perder o gol.

De qualquer forma, sei que sou só uma médica de 29 anos, de uma especialidade que pode até prejudicar vozes (ah, os tubos orotraqueais…) e que ainda precisa de “muita experiência nessa vida”. Mesmo assim, eu também tenho a minha cópia do Juramento de Hipócrates, a qual leio com uma certa frequência. E quando ele insiste em caracterizar a medicina como uma arte, sempre me pergunto se, salvo em caso de urgência/emergência, mais do que fazer diagnósticos e propor tratamentos, essa “arte” não seria a capacidade de ficar na sua e respeitar a vontade do paciente, estando sempre pronto e disposto a ajudar com todo o conhecimento disponível. Quando solicitado.

Talvez eu nunca chegue a uma resposta para isso. Mas, se eu pudesse chutar uma, certamente seria “the answer, my friend, is blowin’ in the wind… the answer is blowin’ in the wind…

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