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Arquivo : Libertines

Doherty tenta recuperar o tempo perdido e dá bons sinais com o Babyshambles
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Lúcio Ribeiro

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Um dos maiores gênios auto-destrutivos do rock inglês do novo século, Peter Doherty, parece, está disposto a dar a volta por cima mais uma vez. Ele resolveu reativar seu Babyshambles e lança dia 2 de setembro o novo álbum com o grupo, “Sequel to the Prequel”.

No início deste mês, a banda inglesa soltou o primeiro single da obra, a boa “Nothing Comes to Nothing”. Agora apareceu outra faixa que estará no disco. “Farmer’s Daughter”, uma das canções mais antigas do grupo e bem conhecida dos fãs, ganhou nova roupagem, foi finalizada e agora disponibilizada como bônus para quem faz a reserva em pré-venda do disco.

Baladinha bem calma, a faixa tem ecos de um Doherty inspirado, “pessoa” tão incomum e desconhecida nos últimos anos. Doherty, que tem vivido na conexão Paris-Londres faz tempo, não lança um disco cheio com sua banda desde 2007, quando botou na praça “Shotter’s Nation”. O Babyshambles volta com novo baterista, Adam Falker. O line up é completado pelo guitarrista Mick Whitnall e o baixista Drew McConnell. O disco novo foi gravado em Paris e mixado em Londres. A produção é assinada por Stephen Street.

* Tracklist do novo disco do Babyshambles, “Sequel to the Prequel”.
“Fireman”
“Nothing Comes To Nothing”
“New Pair”
“Farmer’s Daughter”
“Fall From Grace”
“Maybeline”
“Sequel To The Prequel”
“Dr. No”
“Penguins”
“Picture Me In A Hospital”
“Seven Shades Of Nothing”
“Minefield”


Do nada, Doherty manda avisar que está vivo
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Lúcio Ribeiro

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Pete(r) Doherty, ele, está vivinho da silva e está de volta com o seu Babyshambles, grupo que ele montou pós-saída do Libertines, talvez a maior promessa do rock dos últimos tempos que não “vingou” como super banda.

Doherty, que tem vivido na conexão Paris-Londres faz tempo, não lança um disco cheio com sua banda desde 2007, quando botou na praça “Shotter’s Nation”. Não faz muito tempo, o Babyshambles deu a dica que poderia voltar, quando se reuniu em Paris para um show-ensaio surpresa em um restaurante/pub chamado La Fontaine. Pelo que entendi, nessa época de sumiço, Doherty andou se apresentado lá com certa frequência e, dizem, cobra apenas 10 euros pela entrada, sempre com alcunhas do tipo “Pete Doherty With Some Old Friends”. O grupo volta com novo baterista, Adam Falker. O line up é completado pelo guitarrista Mick Whitnall e o baixista Drew McConnell.

Eis que esse hiato está oficialmente chegando ao fim. O Babyshambles soltou ontem, em primeira mão para a BBC Radio One, seu novo single, “Nothing Comes to Nothing”, que será lançado dia 26 de agosto. Uma semana depois, dia 2 de setembro, a banda bota na praça seu terceiro disco, “Sequel to the Prequel”, gravado em Paris, mixado em Londres, com produção assinada por Stephen Street.

Doherty ainda vive.


Popload Session apresenta… GARAGE MONSTERS
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Lúcio Ribeiro

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Vem de Porto Alegre o “novo capítulo” da Popload Session. O GARAGE MONSTERS, espécie de Libertines gaúcho (!!), é o grupo dos moleques amigos “brothers”, Nick e Kim, ambos na faixa dos 17, 18 anos de idade, que montaram a banda não faz dois anos, a Popload já destacou um tempo atrás. Recapitulando a história: eles se conhecem desde bebês. Nick canta e toca guitarra. Kim é o baixista e a segunda voz. Por falta de um nome melhor, escolheram Garage Monsters. Foi o pai de um deles que resolveu decidir, elegendo o nome “menos horrível” da lista da qual eles pensaram para o batismo. Cantam em inglês e não é que exatamente moraram no exterior ou passam horas em escolas de línguas. Nick desenvolveu o “idioma do rock” na internet mesmo e com videogames, como 90% da geração dele. Na guitarra solo botaram outro amigo de infância, o Ernesto, que conhecem desde uns 3 anos de idade, sumiu por um tempo e reapareceu na vida deles. Estavam com problemas em encontrar um baterista. Como não acharam, meteram as baquetas na mão da Tai, namoradinha do Kim, que nunca tinha tocado antes. Ela teve que ir aprendendo na marra. Hoje o baterista é o Mário Arruda.

Até caberia chamar o GM de “Clash de Porto Alegre”, veja bem. Mas ainda prefiro ligar ao Libertines mesmo, por causa desse aspecto “brodagem”, quase um “bromance”. Os moleques vão bem na música e na escola porque, para ir ao estúdio à tarde, eles não podem deixar de estudar pela manhã. Nunca mais faltaram às aulas. Eles ainda pensam em um primeiro disco, mas aos poucos vão soltando músicas em conta gotas.

“Afterjail”, por exemplo, é a faixa que eles tocam especialmente para a Popload Session. E tem também “Glazin”, som da banda punk Jacuzzi Boys, de Miami, que tem um vídeo super NSFW tosco. Chega a ser engraçada a nota neste site (dos Jacuzzi Boys) explicando que eles foram colocando o vídeo no YouTube, Vimeo e afins e sendo vetados. Depois as pessoas colocavam o vídeo de volta e rapidamente saia do ar. Aí colocaram o vídeo em um servidor porn. Haha.

Os moleques do Garage Monsters são supergarageiros. Eles nem quiseram produzir nada, por isso as imagens e o som com aspecto “alternativo”. É o estilo deles. Eles são assim, não quiseram enfeitar. Os vídeos para a Popload Session foram gravados no Dubstudio, em Porto Alegre, pelo “sete/nove”. Mais informações sobre a banda aqui.

* A Popload Session, você sabe, é um espaço dentro do blog que traz performances ao vivo de boas bandas indies brasileiras e até gringas. O Teenage Fanclub e os Cribs já fizeram a deles. Entre as nacionais, ALDO, Subburbia, Brollies & Apples, Jair Naves, Tokyo Savannah, Madrid, Apolonio, Me & The Plant, Inky, Wannabe Jalva, Cabana Café, ruído/mm, Single Parents, Pélico e muitos outros também já compareceram com performances. A produção das sessions especiais para a Popload é da própria banda, no ambiente que quiser, gravada como quiser. Só chega coisa incrível. É sempre uma música de trabalho e uma cover “referência” da banda.

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Brodagem, amor e ódio. Os dez anos da estreia do Libertines
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Lúcio Ribeiro

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* Hoje é o aniversário de 10 anos de um dos mais significativos discos do rock inglês no século. O álbum “Up the Bracket”, que marcou a estreia da banda Libertines, foi lançado em outubro de 2002 e, tal qual aconteceu com o britpop na era grunge, resgatou o som britânico para o jogo musical que estava dominado pelo novo rock americano de Strokes, White Stripes, At the Drive in, Queens of the Stone Age.
Pouco inovador sonoramente mas com uma energia brit em grau absurdo e músicas tão toscas quantos lindos, o Libertines era a banda dos mais-que-irmãos Carl Barat e Pete Doherty, uma dupla sempre em combustão seja na amizade explícita ou nas brigas. Ambos geniais dentro da cena que frequentavam, mesmo sem serem necessariamente grandes músicos foram um espelho para a nova geração britânica e além. A referência imediata do Libertines era o Clash. Tanto que a banda foi logo apadrinhada na produção por Mick Jones, ex-cara metade de um dos principais grupos punks da história.

“Up the Bracket”, lindo do começo ao fim, seu jeito tosquinho e sincero de tratar de amor e amigos, de tratar raivas e frustrações em geral, falava direto à alma e coração dos britânicos novos, mais do que para o resto do planeta. Inventava um mundo imaginário para fugir da “realidade embaçada”, ao mesmo tempo que escancarava os problemas sérios de drogas e auto-estima do “poeta contemporâneo” da lama existencial Pete Doherty como se fossem não um problema meramente pessoal, e sim uma questão da nação. E, ainda, dava um alento qualquer para a molecada britânica no sentido de encontrar conforto na brodagem, no “nós contra eles”.

Mas esse fenômeno é mais inglês do que do resto do mundo. A diferenciação de aceitação desse disco em especial é absurda. Enquanto o site indie Pitchfork bota hoje o disco na posição 138 numa lista de 200 melhores álbuns dos anos 2000, o semanário inglês “New Musical Express”, que deu capas históricas frequentes a Barat/Doherty como “espelho da nação”, diz que “Up the Bracket” é um dos dez melhores discos ingleses DE TODOS OS TEMPOS.

De todo modo, é incontável o número de bandas que o Libertines e toda a sua confusão sonora e conceitual inspira em bandas novas do planeta até hoje, mesmo fora da Inglaterra, seja na americana Howler ou na brasileira Garage Monsters, de Porto Alegre, ambas recentes, ambas ótimas.

* O semanário “NME” publica hoje uma edição especial de comemoração aos 10 anos de “Up the Bracket”, esta da capa acima. Encartado à revista tem um “Up the Bracket” celebratório recriado por covers de gente da nova geração e outros nem tantos “jovens”. De Spector ao Mystery Jets, de Howler a Tribes, passando por Eyes on Film e o grande Tim Burgess, que um dia liderou o Charlatans. Todos para recriar clássicos como “Time for Heroes”, “Death on the Stairs” e “I Get Along”, entre outros.

* Abaixo, ouça o álbum inteiro de “Up the Bracket”. Não sei para você, mas para mim ele continua lindo.

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São Paulo, 12 de abril de 2012 – Carl Barat no Beco
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Lúcio Ribeiro

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* Teve o Carl Barat ontem, na cidade. The boy was back in town. O ex-parceiro de Pete Doherty no Libertines, outrora líder do Dirty Pretty Things e agora em franca carreira solo, Barat emocionou no Beco 203, com show revisitando toda sua obra. Com o suporte musical da banda goiana Black Drawing Chalks e em alguns momentos tocando sozinho, o inglês arrastou um público bem participativo para ajudá-lo a cantar, na hora dos hits, que não foram poucos ali no clube da rua Augusta.

* Fotos de Instagram
1. movethatjukebox
2. denis_dec

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Popload entrevista: CARL BARAT
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Lúcio Ribeiro

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* Cara-metade de uma das principais bandas do rock britânico dos últimos anos, o músico Carl Barat, ex-Libertines (a banda importante), ex-Dirty Pretty Things (nem tão importante) e de posse de um bom disco solo, toca hoje à noite no clube Beco 203, na rua Augusta.
É a terceira vez que Barat, guitarrista e vocalista, aparece no Brasil para shows. A primeira foi em 2004 com o Libertines, desfalcado de sua alma gêmea, o cantor-problema Pete Doherty. A outra foi no final do ano passado, em um show único e incomum no país, quando tocou num festival de Pirenópolis, em Goiás, e de lá foi embora.
E agora, quatro meses depois de sua “aventura goiana”, onde tocou até no meio da rua, o libertino Carl Barat está de volta. Gostou do Brasil, Carl?

“Eu amo este país. Estou adorando esse sol e essas tempestades diárias”, afirmou Barat, em entrevista à POPLOAD, ontem. “Estou viciado em cachaça e nas frutas brasileiras. Como não amar isso?”, revelou.
Barat disse que, tanto esta noite em São Paulo como amanhã em Porto Alegre, fará nos palcos do Beco 203 daqui e de lá um show-retrospectiva da carreira em suas três fases: solo e das duas bandas das quais integrou. Sim, algumas músicas como “Can’t Stand Me Now”, hit radiofônico do Libertines em rádios rock brasileiras (quando elas existiam), vão estar presente ao vivo em SP e no Sul.

“Não tenho vito o Pete [Doherty] recentemente, porque estamos ocupados cada um com suas coisas, mas, sempre que dá, conversamos. Está tudo OK entre nós dois”, falou Barat sobre o amigo e parceiro do Libertines. Os dois rapazes, de personalidades fortíssimas, mantêm uma relação de amor e ódio desde os tempos do Libertines que virou famosa no rock. Quando se odeiam, parecem os irmãos Gallagher do Oasis, na fase do amor, são como namorados. Nestes dias, Pete, parece, volta a um rehab para mais uma turn… quer dizer, temporada.

“Talvez o Libertines volte um dia. Eu espero estar disposto a fazer com que isso aconteça. Mas não vai ser no futuro próximo, não. Agora não dá”, explicou Barat, que está em volta com dois projetos solos no momento.

“Estou escrevendo um novo álbum, que vai ser um pouco mais rápido e pesado que o primeiro disco solo. E vou trabalhar como ator numa ópera em Paris”, contou.
Barat, acredite, fará o papel do imperador Nero em um montagem moderna inspirada em ópera do século 17 do compositor italiano Claudio Monteverdi. “Pop’pea”, puxando o nome de Pompéia para o pop, terá a participação de Carl Barat de 29 de maio a 12 de junho no Théâtre du Châtelet, em Paris. A electrorapper Ebony Bones e o grande Marc Almond (Soft Cell) estão no elenco.
“Mas eu não vou cantar na peça no estilo clássico de ópera, veja bem”, tranquilizou os fãs o roqueiro. E a ele mesmo.

*** TODAS AS FASES DE CARL BARAT

1. No Libertines, na época do “bromance” com Pete Doherty.
2. À frente do Dirty Pretty Things, que tinha umas músicas boas mas não decolou.
3. Com um bom primeiro disco solo nas lojas.
4. A peça na França em que é ator. Quando tivermos fotos dele como Nero, a gente publica.

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Popload UK Tour. Entrevista com o Howler sobre garotas brasileiras, essa coisa de “novos Strokes” e sobre ficar pelado em São Paulo
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a Londres, mas ainda se livrando do material acumulado em Glasgow.

* Este texto abaixo saiu em versão reduzida na capa de hoje do caderno Ilustrada, da “Folha de S.Paulo”. Aqui no blog está “bigger, longer and uncut”. Entrevista com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, da incrível banda nova Howler, que chega ao Brasil em poucos dias para shows em São Paulo e Porto Alegre. A conversa aconteceu poucas horas antes de a banda subir ao palco do King Tut’s, em Glasgow, Escócia, no sábado passado.

Maldição para a nova safra de bandas de rock desde 2001, mas também um belo impulso para atrair a atenção da cena, o rótulo de os “Novos Strokes” está grudado no pequeno grupo americano Howler, uma das mais incensadas formações da música jovem atual.
Não do Brooklyn (NYC) nem de Los Angeles, mas sim egressos de Minneapolis para o mundo, o Howler é um quinteto de garagem que lançou seu primeiro álbum agora no fim de janeiro, “America Give Up” (no Brasil em março), e que se encontra no meio de uma longa turnê de shows cheios por Europa, Japão e EUA.
E, graças aos já fãs brasileiros da banda, o Howler se apresenta em São Paulo e Porto Alegre agora em fevereiro, respectivamente dias 24 e 25, ambos os shows no Beco 203 das duas cidades.
Os “Novos Strokes” da vez, pecha que já serviu a Franz Ferdinand, Libertines, Arctic Monkeys e Vaccines, entre alguns outros, tocam no Brasil graças a uma ação dessas de “crowdfunding” (o público financia o show) armado pela produtora PlayBook.

A Folha cruzou com o Howler em turnê pelo Reino Unido e conversou com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, ambos 20 anos de idade em uma banda formada há pouco mais de um ano.
“Para nós é um elogio ser comparados com os Strokes. Gostamos da banda e isso não nos incomoda, embora eu não veja tanto assim, tirando que somos rapazes tocando músicas baseadas em guitarras”, disse Gatesmith, absorvendo bem a comparação ao grupo de Julian Casablancas, “responsabilizado” por devolver uma certa graça ao rock no começo da década passada, graças a um punhado de ótimas canções e uma atitude tão explosiva na música quanto blasé na atitude.
“Já falaram que parecemos os Ramones, o Jesus & Mary Chain. Ficamos lisonjeados, todas bandas ótimas, eu amo os Ramones, mas estamos longe ainda de ser herdeiros de qualquer um desses”, desconversou o líder do grupo de Minneapolis.

Falando em Ramones, disse a Gatesmith achar que a voz dele lembra mais Joey Ramone, às vezes, que propriamente a do Julian Casablancas, se é para continuar na onda das semelhanças e comparações que sempre aparecem quando uma banda nova aparece com destaque.
“Algumas pessoas dizem mesmo isso. Para mim é demais. Outra coisa que só me serve de elogio, mesmo não concordando tanto, mas respeito porque você não é o primeiro que me diz isso.”

Como é Minneapolis para o rock?
“Não é ruim”, disse o vocalista. “Embora não seja o melhor lugar do mundo para uma banda começar, tem uma cena underground muito intensa acontecendo lá. Precisa ‘cavar’ Minneapolis para descobrir isso”, falou Gatesmith
“Não concordo muito”, retrucou Camp. Acho sim que tem muitas bandas, mas a maioria é freak. Apenas algumas ali importam mesmo e poderiam sair dos subterrâneos de Minneapolis para serem ouvidas em outros lugares.”

Ainda sobre Minneapolis.
“Nem acho que ainda dá para dizer que moramos lá. Já não somos mais de Minneapolis faz tempo. A gente agora, com os shows, não somos de lugar nenhum. Ou somos de todos os lugares. Moramos em hotéis Travelodge”, resumiu Camp.

O que garotos de banda de Minneapolis, com média de 20 anos de idade, escutam hoje em dia, perguntei. “O que a gente escuta no rock? Não sou muito parâmetro para isso, porque não escuto essas bandas dos anos 2000 que meus amigos de mesma idade escutam”, contou Gatesmith. “Me interesso mais por coisas bem lá de trás, tipo anos 50 e 60, Elvis e Buddy Holly. E um pouco de punk dos anos 70.”

Nem bem lançou o primeiro disco e o Howler já estava fechado para duas apresentações no Brasil. Mas, sobre o país, o vocalista Gatesmith tem a dizer que não tem nada a dizer. “Estamos muito animados por tocar no Brasil. Para nós, que mais ou menos vivemos a mesma rotina faz tempo, se apresentar em lugares tipo lá ainda dá uma energia extra para a banda. Não vou falar para você que amamos o país e que conhecemos música brasileira porque não é verdade. Não tenho idéia do que esperar do Brasil”, falou Gatesmith. “Mas, é sério, queremos aprender TUDO de Brasil nos cinco dias que vamos passar lá.”

“Tem uma coisa engraçada em relação ao Brasil”, disse Camp. “Teve um show em Nova York cheio de garotas brasileiras bem animadas”, falou. Cheio quanto, perguntei. “Um monte, o suficiente para falarmos no camarim, entre a gente: ‘Por qual motivo tinha tantas meninas brasileiras na platéia hoje?’ “, explicou o baixista.
“Garotas fucking lindas”, completou Gatesmith. “Ficaram dizendo que tínhamos que ir ao Brasil. Ok, nós vamos”, riu.

“Está calor lá agora?”, perguntou Gatesmith.
“Posso levar meu short?”, emendou Camp. “Posso ficar pelado lá, tipo o baixista do Queens of the Stone Age?”

* OS “NOVOS-STROKES” DESDE OS STROKES: uma listinha de bandas que carregaram, pós-2001, o rótulo de seguidores do grupo de Nova York na honrosa e às vezes inglória missão de “salvar o rock”.

– The Vines: chegaram à cena meses depois dos Strokes, foram logo capa da “Rolling Stone” americana (são australianos) na linha “Rock is back” e racharam a crítica já no primeiro disco. No segundo, no entanto, alcançaram a unanimidade: a banda já tinha perdido o gás.
– The Killers: se os Strokes bebiam da fonte local, nova-iorquina, o Killers trazia a new wave inglesa para o deserto de Las Vegas. Já no primeiro disco ficaram maiores que os Strokes, embora isso não reflita necessariamente em qualidade maior. Hoje estão no calcanhar do Coldplay, tocam na Jovem Pan e se levam a sério (demais).
– Interpol: conterrâneos e contemporâneos, foram a imediata “next-big-thing” da grande maçã, com menos curtição e mais reflexão. O apelo das roupas pretas não sobreviveu a dois verões, contudo.
– Libertines: decidiram levar a banda a sério depois de ver um show dos strokes. Foi a “resposta inglesa” à banda de NYC.
– Franz Ferdinand: surgiram na Escócia na bagunça causada pelos Strokes no novo rock e logo viraram “darling” da cena. Se vestiam melhor e dançavam mais ao vivo, porém.
– Arctic Monkeys: não sabiam tocar nada quando montaram a banda. Nos primeiros ensaios, Alex Turner disse que ficavam “treinando” fazendo cover de strokes. Hoje são a principal banda indie do planeta.
– Tame Impala: australianos, compartilham a saudade dos anos 60, mas indo mais para o Hendrix e o Cream do que para o wild side do Lou Reed. Têm o som mais encorpado e mais hippie. Mais viagem, menos garagem. Ou seja, nada a ver com os Strokes.
– Vaccines: ingleses, são os últimos “novos Strokes” antes do Howler. Até gravaram uma música com um dos Strokes. Tocam em São Paulo em abril.

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Pensa: Libertines ao vivo nas ruas do interior de Goiás
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Lúcio Ribeiro

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* Carl Barat, em turnê em Pirenópolis (GO), toca Libertines (“Can’t Stand Me Now”) ontem à noite no meio da rua, durante a semana do Festival Canto da Primavera. O cantor, amigo ex-amigo amigo de Pete Doherty, não vai nem passar por SP ou Rio. Nem por Goiânia.

Depois, foto de Barat tocando no palco do festival.

E agora, com as bandas goianas Black Drawing Chalks e Gloom, tocando “Bang Bang You’re Dead”, do Dirty Pretty Things. Histórico.

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O tamanho do indie no Brasil: a “breja” do Carl Barat em Goiânia e o Com Truise no Rio
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Lúcio Ribeiro

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Carl Barat em Goiânia, com seu agente e o “reverendo” John McClure, já em Goiás

* Diz se o indie não é o novo mainstream no Brasil quando… (1) o Death From Above 1979 faz seu show punk ser o melhor em um festival de música eletrônica, (2) o Planeta Terra, evento “só” de indie, vende seus 20 mil ingressos em poucas horas, com apenas 30% do seu line up divulgado, (3) o Popload Gig esgota sua carga de ingressos também em poucas horas para um show de uma banda que vem da Noruega ou precisa marcar um show extra para o Kills num meio de semana em São Paulo, numa época em que era normal reservar uma “graninha a mais” para se gastar com os big festivais como Rock In Rio e SWU.

Repara agora. Genuinamente conhecida como a terra da música sertaneja, o estado de Goiás será palco nesta semana do Festival Canto da Primavera, na pequena cidade turística Pirenópolis. O evento, que funciona como simpósio, terá seu highlight na quarta, dia 7, quando Carl Barat – um dos “cabeças” do Libertines e do Dirty Pretty Things – fará show gratuito no Cine Pirineus.

Além do Carl, outro nome forte que vai aparecer no festival é Jon McClure, amigo pessoal do Alex Turner e que abriu os últimos shows gigantes da carreira do Oasis com sua banda Reverend & The Makers. Ele vai participar de um seminário que tem como mote principal discutir eventos e ações coletivas. Fora isso, tem shows do Black Drawing Chalks, Os Mutantes e Banda Uó. Infos do festival circulam no Facebook do evento, aqui.

Saindo de Goiás e indo para o Rio de Janeiro, onde até havia pouco tempo a palavra “indie” era termo estranho entre parte dos cariocas antes das ações coletivas do Queremos (só restrita à velha-guarda graças às segundas da Matriz, às ações do selo Midsummer Madness ou às páginas do “Rio Fanzine”, de “O Globo”, às sextas), vai rolar o ótimo festival Novas Frequências, entre os dias 7 e 11 de dezembro no Oi Futuro Ipanema (Visconde do Pirajá, 54). A programação indie-vanguarda voltada à calminha “chillwave” traz ao país o esperto Com Truise, com seu som forte 80’s de sintetizadores, Sun Araw, Murcof e Andy Stott, com o reforço “local” do Pazes e Psilosamples. Os ingressos (R$15) estão à venda (começaram a ser vendidos na sexta passada) somente nas bilheterias do lugar.

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