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O Nirvana, os Ramones e a morte do punk
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Lúcio Ribeiro

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* Não é bem isso, mas é mais ou menos isso.

Pegando carona nessa “polêmica” atual que agitou a semana, sobre as camisetas dos Ramones no dia do rock do Rock in Rio 2013 (* ver a internet brasileira…), e tendo em vista ainda a história BI-ZA-RR-A da senhora que comprou três camisetas do Nirvana pra ela, pra irmã e pra MÃE porque achou que o smiley zoado que é símbolo da banda passava uma “mensagem positiva” (publicada aqui na Popload anteontem), vou de encontro a um post muito ilustrativo do genial Buzzfeed também de ontem, cujo título é “23 evidências de que o punk está morto hoje”.

Você sabe, o Nirvana liderou uma movimentação no final dos 80, começo dos 90 que juntou uma horda suja de bandas barulhentas de punk, hardcore, heavy metal e a mistura de tudo e botou nos lares das famílias americanas, britânicas, brasileiras, mundial. Era a gritaria de Cobain arrebentando com o muro que separava o som alternativo do mainstream. A tal última grande revolução do rock, na qual foram lá o Nirvana e companhia bela aparecer na TV normal, nas rádios normais, nos jornais normais, nas revistas normais. 1991, quando o disco “Nevermind” foi lançado, e por outros motivos conjuntos, ficou conhecido como “The Year That Punk Broke”.

Mas, desde então, por conta disso, a concepção do que era alternativo, independente, ficou meio atrapalhada.

Eis que chegamos a 2013, às camisetas do Ramones no Rock in Rio e à senhora com camisetas do “alto astral” do Nirvana. E ao post do Buzzfeed sobre as evidências de o punk estar mortinho. Através de fotos, algumas destacadas abaixo, tipo…

1. A almofada à la Ramones do One Direction:

2. O treta John Lydon, do Sex Pistols, fazendo comercial de… margarina

3. O lendário CBGB virando loja do John Varvatos, onde uma jaqueta de couro custa até 2.500 dólares

4. Camiseta do Ramones tendência, combinando com outras peças de roupa no corpinho da Fergie

5. A queridinha pop coxinha da meninada com visual punk

6. O One Direction é o novo punk, pelo visto

7. Camiseta do Minor Threat (do Minor Threat!!!!) vendendo na Urban Outfitters

8. Punk tendência na sofisticada e luxuosa Bloomingdale, pensa

9. A camisa que indica o Mickey Mouse como substituto do Ian Curtis no Joy Division. Ou mais ou menos isso

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Nirvanamania: Nevermind 20 sai hoje. Show histórico do Paramount tem na internet. Ou seja: aqui!
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Lúcio Ribeiro

* Came as it was.

* Saiu hoje as benditas edições deluxe (2 CDs) e super deluxe (4 CDs + 1 DVD) e a deluxe do vinil comemorativas dos 20 anos do seminal disco “Nevermind”, segundo álbum do grupo americano Nirvana que chacoalhou a estratosfera musical e botou todo mundo louco atrás daquela capa do bebê pelado e da nota de dólar. Tudo carregado das músicas originais remasterizadas, versões ao vivo, de ensaio, lados B de single, session para rádio, para TV e o escambau.
Em separado e também dentro da versão superdeluxe tem o DVD de um certo show no Paramount Theatre, um teatrão staile em Seattle, onde há exatos quatro anos nesta semana eu pude ver o Arctic Monkeys tocando. Olha a data na foto.

O show do Nirvana no Paramount é histórico. Parte dele já é conhecida aqui e ali, em vídeo mesmo ou áudio, mas sua porção inteira como sai agora capta na íntegra um dos momentos mais bizarros do rock.
O da transformação rápida da banda punk barulhenta suja “normal” do loiro que gritava cantando de cardigan de velhinho para uma das mais importantes e POPULARES bandas do início dos anos 90 que abafou o sucesso do hair metal, do Michael Jackson e da Madonna. E de toda a consequência que isso causou no rock, no pop, no indie, na indústria musical toda.

O concerto do DVD aconteceu no final de outubro de 1991, cerca de um mês depois do lançamento do tal “Nevermind”. O Nirvana, lá no submundo grunge, já tinha um disco, o “Bleach”, feito na Sub Pop com uns 600 dólares, pouco mais de dois anos antes. O “Nevermind” não. Em setembro de 1991 o disco saiu com um custo mais elevado, mais caprichadinho e por uma grande gravadora. Então tanto a banda quanto os executivos do selo quiseram ousar e programaram logo de cara um superlançamento com 40 mil cópias.
No final de outubro, um mês depois, exatamente nessa época do show do Paramount do DVD, o “Nevermind” já tinha vendido 1 milhão de cópias. O vídeo de “Smells Like Teen Spirit”, que tinha estreado havia poucos dias na MTV dentro de um programa “Lado B”, já estava começando a passar sem parar na programação normal.
A “revolução” musical causada pelo Nirvana e pelo “Nevermind” teve seu momento desgraceira mesmo quando banda e álbum chegaram ao primeiro lugar da “Billboard”, no comecinho de janeiro de 1992.

O show do Paramount foi no meio disso tudo, bem em cima de quando a banda soube que o disco de 40 mil tinha vendido 1 milhão. Nesse clima todo de “Que porra é essa que está acontecendo?”, o Nirvana subia no palco do Paramount, em Seattle, para fazer este show:


Semana Nevermind – O impacto do álbum em quem faz música 20 anos depois
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Lúcio Ribeiro

As revistas especializadas não param de soltar matérias especiais sobre o “Nevermind”, que completa 20 anos nesta semana. Em meio à todas as comemorações, gente de todo tipo de banda, todo gênero musical, tem falado abertamente sobre a importância do álbum que mudou a vida de muita gente, mesmo que boa parte dessa gente não saiba disso.

A Paste Magazine fez uma reportagem especial com 20 artistas de banda “novas” com duas perguntas básicas: (1) com quantos anos você descobriu o “Nevermind”? e (2) qual o impacto do álbum em sua vida?

O senso comum entre os entrevistados foi dizer que o álbum os inspirou a pegar uma guitarra, ter interesse pela música e montar uma banda.

A Popload destaca aqui cinco destes artistas que reverenciam o álbum que marcou a carreira do Nirvana e a história do rock.


Gregg Gillis (Girl Talk), descobriu o álbum aos 10 anos de idade

“‘Nevermind’ me fez querer começar na música. E fez eu descobrir novas músicas. O Nirvana me levou ao Sonic Youth, que me levou ao Boredoms. Nirvana é minha banda favorita”.

 


Ian Saint Pe (Black Lips), descobriu o álbum aos 13
“O álbum me fez perceber que eu poderia tocar música”.

 


Nicole Atkins (Nicole Atkins & the Black Sea), ouviu “Nevermind” aos 12 anos de idade
“Nirvana me fez perceber como compositora a forma de escrever uma canção pop, mas com muito barulho e emoção”.

 


Christian Zucconi (Grouplove), descobriu o “Nevermind” aos 14
“A dor na voz de Kurt e o jeito que as palavras explodiam em seus coros faziam meu estômago pular. De repente eu estava vivo e aprendendo a tocar Nirvana sozinho na minha guitarra”.

 


Kevin Devine (The Goddamn Band), descobriu o álbum em outubro de 1991, aos 12 anos
“Acho que eu não teria me envolvido com o tipo de música que faço agora ou ao menos montado uma banda se não fosse por esse álbum”.


Semana Nevermind – O show tributo de Seattle
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Seattle

((Este texto foi escrito originalmente para a Ilustrada, da “Folha de S.Paulo” e da Folha.com. As fotos são do museu Experiment Music Project))

Well, whatever, nevermind…
De importância mais histórica do que de relevância sonora fiel às músicas originais, o show “Nevermind Live”, organizado ontem em Seattle pelo ex-Nirvana Krist Novoselic para fazer parte das comemorações de 20 anos do “disco que mudou o rock, o pop, o indie tudo junto”, soou mais como uma reunião de amigos.

O “Nevermind” foi lançado em 24 de setembro de 1991. Agora, 20 anos depois, e por uma boa causa, Novoselic (imagem acima) foi o mestre-de-cerimônias de um ato ecumênico roqueiro para amigos de Seattle e bandas idem recriarem faixa a faixa as 13 músicas do famoso álbum. Na ordem.

O concerto comemorativo, com ingressos esgotados e transmitido ao vivo pela internet, aconteceu no EMP – Experimental Music Project, o imponente museu da música inventado, segundo dizem, para o magnata co-fundador da Microsoft, Paul Allen, arrumar um lugar para guardar todas as suas guitarras.

O EMP atualmente exibe ainda a exposição “Nirvana – Taking Punk to the Masses”, carregada de memorabilias, fotos originais famosas, roupas, fitas cassete demo, vídeos documentaristas e guitarras quebradas, entre outras coisas, que começou em outubro e aparentemente vai ficar permanente no museu de Seattle, a cidade que revelou ao planeta o Nirvana em particular e a toda cena do grunge.


A banda Loaded, de DuffMcKagan, em ação no “Nevermind Live”, ontem em Seattle

Sobre o show de ontem, o caráter de festa particular se deu exatamente porque foi a celebração 20 anos depois de um senso incrível de comunidade de Seattle, que era algo pacato, foi sacudido e perdeu o controle depois da passagem do fenômeno Nirvana.

Porque no palco, na platéia, nos bancos de convidados e na produção estavam gente da cena de Seattle de ontem e de hoje.

Porque: (1) as bandas tocavam sem parecerem ter feito um ensaio sequer, porque as músicas estão “no sangue”. E isso não garante um êxito sonoro. E (2) é famosa a idéia entre músicos de que é muito difícil fazer uma cover de Nirvana. Então não espantou muito ver que a maioria das canções recriadas ficaram abaixo do satisfatório, com honrosas exceções.


O famoso produtor e músico Jack Endino, que “fez” o primeiro disco do Nirvana, mais Mudhoney e Soundgarden, entre outros, toca “Come As You Are” na festa do “Nevermind”

Mas era uma autocelebração de Seattle, que sempre riu de toda bagunça gerada pelo Nirvana, então naquela bagunça em cima do palco do EMP tudo valeu. Em nome da história da música, dos costumes, da moda, da transformação da escanteada cidade em endereço turístico obrigatório, do “Nevermind”, do espírito de Cobain e principalmente de Susie Tennant, que nos anos 80/90 zelou pelo incentivo aos artistas locais, virou amiga de Cobain, madrinha do grunge e hoje padece para pagar seus tratamentos de um recém-descoberto câncer. O show era em benefício de Susie.

Tocaram as famosas canções de “Nevermind”, com um bônus final que recriou outras músicas do Nirvana além do disco aniversariante, veteranos do som de Seattle e grupos da nova geração.

O impacto do álbum era evidente, cada convidado falando a sua lingua. Os músicos mais antigos procuraram se aproximar do Nirvana original. Os mais novos recriavam meio que a seu modo. No meio das releituras indies de bandas do agora teve um rap e uma new rave para o “Nevermind”.

Novoselic, o baixista original do Nirvana e “dono” do evento, só esteve em ação uma vez: junto com os impagáveis The Presidents of the United States of America, desempenhou “On a Plain”.

Os ótimos Ravenna Woods e The Long Winters representaram bonito a nova geração fazendo sinceras versões de “Breed” e “Something in the Way”, respectivamente. O grupo Vendetta Red captou toda a fúria inerente ao Nirvana e soltou em cima da cover de “Stay Away”. E o trio de rappers mais guitarra Champagne Champagne decompôs a linda “Drain You” numa falação caótica que fez narizes mais conversadores serem torcidos no EMP. Adorei a releitura.

No off-“Nevermind”, já perto do final das três horas de tributo, o veterano grupo deu roupagem nova e bonita à famosa “Heart Shaped Box”.

Entre os momentos que mais emocionaram a emocionante festa “Nevermind Live” teve a presença em vídeo de Dave Grohl (que na noite não pode comparecer por ter show do Foo Fighters em outra cidade), teve Novoselic tocando e pedindo gritos ao amigo Kurt Cobain e pela própria presença da vivíssima Susie Tennant no palco, a homenageada.

Se as versões não agradaram em sua totalidade, os envolvidos nesse “Nevermind Live” tem uma resposta pronta, que usavam em praticamente todas as ocasiões desde muitos anos atrás: “Bem, tanto faz, deixa pra lá”.


Semana “NEVERMIND”: hoje um nirvana toca “Smells like Teen Spirit”
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Seattle.

* O texto abaixo é uma reprodução do que está sendo publicado hoje na “Folha de S.Paulo”. Saiu mais ou menos assim:

* Não era dele a famosa voz estridente, nem a guitarra barulhenta que mudou o rock. Muito menos optou por tirar a própria vida e entrar para a eternidade. Depois do fim da banda, ele não montou nenhum supergrupo de encher estádios e está longe de ser um dos principais ídolos do rock atual.
Krist Novoselic, “apenas” o sujeito que tocou baixo no trio Nirvana, toma para si o nome de sua ex-banda e faz hoje em Seattle um show-tributo ao histórico “Nevermind”, álbum que comemora 20 anos de seu lançamento nesta semana.

Novoselic, parceiro de Nirvana de Kurt Cobain (o do suicídio) e Dave Grohl (o do Foo Fighters), reúne uma penca de bandas e amigos da cidade do noroeste americano que deu à música sua última grande revolução, o grunge, para recriarem ao vivo esta noite, na íntegra, as músicas do “Nevermind”, o lendário disco que por acaso “quebrou tudo”, que “mudou tudo”, que “abalou as estruturas da indústria”, que…

“Nevermind”, segundo álbum do Nirvana, o primeiro numa grande gravadora (detalhe importante), foi lançado na América em 24 de setembro de 1991. O concerto-tributo a ele é realizado hoje, e não sábado que vem (dia 24), porque a terça feira é o dia oficial de lançamentos de discos nos EUA. Para muitos, o “real” aniversário do “Nevermind” é hoje.

O show acontecerá às 21h aqui de Seattle (1h da manhã da quarta no horário de Brasília) no imponente Experiment Music Project, que faz parte de um complexo de museus dedicados à história da música popular e à ficção científica projetado pelo arquiteto canadense Frank Gehry e erguido com o dinheiro de Paul Allen, co-fundador da gigante dos computadores Microsoft.
Participarão do “Nevermind Live”, junto com Krist Novoselic, as bandas The Presidents of the United States of America, The Fastbacks, membros do Screaming Trees, Vaporland, entre outras. Novoselic e seu baixo não estarão necessariamente em todas as músicas do “Nevermind” recriado. E o rumor de que Dave Grohl poderia participar da homenagem é muito improvável de acontecer: o Foo Fighters tem show marcado na mesma noite em Cleveland, Ohio.

Entre todas as causas imagináveis, o concerto que revive o famoso disco do Nirvana terá uma em especial: o show, que tem seus ingressos esgotados, desde que foi colocados à venda, no mês passado, servirá para arrecadar fundos para o tratamento de câncer de Susie Tennant, famosa agitadora do som de Seattle na época do estouro grunge, amiga de Kurt Cobain e uma espécie de madrinha do “Nevermind”.

“Nevermind Live”, segundo anuncia o site do EMP (www.empmuseum.org), terá transmissão ao vivo pela internet, via Livestream (/nevermindlive). Para facilitar, veja o show mais tarde bem aqui:

Watch live streaming video from nevermindlive at livestream.com


Semana “NEVERMIND”, o disco que mudou a sua vida, mesmo que você não saiba disso direito
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Lúcio Ribeiro

* Popload em Seattle. Sleepless.

* Estou de volta à minha cidade predileta nos EUA. Terra do Starbucks, do Starbucks hipster (uma hora eu falo), do Boing, da Microsoft, do “Grey’s Anatomy”, do Hendrix, do Bruce Lee, do grunge todo, do Postal Service, do Flight of the Conchords… Que mais?

Grohl, Cobain e Novoselic. Não teve salva-vidas em 1991 na música. Foto de Kirk Weddle, o cara que fez a imagem do bebê e a nota de dólar na capa do “Nevermind”

* Vim ver o “Nevermind Live”, o show que o Krist Novoselic, ex-baixista do Nirvana, vai armar na cidade com um monte de amigos e bandas e bandas amigas, para comemorar o aniversário de 20 anos do segundo disco de sua banda, aquela, que tinha uns tais de Kurt Cobain e Dave Fucking Grohl na formação. O “Nevermind”, aquele, vai ser recriado no palco, na íntegra. Vamos falar muito desse show por aqui. Esta instituída , de hoje a sábado, a semana “Nevermind”.

* O “Nevermind” será duas vezes comemorado. Amanhã, terça, que é o dia célebre de lançamentos de disco nos EUA, e sábado, dia 24 de setembro, que foi a exata data em que o álbum foi lançado, lááá em 1991.

* September 24th é o September 11th da música, num sentido mais positido de destruição total.
O álbum aniversariante do Nirvana, o contundente disco punk metal popular “Nevermind”, também conhecido como o disco que carrega a música “Smells Like Teen Spirit”, é “acusado”, entre outras coisas, de mudar à época o jeito de se consumir música pop, de dar voz a uma nova geração de adolescentes infelizes (losers) americana e de botar a escanteada Seattle no centro do mapa (não só musicalmente, não só culturalmente e até geograficamente).

Em questão de semanas de seu lançamento, o disco transformou o algo obscuro Nirvana em mais popular que Michael Jackson e Madonna. Transformou a música independente raivosa e “suja” em popular.

Transformou uma nação de adolescentes tímidos, passivos e acuados em garotos punks com algo a dizer, mesmo sem nada para dizer. Transformou a indie Seattle em roteiro turístico obrigatório.

Não é à toa que os 20 anos do “Nevermind” têm dominado a pauta de música por onde quer que se olhe, ouça, escute: o disco está entre os 20 mais importantes da história pela revista “Rolling Stone”. E tem gente que contesta seu 17º lugar.

Em 2005, “Nevermind” ganhou lugar oficial no Registro Nacional de Gravações Musicais da Biblioteca do Congresso americano, láurea dada às canções ou discos que são “relevantes culturalmente, historicamente e de importância artística que informam ou refletem a vida nos Estados Unidos”.

Hoje em dia , o “Nevermind” mostra impacto até na geração de músicos de hoje. O líder de uma das bandas jovens mais importantes, Alex Turner, da inglesa Arctic Monkeys, lembrou em entrevista que quando o disco do Nirvana saiu ele nem tomou conhecimento, porque estava em idade de jardim da infância (5 anos) e não ligava para música. Mas ouviu depois, considera “um sensacional disco de uma sensacional banda” e afirma que baseou a procura de estúdio de gravação na Califórnia (“Nevermind” foi feito no Sound City, em Los Angeles) para produzir um de seus álbuns.

O Alex Turner, ele mesmo que provocou uma revoluçãozinha na música moderna envolvendo a internet, talvez não tenha a real idéia do impacto que foi na música aqueles meses pós-lançamento do “Nevermind”. Acho que quem tem menos de 30 anos hoje não tem. Enfim.

* Onde você estava e o que você estava fazendo em setembro de 1991, quando o “Nevermind” chegou às lojas?


Há 20 anos, Nirvana era expulso da própria festa de lançamento do “Nevermind”
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Lúcio Ribeiro

13 de setembro de 1991: há exatos 20 anos, Kurt Cobain, Dave Grohl & Krist Novoselic estavam no Re-Bar – famosa e bizarra casa de shows de Seattle (onde a programação vai desde sarau de poesia a shows de striptease) – para a festa de lançamento de “Nevermind”, álbum que seria lançado oficialmente 11 dias depois e elevaria o Nirvana à condição de banda mais importante do mundo naquela época.

Na festa, realizada numa sexta-feira 13, tinha muita bebida e comida, tipo lanchinho. Aliás, a comemoração acabou por causa desses lanchinhos: dizem, houve uma guerra de comida de proporções caóticas e a farra terminou quando um segurança tirou o Nirvana de lá, sem saber que o Nirvana era o Nirvana hahaha.

Reza a lenda que Kurt confidenciou a um amigo próximo naquela noite que, com “Nevermind”, ele seria em breve tão famoso quanto o Axl Rose, que era o “cara” da época. Muita gente, óbvio, achou que era piada.


Kurt chega animadão ao Re-bar, para festa de lançamento daquele que se tornaria um dos maiores álbuns da história



Em 13 de setembro de 1991, Dave Grohl provavelmente nem sonhava que faria parte da maior banda do mundo poucos meses depois. Muito menos da maior banda do mundo 20 anos depois



Shelli Hyrkas, primeira esposa de Krist, aproveitou para tirar fotos para a eternidade com a banda



Novoselic e Cobain visivelmente emocionados com a festa que acabaria em guerrinha de comida


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