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Bandas ao mar. Popload no cruzeiro do Coachella, nas Bahamas
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a São Paulo. Mas por pouco tempo…

* Olha. Eu já andei por festivais por todo canto, nesta minha vida de jornalista musical. De Rio Branco (Acre) a Nancy (França). No Popload Gig ou no Reading Festival. Festival de rua como o CMJ, o Great Escape e o South by Southwest e festivais-festivais, como Abril pro Rock, Goiania Noise, MECA e Coquetel Molotov (para citar brasileiros) e Sónar, Primavera e Benicassim (para citar espanhóis).
Mas, como esse Coachella no navio, nunca tinha vivido coisa igual. Mothaf*ckin’ indies on a mothaf•ckin’ boat!!

(((O texto abaixo, em versão reduzida, saiu hoje na cobertura do SS Coachella para a Folha de S.Paulo)))

O naviozão que abrigou o Coachella sob as águas do Caribe. Tinha uns 12 andares circuláveis, com restaurantes, quadra de basquete, academia de ginástica, cassino e galeria de arte, fora tooooooooodo o resto

* Foi no mínimo bizarro. Ou, melhor dizendo, foi uma “viagem”.
Um dos mais badalados eventos de música “em terra” do planeta, o californiano Coachella Festival experimentou nesta semana uma edição especial num navio, navegando de Miami até Nassau, nas Bahamas e voltando, com uma programação intensa de três dias com bandas, DJs e “outras atividades”.

Na verdade, são duas as edições especiais sob as águas, com o nome SS Coachella. Uma que aconteceu de domingo a quarta cedo até as Bahamas, no mar do Caribe, na qual a Popload esteve a bordo, e uma outra que neste momento está em curso, levando a mesma programação a bordo, só que até a Jamaica.

Jarvis Cocker em pose de rock star comandando o Pulp no primeiro show do teatrão do navio no Coachella ao mar. Foto Ian Witlen (“OC Weekly”)

Grandes bandas da música independente nova e mais antiga, como os britânicos do Pulp e Hot Chip, os indies americanos Sleigh Bells, Grimes, Cloud Nothings e Yeasayer, mais discotecagens de um tal de James Murphy, Girl Talk,  DJ Harvey, o incrível Gaslamp Killer e a banda-de-DJs The Rapture foram alguns dos nomes que fizeram performance no balanço do mar, dentro do Celebrity Silhouette, um navio que é um verdadeiro hotel que navega, contendo em sua dependências um teatro, clubes, bares, cassino, restaurantes, biblioteca, ala de compras, loja da Apple, spa, academia de ginástica, galeria de arte, uma extensa área com gramado para shows “acústicos” e DJ sets ao ar livre e um dormitório para 2800 pessoas, fora a tripulação.

Ao todo, contando artistas, convidados e público pagante (os quartos iam de US$ 500 os mais simples a US$ 9.000, a suíte com varanda), estiveram a bordo cerca de 2000 pessoas.

Galera em volta das duas piscinas do navio do Coachella, durante o dia. Tinha DJ quase 24 horas tocando na piscina. Entre eles DJ Harvey, Gaslamp Killer e os caras do Rapture. Foto de Ryan Downey (“Billboard”)

“Os primeiros Coachella também não esgotaram”, lembrou Paul Tollett, um dos fundadores do festival que acontecia em dois dias no deserto da Califórnia e hoje ocorre em três, durante dois tumultuados finais de semana seguidos em que os ingressos desaparecem assim que são colocados a venda. “O que vale é a experiência”, defendeu Tollet.

A “experiência” a que o produtor se refere vai além de “ver shows”. O cruzeiro do Coachella oferecia shows e discotecagens, sim, mas entre um e outro, a uma distância de elevador de no máximo 15 andares, um dia de sol na piscina, vai-e-vem a bares e restaurantes (com bandas circulando entre os passageiros porque não tinha muito lugar para ir, ali no mar), e o que faz a diferença numa maratona intensa comum de festival: cansou de tudo? Se acabou? Não aguenta mais? Ande até seu quarto e vá dormir!!!!
É o sonho de quem frequenta festival. Desaparecer rápido de cena.

Entre a programação além-performances, mediante inscrições, teve degustação de vinhos com James Murphy, debate com os organizadores do Coachella, aulas de DJ, sessão de cinema apresentada pelo Girl Talk, leitura de peças literárias com o J. Tillman, do Father John Misty, drinks Bloody Mary matinais preparados pelas meninas da banda Warpaint.

Galera no teatro do Celebrity Silhouette esperando pelo show do Yeasayer

Ah, sim. Os shows… O Pulp foi uma apresentação incrível de duas horas. Jarvis Cocker contou as mesmas historinhas que embalaram a apresentação do Pulp recentemente no Brasil. Fora as piadas sobre estar tocando no mar. Mas que gás foi o show deles no navio. Parecia banda de meninos. O frescor marinho rejuvenesce. E Jarvis Cocker, superbem vestido à là Jarvis Cocker, blazerzinho inglês sobre camisa abotoada até em cima, circulando para lá e para cá na piscina com todo mundo de traje de banho, no máximo uma bermuda + Havaianas, era bonito de se ver. Jarvis é um ser especial, mesmo.

O Hot Chip foi inesquecível. Banda que é uma em estúdio e outra ao vivo, ambas muito boas, começou de maneira morna, mas logo pegou ritmo na junção eletrônica-orgânica e o show foi tipo estupendo.

Grimes, no clubinho, vi duas vezes. Muito alto, muito bom. A última vez que eu vi o cabelo era curto e loiro. Agora está comprido e escuro. Botou duas dançarinas sensualizando o bizarro. E sua voz está firme, indo para lugares etéreos com naturalidade que desde o Cocteau Twins não se via.

Mas, sou suspeito para falar, o Father John Misty arrasou. Tanto no show com banda no clube do navio, como no acústico, ele e violão, num “gramado Coachella” que tinha no deck do navio. Meio folk, meio grunge, meio Jonathan Richman, meio um Alison Mosshart masculino. Hipnótico e estiloso. O vídeo abaixo fala por si só.

O Hot Chip em ação no SS Coachella, em hora que o navio ia pra lá, vinha pra cá, mas tudo beleza

James Murphy foi lindo em sua discotecagem indie-disco. Chamou todo mundo para o palco do teatro do navio, que eu calculo ter lugar para umas 2000 pessoas.

O Girl Talk quase afundou o navio com seu festival de mashup incrível. Mas incrível mesmo é como a piada dele não acaba nunca. Sempre explosivo, sempre criativo.

O bom do navio é que você conseguia sempre chegar na hora dos shows e conseguir um excelente lugar para ver, tanto no teatro quanto no clube.

James Fucking Murphy comandando uma degustação de vinho a bordo do Coachella dos mares. Foto de Ryan Downey (“Billboard”)

“E aí, navio?”, saudou o vocalista do Yeasayer no início do show da banda no lindo teatro do Silhouette. “Vamos falar a real: isso aqui é totalmente esquisito. Estou me divertindo. Sério mesmo, está sensacional”, resumiu tudo, logo no primeiro dia.

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Sorry: Father John Misty fazendo cover de Flaming Lips
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Lúcio Ribeiro

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* Desculpa voltar tão cedo ao assunto Father John Misty, mas um leitor me passou e estou devolvendo aos leitores. Nosso herói FJM fez meses atrás uma cover de Flaming Lips em session especial para o site “A.V. Club”, parte cultural do famoso jornal “The Onion”, tablóide que zoa política, economia e sociedade, distribuído encartado em jornais, em tablets e vendido por tipo 2 dólares nas principais cidades dos EUA e Canadá. Mas o “A.V. Club” é sério.

A seção da internet deles tem session de bandas chamada “Undercover”. Convidam músicos para tocar uma versão de música famosa que está numa lista preestabelecida por leitores do jornal. E o Father John Misty (nome da banda e da persona de J. Tillman) apareceu em julho tocando a maravilhosa “Do You Realize?”, dos Lips.

Ficou assim:

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“Traz o Father John Misty”
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Lúcio Ribeiro

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* Eu recebo, todos os dias, pelo menos umas 942 abordagens do tipo “Traz o Fulano para o Popload Gig”, “Traz Beltrano para o Cine Joia”. Juntando tudo, daria para fazer um Coachella semanal aqui em São Paulo. Galera não sabe A TRETA que é trazer banda para o Brasil. Do momento que se manda o primeiro email para começar uma negociação até a hora em que a banda sobe no avião para ir embora. Mas normal, acostumei, estamos nessa mesmo.
Ontem, em meio ao show da Feist, exatamente “Popload Gig no Cine Joia”, fui parado por uma menina muito empolgada pedindo para trazer o Father John Misty. Muito.
“Traz ele de algum jeito. Traz solo. Nem precisa trazer com banda. Ele com violão. Mas traz”, repetindo o texto durante uns cinco minutos. Foi o pedido mais enfático que eu recebi nas últimas semanas.

Adoro Father John Misty. Pensei que eu era o único. E essa intimada no Joia me fez ir ver o que o músico americano anda fazendo por estes dias.

Father John Misty é a persona assumida por J. Tillman para dar uma mudada na carreira. Era o plano A que virou plano B e agora virou plano AAA. Tillman é ex-baterista da banda indie Fleet Foxes e foi músico de apoio de alguns artistas e tal. Largou tudo, fez a barba, cortou o cabelo, pegou a guitarra, assumiu os microfones. Transformou-se numa espécie de Dave Grohl indie-indie-indie. E fez um dos cinco melhores discos deste ano, “Fear Fun”, lançado em abril/maio.

Misty pode ser resumido assim: letras profundas de rasgar coração, sonzinho indie-rock-folk básico porém classe demais, dancinha style ao vivo.

Nessa verificada de a quantas anda o Father John Misty, vi que o cara está confirmadaço no próximo Coachella Festival, na Califórnia. Que ele tocou ontem na meca indie Music Hall of Williamsburg, no Brooklyn, NYC. Que HOJE faz show no Bowery Ballroom, em Manhattan, outro templo indie. Para ontem e para hoje, ingressos esgotadaços há tempos. Por conta disso, já tem show marcado em lugar maior de Nova York em janeiro, no Webster Hall, aumentando a responsa dele. Esse show de janeiro faz parte de uma outra e desta vez grande turnê americana (Canadá incluído) que ainda está por ser divulgada. Essa de agora dia 3 de novembro em Salt Lake City e ainda tem uns sete shows.

Da movimentação atual ilustrada de Father John Misty tirei o seguinte. Uma foto de instagram do show de ontem no Brooklyn, NYC; (2) o vídeo da maravilhosa “Nancy From Now On”, ao vivo no festival Austin City Limits semana passada, no Texas; e (3), mais distante no tempo, uma apresentação dele em maio na TV, no programa do David Letterman, em que executa outra incrível, “Only Son of the Ladiesman”.

Alguém traz o Father John Misty para o Brasil, please. Alô, Popload Gig!!

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Father John Misty ao sol da Califórnia
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Lúcio Ribeiro

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* Ainda sobre o FYF, festival indie pequeno rumo ao indie gigante que acontece anualmente em Los Angeles, na Califórnia, resgatei das minhas gravações outra performance do incrível Father John Misty, showzão no sol ardente, meio da tarde, cantoria folk-indie com personalidade própria que fez de seu primeiro disco, “Fear Fun” (Sub Pop, lançado em maio), ser um dos melhores do ano, fácil fácil.

No vídeo, Misty canta “Only Son of the Ladies’ Man”, indescritível na beleza da canção em si e no coração com que o cantor entrega à música.

A Popload esteve no Fuck Yeah Festival agora no comecinho de setembro, dias 1º e 2. Foi à convite da marca brasileira Chilli Beans, uma das patrocinadoras do evento americano, friso as nacionalidades para você ter mais um exemplo do status quo da economia mundial.

Sobre Father John Misty, você já leu bastante por aqui. Sobre o FYF também. Então resta você ver essa belezura de música, ao vivo, no sol da Califórnia, abaixo.

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Popload em Los Angeles. O incrível Fuck Yeah Festival e a paixão por dois homens
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Lúcio Ribeiro

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* “Foda-se o Coachella. Quem precisa ir até o meio do deserto quando dá para tocar num lugar desse aqui e dentro de Los Angeles”, disse o figuraça Father John Misty, nome fantasia de Joshua Tillman, antes de seu show no Fuck Yeah Festival (FYF), ontem, aqui na principal cidade da Califórnia.

Misty estava obviamente zoando, até porque o sol que ardia na cara dele (e no cocuruto da galera) quando ia fazer sua apresentação era digno do deserto onde acontece o megafestival citado. “Alguém sabe que horas é o show do Radiohead? É hoje que o Foo Fighters toca?”, continuou trolando o roqueiro, falando abóboras pré-show enquanto um trem do metrô passava ao lado do palco onde ele estava.

Mas tinha umas verdades embutidas no que Tillman tava falando. Num parque zoado nos “fundos” de Los Angeles, colado na região de Downtown onde quase ninguém vai, foi erguido o FYF, o festival organizado por um moleque que tem sido destaque há alguns dias na Popload. Você sabe a história.

Com as bandas principais sendo nomes como M83, Refused e The Faint, dá para ver o “caráter indie do indie” do FYF. O que não impediu de 30 mil pessoas/dia ocuparem o Historic Park, região disputada em dias normais por chineses e mexicanos. O que não impediu a Goldenvoice, a organizadora do gigantesco Coachella, de se juntar à organização do FYF. Como diz Father John Misty, quem precisa ir no meio do deserto quando tem sol forte e música indie das boas no meio de Los Angeles?

** OS SHOWS – Do punk no sol escaldante ao eletrônico viajante no frescor da noite, aconteceram muitos shows e DJ sets bons no FYF. O menino Paul Banks, do Interpol, vai surpreender muita gente com sua “nova banda” e um punhado de canções “rock” ainda darks, mas sem a execução dark de seu grupo famoso. Deu para entender? Banks quaaaaaaaase iria tocar em setembro no Brasil. Mas os planos dele foram mudados.
Voltando ao FYF, o Twin Shadow, no pouco que deu para eu ver ontem (umas cinco músicas), foi incrível.
Paguei uma dívida com o maravilhoso produtor eletrônico Nicolas Jarr. No Sónar, em Barcelona, deixei de ver a estreia do seu badalado live “diferente”, com um guitarrista e um saxofonista, para colar na apresentação da boneca Lana Del Rey. No FYF, o Jarr foi legal e tal. Mas senti que fiz a escolha certa ao optar pela Lana na Espanha.
O Tainlines, que tocou recentemente no Creators Project em São Paulo, outro que eu perdi por “força maior” na minha cidade, “doença na família” e coisa e tal, também paguei a mesma dívida. Agora sim. Esse foi maravilhoso. Temos um novo Cut Copy.
M83 fez, para o maior público do festival todo, no sábado, o que dele se espera: electropop para sonhar. Climão. Amei o show do Wild Nothing. Adoro me surpreender com bandas pequenas. Perdi o Beirut dessa vez. O Simian Mobile Disco e sua festança electro iluminada, vi uma parte e tava incrível. Glass Candy e Chromatics são apresentações indie-disco fofuras. Gostaria de tê-los na Popload Gig em breve (alô, produção!).

>>> Teve ainda os dois melhores shows do festival (na minha humilde opinião, claro). Não sou gay nem nada nessa linha, mas no FYF caí de amores por dois caras, em especial.

– Fucked Up – Não foi a primeira vez que vi a banda punk hardcore doida canadense ao vivo. Já tinha me alegrado muito com a tosquice juvenil deles em um desses Sxsw. Mas, na ocasião do festival do Texas, acho que de 2010, prestando mais atenção na forma que no conteúdo, não tinha percebido como as músicas do grupo são boas. Principalmente ao vivo. E eles não tinham ainda esse “David Comes to Life”, disco lançado no meio do ano passado, que eu adoro. A banda ao vivo se porta da seguinte maneira: o gordão careca vocalista, o gênio Damian Abraham, canta fora do palco, ali pendurado na cerca junto à galera. Nunca no palco, veja bem. Para vê-lo, você tem que chegar bem à frente. Ou olhar o telão, quando tem. No palco, na retaguarda de Abraham, fica uma galera incrível, bem boa e nova, formada por uma molecada integrante com nomes do tipo Concentration Camp, 10,000 Marbles etc. E uma baixista e backing vocal (às vezes) chamada Mustard Gas. Entre outros. Reparei em todos tocando. Todos bem bons. Mas Abraham brilha. A molecada, óbvio, pira com o som indie hardcore do Fucked Up e quer ir para perto do vocalista gordão, sem camisa, suado e peludo. Fazem o crowdsurf básico para chegar a Abraham, que os recebe com um abraço feliz e sincero. De tal modo que a galera não quer desgrudar do vocalista. E muitas vezes ele entrega o microfone para o público cantar junto com ele. Ali não tem “instinto hardcore” envolvido. Os abraços entre Abraham e seu público é de uma fofura sem tamanho. Isso porque, ali no palco, o coro sonoro está comendo no hardcore rápido e feroz. Demais.

– Father John Misty – Um dos melhores shows que eu vi num ano até bem movimentado de shows vistos. Como sempre a gente acha que o último é sempre o melhor, porque o entusiasmo atual ofusca um pouco os da memória, voto em Father John Misty. Aqui a pegada é rock-canção, tipo country, tipo folk. Bendita hora em que Joshua Tillman largou a bateria do Fleet Foxes para virar guitarrista e cantor sob essa nova alcunha. Como o Dave Grohl com o Nirvana, haha. Deixou de ser indie-hippie cabeludo e barbudo (faltava a bermuda) e virou “elegante”, na linha Chris IsaaK. Cool. O trabalho solo de Tillman não é novo, mas agora, com nova assinatura, parece que “firmou”. Father John Misty é figuraça no palco, dança meio que quebrando a espinha, como se estivesse sozinho no quarto e não diante de uma plateia. É contador de histórias nas músicas e em shows, daqueles que você não quer parar de ouvir nunca. Sua voz é incrível. As músicas, do excelente álbum “Fear Fun”, a estreia do FJM, lançado em junho, ficam ainda mais espetaculares ao vivo. Mais pesadas, mais altas no volume, com mais alma. Emocionantes. Mesmo no sol matador, com metrô passando ao fundo de cinco em cinco minutos. Talvez ainda mais por causa dessa situação toda. Repara no Misty, no vídeo. Sua banda hippie-nerd é absurda.

* A Popload está em Los Angeles a convite da Chilli Beans, patrocinadora do FYF (Fuck Yeah Festival), o maior festival pequeno do planeta.

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Popload em LA. O Fuck Yeah Festival vai começar, para devolver o indie ao indie
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Lúcio Ribeiro

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* Popload na Califórnia.

* Já que os megahiperblaster festivais tipo Coachella e Lollapalooza tomaram o indie dos indies e o transformaram em mainstream, vem um moleque para devolver a música independente a um festival independente. Acontece hoje e amanhã em Los Angeles o delicioso Fuck Yeah Festival, festival de nome apropriado para abrigar 70 bandas do punk ao eletrônico em um parque no meio do centrão de Los Angeles, a região “feia” de Downtown. Imagine o centrão de São Paulo. Pense agora nessa área a caminho da restauração, ganhando ares cool de novo, novos restaurantes e clubinhos, reformas em parques e ruas. Enfim, a revitalização de lugares históricos.
Pois, do lado contribuidor indie hypster, o FYF Festival está fazendo sua parte.

O local do show é perto da prefeitura de Los Angeles, no Los Angeles Historical Park, colado já na famosa região de Chinatown. Ali, cerca de 30 mil pessoas por dia estão sendo esperadas para ver a partir de daqui a pouco a 9ª edição do evento, criado por Sean Carlson quando ele tinha 18 anos.

De edição em edição, o festival cresceu absurdamente, em tamanho, número de bandas, patrocinadores. A Goldenvoice, que organiza o Coachella entre muitos eventos musicais nos EUA, já se aproximou do FYF, para dar uma idéia. Uma ainda mais robusta e impactante edição está sendo prometida para 2013, quando o festival completa 10 anos.

Do dream pop do M83, do punk sueco do Refused, o folk delicinha do Beirut até a bombástica eletroferveção do Simian Mobile Disco, passando por gostosuras como Glass Candy (foto acima), Father John Misty, Paul Banks, The Faint, Future Islands, Warpaint, Chromatics, Chairlift, Tainlines, Twin Shadow, Liars, Yeasayer, Fucked Up, Health e, ufa, Dinosaur Jr e Vaselines, entre muitos outros, o Fuck Yeah Festival 2012 vai ter destaque aqui na Popload.

Os destaques de hoje do FYF são:

A Popload está em Los Angeles a convite da marca de óculos brasileira Chilli Beans, uma das patrocinadoras master do FYF Festival. Eles me perguntaram se eu queria vir para o festival e eu respondi: “Fuck Yeah”.

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Tem Que Ver Isso Aí: a semana na Popload
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Lúcio Ribeiro

>> SHOWS & FESTIVAIS

* SÓNAR: a programação do fim de semana. Lá em Barcelona e no seu computador. Ao vivo.
* SÓNAR: LANA DEL REY trombando com NICOLAS JAAR
* SÓNAR DIA 1: NEW ORDER, FLYING LOTUS, T.E.E.D.
* SÓNAR: os posteres, as garotas do HAIM e o PASSION PIT na boa.
* O PRÉ-SÓNAR, o SÓNAR e as OFF SÓNAR
* SÓNAR: F*CKIN’ & ROCKIN’ em Barcelona
* SÓNAR: diretamente de Barcelona, as últimas sexuais da galera francesa
* POPLOAD GIG OF MONTREAL: o nosso vídeo lindão e Kevin Barnes em Madrid
* PLANETA TERRA: Oh Jesus. KINGS OF LEON seria um dos nomes já fechados para o festival.

>> TEM QUE VER ISSO AQUI:

* Como não amar BEST COAST?
* WOOF! A banda da PATTI SMITH latindo no Letterman
* Quer ganhar um vinil autografado do GOTYE?
* Uma viagem no tempo com o METRIC
* É TRETA! É TRETA! O retorno do STONE ROSES está ameaçado
* A nova do RADIOHEAD: antes não dava pra ouvir. Agora . MAIS: o show inteiro no Bonnaroo.
* O lado vintage do THE DRUMS
* A nossa LANINHA DEL REY faz fã chorar
* MAMILOS ALERT: MADONNA paga peitinho. WHY GOD WHY?
* THE KILLS para a eternidade
* Um dia muito estranho no pop
* Desculpaê, Moz.
* Tente não chorar: despedida de GLEN CAMPBELL com ajuda angelical de Josh Homme
* O incrível FATHER JOHN MISTY e as mulheres dele
* A bolinha azul do PASSION PIT
* O lado patriota da AZEALIA BANKS
* O Melhor do Twitter: ~TATTOO POLICE~ Edition


O maravilhoso Father John Misty e seus vídeos com a mulherada
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Barcelona. De clube em clube já e o Sónar nem começou. Ai, ai.

* Em março, no South by Southwest, em Austin, sacrifiquei uns minutos do show do Jack White para ir dar uma espiada, em um bar ali pertinho, na apresentação do Father John Misty. Já falei dele aqui. É o grupo-projeto do incansável guitarrista americano Josh Tillman, que era baterista do Fleet Foxes e largou a banda no começo do ano para assumir essa história de Father John Misty. Eu disse, no título de um post dedicado a ele, que Tillman era uma espécie de “encontro de Dave Grohl com o Fleet Foxes e o ‘Funeral’, do Arcade Fire. Tudo isso, mas nada disso”.

O “Funeral” do Arcade Fire, nesta composição Father John Misty, era por causa da música funérea dele, de vídeo ótimo também, chamada “Hollywood Forever Cemetery Sings”, maravilhosa, uma das grandes canções deste ano. E, com o cara tocando no quarteirão que eu estava no Texas, não podia perder, nem que fosse um pouquinho só do show.

Dei sorte, e o FJM tocou exatamente essa música quando cheguei. E uma outra, “Nancy From Now On”. Conheci essa última ali no show. O nome Nancy, como ele cantava, não saiu da minha cabeça naquele dia e fiquei de olho nela, para quando eu comprasse-baixasse o disco. O engraçado é que, quando cheguei ao bar em que ele tocava, todo esbaforido (eu), pensei estar no lugar errado. O Father John Misty que eu tinha ideia era o cabeludão-barbudão típico do folk-florestal do Fleet Foxes. E lá estava um cara sem barba e cabelo curto. Mas era ele.

O Father John Misty não tem muito de folk, como o FF. Ou, quando tem, pesa mais para rock, mesmo. Mas geralmente são canções solitárias, lindas, baladaças de jeca dos rincões americanos, mesmo ele sendo de Seattle e tal.

Bom, tuuuuuuuuuuuuuuudo isso para dizer que tava lendo aqui uma revista de música que me deram no QG do Sónar e tinha lá o Father John Misty. Ele tocou aqui em Barcelona, há duas semanas, no festival Primavera Sound, na versão sem banda. Era ele e a guitarra. O cara da revista que escreveu a resenha disse tipo assim, como deu para captar com meu portunho ruim: “Eu posso estar enganado ou, na hora do show, estava emocionado com outras coisas, mas achei o show do FJM um dos mais tocantes que eu vi na vida.”

É mais ou menos isso, haha.

Daí, como negligenciei um pouco essa paixãozinha pelo Father John Misty e seu álbum, “Fear Fun”, que saiu agora em maio pela Sub Pop, fui fuçar coisas e achei dois lindos vídeos recentes dele, pós-março, um exatamente essa incrível “Nancy From Now On”. E o de “This Is Sally Hatchet”, outra música absurda do disco. Os vídeos são todos estilosos, cinemáticos, dramáticos. E o cara, vou dizer, até pelo nome das músicas, tem uma certa fixação por mulheres, viu?

Então seguem os vídeos de “Nancy” e “Sally” e o Father John Misty cantando “Nancy”, ele e a guitarra dele, no Primavera Sound, aqui em BCN, há duas semanas.

PS: com o vídeo de “Nancy” eu descobri o que aconteceu com o cabelo e a barba do Father John Misty.

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Sxsw 2012 – Aí num certo horário de uma sexta-feira à noite aconteceu assim…
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em São Paulo, remexendo no Sxsw 2012. Acho que até sexta-feira, trabalhando muito, eu consigo botar aqui 1% do que eu vi/ouvi/percebi/soube do principal evento de nova música do mundo, que acabou anteontem em Austin, no Texas.

Para dar uma idéia da magnitude e do alcance do festival South by Southwest, que botou em circulação pela cidade de Austin e por cinco dias cerca de 2000 bandas em 92 clubes, vamos fazer um recorte do que aconteceu na última sexta-feira, por volta da meia-noite.

Em um caminho percorrível a pé em cinco minutos, era possível ver e ouvir (se o lugar não estivesse superlotado) o guitarrista Jack White evocando ao vivo alguns sucessos do White Stripes com duas bandas diferentes; o grupo indie americano The Drums apresentando músicas de seu ótimo segundo disco, “Portamento”; o guitarrista Tom Morello (Rage Against the Machine) fazendo um show de “protesto musical” com seu projeto Nightwatchman, recebendo no palco a veterana lenda Wayne Kramer (MC5), em um bar em que cabiam umas 100 pessoas dentro e tinha umas 400 fora, vendo a performance em um telão improvisado na porta; e o guitarrista Father John Misty estrear seu já bem falado projeto novo, depois de abandonar a bateria (!) do grupo folk Fleet Foxes.

Se a disposição para a caminhada fosse um pouco maior, a poucos quarteirões de distância, no mesmo horário, dava para assistir o rapper 50 Cent relembrando faixa a faixa seu famoso disco de 2003, “Get Rich or Die Tryin’ “, com Eminem de convidado especial, ou em outro lugar ver a estrela dance-metal Skrillex dar prosseguimento à revolução da nova música eletrônica. Ou da nova revolução da música eletrônica, como quiser.

Dinosaur Jr, Temper Trap, Clap Your Hands Say Yeah e os novatos Alabama Shakes, Howler e Cults também tocavam na região, mais ou menos ao mesmo tempo, cada um em seu canto.

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Father John Misty. O encontro de Dave Grohl com o Fleet Foxes e o “Funeral”, do Arcade Fire. Tudo isso, mas nada disso
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Lúcio Ribeiro

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* Se nada der errado, a Popload estará cobrindo o próximo South by Southwest, a maior vitrine de bandas novas em forma de festival de música. Acontece na incrível Austin, Texas, com 2 mil bandas tocando cinco dias por 80/90 bares da cidade. Se a música independente tem um paraíso na Terra, esse é em Austin, neste período de SXSW.

Muito bem. De todas as atrações da edição de 2012 que estou mais ansioso para ver, tem uma que eu nem esperava querer tanto: FATHER JOHN MISTY. Este nome incrivelmente indie-folk americano é a banda-projeto de Josh Tillman, ou apenas J. Tillman, uma espécie de Dave Grohl do pós-rock.

Tillman era até pouco tempo o baterista do grupo Fleet Foxes, de Seattle, que eu nem nutro muita afeição assim. Aí o cara largou o FF para cuidar desse seu lado Father John Misty. Como guitarrista e vocalista. Talvez mesmo porque sua voz e sua guitarra sejam incríveis. Adeus, Fleet Foxes e o “folk florestal”.

A carreira solo de Tillman, na verdade, é vastíssima, cheia de discos, apresentações etc. Mas essa “persona” Father John Misty estreia mesmo no dia 1º de maio, quando o primeiro álbum “Fear Fun” sai pela Sub Pop. Como diz Tillman, explicando seu novo projeto, “ele tem totalmente minha cara, mas não tem nada a ver comigo”.

O disco, lindo, lindo, já está há uma semana na internet.

No começo do ano as rádios americanas desembestaram a tocar a maravilhosa “Hollywood Forever Cemetery Sings”, que seria a primeira música do Father John Misty, o primeiro single e vídeo. Agora há um mistério que a música, uma das canções do ano, não vai estar na versão final do disco cheio, que sai em maio. Enfim. Na cópia que eu peguei na internet, por exemplo, ela não estava.

* “Hollywood Forever Cemetery Sings” é um folk que mistura raiva e lamento na mesma medida alta. Segundo Tillman, a idéia da música consiste na bagunça que é lidar com a felicidade de estar vivo e a tristeza de alguém próximo morrer. A música, tal qual o álbum “Funeral” do Arcade Fire, é um assombro musical da morte. Contos de velório.

* O belo vídeo, sobre a garota da música que tem um surto depois de atender a um funeral de um amigo, é estrelado pela foooooofa Aubrey Plaza, da série de TV bacaníssima “Parks and Recreation”. Aubrey também frequentou o espertíssimo filme “Scott Pilgrim contra o Mundo”, fez par com Seth Rogen e já apareceu na série “Portlandia”. A menina não é fraca. Tillman aparece no final do vídeo para carregar a surtada Aubrey embora.

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