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Popload UK Tour. Entrevista com o Howler sobre garotas brasileiras, essa coisa de “novos Strokes” e sobre ficar pelado em São Paulo
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Lúcio Ribeiro

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* Popload de volta a Londres, mas ainda se livrando do material acumulado em Glasgow.

* Este texto abaixo saiu em versão reduzida na capa de hoje do caderno Ilustrada, da “Folha de S.Paulo”. Aqui no blog está “bigger, longer and uncut”. Entrevista com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, da incrível banda nova Howler, que chega ao Brasil em poucos dias para shows em São Paulo e Porto Alegre. A conversa aconteceu poucas horas antes de a banda subir ao palco do King Tut’s, em Glasgow, Escócia, no sábado passado.

Maldição para a nova safra de bandas de rock desde 2001, mas também um belo impulso para atrair a atenção da cena, o rótulo de os “Novos Strokes” está grudado no pequeno grupo americano Howler, uma das mais incensadas formações da música jovem atual.
Não do Brooklyn (NYC) nem de Los Angeles, mas sim egressos de Minneapolis para o mundo, o Howler é um quinteto de garagem que lançou seu primeiro álbum agora no fim de janeiro, “America Give Up” (no Brasil em março), e que se encontra no meio de uma longa turnê de shows cheios por Europa, Japão e EUA.
E, graças aos já fãs brasileiros da banda, o Howler se apresenta em São Paulo e Porto Alegre agora em fevereiro, respectivamente dias 24 e 25, ambos os shows no Beco 203 das duas cidades.
Os “Novos Strokes” da vez, pecha que já serviu a Franz Ferdinand, Libertines, Arctic Monkeys e Vaccines, entre alguns outros, tocam no Brasil graças a uma ação dessas de “crowdfunding” (o público financia o show) armado pela produtora PlayBook.

A Folha cruzou com o Howler em turnê pelo Reino Unido e conversou com o vocalista Jordan Gatesmith e o baixista France Camp, ambos 20 anos de idade em uma banda formada há pouco mais de um ano.
“Para nós é um elogio ser comparados com os Strokes. Gostamos da banda e isso não nos incomoda, embora eu não veja tanto assim, tirando que somos rapazes tocando músicas baseadas em guitarras”, disse Gatesmith, absorvendo bem a comparação ao grupo de Julian Casablancas, “responsabilizado” por devolver uma certa graça ao rock no começo da década passada, graças a um punhado de ótimas canções e uma atitude tão explosiva na música quanto blasé na atitude.
“Já falaram que parecemos os Ramones, o Jesus & Mary Chain. Ficamos lisonjeados, todas bandas ótimas, eu amo os Ramones, mas estamos longe ainda de ser herdeiros de qualquer um desses”, desconversou o líder do grupo de Minneapolis.

Falando em Ramones, disse a Gatesmith achar que a voz dele lembra mais Joey Ramone, às vezes, que propriamente a do Julian Casablancas, se é para continuar na onda das semelhanças e comparações que sempre aparecem quando uma banda nova aparece com destaque.
“Algumas pessoas dizem mesmo isso. Para mim é demais. Outra coisa que só me serve de elogio, mesmo não concordando tanto, mas respeito porque você não é o primeiro que me diz isso.”

Como é Minneapolis para o rock?
“Não é ruim”, disse o vocalista. “Embora não seja o melhor lugar do mundo para uma banda começar, tem uma cena underground muito intensa acontecendo lá. Precisa ‘cavar’ Minneapolis para descobrir isso”, falou Gatesmith
“Não concordo muito”, retrucou Camp. Acho sim que tem muitas bandas, mas a maioria é freak. Apenas algumas ali importam mesmo e poderiam sair dos subterrâneos de Minneapolis para serem ouvidas em outros lugares.”

Ainda sobre Minneapolis.
“Nem acho que ainda dá para dizer que moramos lá. Já não somos mais de Minneapolis faz tempo. A gente agora, com os shows, não somos de lugar nenhum. Ou somos de todos os lugares. Moramos em hotéis Travelodge”, resumiu Camp.

O que garotos de banda de Minneapolis, com média de 20 anos de idade, escutam hoje em dia, perguntei. “O que a gente escuta no rock? Não sou muito parâmetro para isso, porque não escuto essas bandas dos anos 2000 que meus amigos de mesma idade escutam”, contou Gatesmith. “Me interesso mais por coisas bem lá de trás, tipo anos 50 e 60, Elvis e Buddy Holly. E um pouco de punk dos anos 70.”

Nem bem lançou o primeiro disco e o Howler já estava fechado para duas apresentações no Brasil. Mas, sobre o país, o vocalista Gatesmith tem a dizer que não tem nada a dizer. “Estamos muito animados por tocar no Brasil. Para nós, que mais ou menos vivemos a mesma rotina faz tempo, se apresentar em lugares tipo lá ainda dá uma energia extra para a banda. Não vou falar para você que amamos o país e que conhecemos música brasileira porque não é verdade. Não tenho idéia do que esperar do Brasil”, falou Gatesmith. “Mas, é sério, queremos aprender TUDO de Brasil nos cinco dias que vamos passar lá.”

“Tem uma coisa engraçada em relação ao Brasil”, disse Camp. “Teve um show em Nova York cheio de garotas brasileiras bem animadas”, falou. Cheio quanto, perguntei. “Um monte, o suficiente para falarmos no camarim, entre a gente: ‘Por qual motivo tinha tantas meninas brasileiras na platéia hoje?’ “, explicou o baixista.
“Garotas fucking lindas”, completou Gatesmith. “Ficaram dizendo que tínhamos que ir ao Brasil. Ok, nós vamos”, riu.

“Está calor lá agora?”, perguntou Gatesmith.
“Posso levar meu short?”, emendou Camp. “Posso ficar pelado lá, tipo o baixista do Queens of the Stone Age?”

* OS “NOVOS-STROKES” DESDE OS STROKES: uma listinha de bandas que carregaram, pós-2001, o rótulo de seguidores do grupo de Nova York na honrosa e às vezes inglória missão de “salvar o rock”.

– The Vines: chegaram à cena meses depois dos Strokes, foram logo capa da “Rolling Stone” americana (são australianos) na linha “Rock is back” e racharam a crítica já no primeiro disco. No segundo, no entanto, alcançaram a unanimidade: a banda já tinha perdido o gás.
– The Killers: se os Strokes bebiam da fonte local, nova-iorquina, o Killers trazia a new wave inglesa para o deserto de Las Vegas. Já no primeiro disco ficaram maiores que os Strokes, embora isso não reflita necessariamente em qualidade maior. Hoje estão no calcanhar do Coldplay, tocam na Jovem Pan e se levam a sério (demais).
– Interpol: conterrâneos e contemporâneos, foram a imediata “next-big-thing” da grande maçã, com menos curtição e mais reflexão. O apelo das roupas pretas não sobreviveu a dois verões, contudo.
– Libertines: decidiram levar a banda a sério depois de ver um show dos strokes. Foi a “resposta inglesa” à banda de NYC.
– Franz Ferdinand: surgiram na Escócia na bagunça causada pelos Strokes no novo rock e logo viraram “darling” da cena. Se vestiam melhor e dançavam mais ao vivo, porém.
– Arctic Monkeys: não sabiam tocar nada quando montaram a banda. Nos primeiros ensaios, Alex Turner disse que ficavam “treinando” fazendo cover de strokes. Hoje são a principal banda indie do planeta.
– Tame Impala: australianos, compartilham a saudade dos anos 60, mas indo mais para o Hendrix e o Cream do que para o wild side do Lou Reed. Têm o som mais encorpado e mais hippie. Mais viagem, menos garagem. Ou seja, nada a ver com os Strokes.
– Vaccines: ingleses, são os últimos “novos Strokes” antes do Howler. Até gravaram uma música com um dos Strokes. Tocam em São Paulo em abril.

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Ao vivo em Glasgow: Howler, a melhor banda nova do planeta, o “novo-Strokes”, “novo-Ramones”, “novo-Clash”, “novo-Jesus & Mary Chain”…
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Glasgow.
Aqui está fog e -1 grau, thank you very much. Como está aí, calor?

* Sábado à noite fui ver a molecada do grupo americano HOWLER, de Minneapolis, Minnesota (veja bem), se apresentar no famoso clube King Tut’s Wah Wah Hut, aqui em Glasgow, Escócia. Esse mesmo Howler que, ATENÇÃO se você ainda não deu conta, faz show em SP e Porto Alegre no final de fevereiro agora. Com o espetacular primeiro álbum lançado há poucas semanas, o “America Give Up” corre o Reino Unido desde janeiro e essa da Escócia foi uma dos últimas apresentações deles. Hoje em Londres, sold-out, eles fazem o “último show britânico”, depois vão à Europa, passam pelo Japão e encaram a grande turnê americana do disco novo. Eles não param. Tanto que o vocalista Jordan Gatesmith disse a mim em entrevista a ser publicada que nem dá para dizer mais que eles são de Minneapolis: “Não temos mais casa. Faz tempo que moramos em hotéis Travelodge”.

* Primeiro o King Tut’s: o lugar é considerado o “melhor clube pequeno do mundo”. Diz que cabe 300 pessoas, mas acho que, vendo o show, mesmo, deve caber umas 200. Foi o local onde o Oasis foi descoberto pelo empresário, músico e agitador Alan McGee. Falam que, no Reino Unido, se uma banda nova não passou pelo palco do King Tut’s, ela ainda não “aconteceu”. A lista de quem já tocou lá impressiona: White Stripes, Belle & Sebastian, Strokes, PJ Harvey, Franz Ferdinand, Beck, Coldplay, Blur, entre outros.
Na noite do Howler, sábado, uns -3 graus do lado de fora e uns 45 dentro. Perto daquilo, o Cine Joia e o Estúdio Emme, em SP, muito maiores que o King Tut’s, parecem um frigorífico.

* Adorei o show que abriu para o Howler, de um guitarrista solitário americano chamado Man Made. O menino tocava notas, gravava no pedal, as deixava em loop, adicionava efeitos e continuava tocando por cima um monte de canções de amorzinho. Voz bem bonita. Ele sozinho em cena e parecia, às vezes, que tinha uns três guitarristas e dois baixistas juntos. Aí o show acabou, ele tirou o casaco dourado cintilante, guardou a guitarra, botou o boné para trás e começou a montar o palco do Howler. Ele é o roadie da banda principal.

* O Howler (“ráuler” na pronúncia) é um quinteto que, tirando o baterista, de 24 anos, e o segundo guitarrista, de 22, os outros têm 20 anos. Eles são “de menor” nos EUA, então se esbaldam bebendo no palco no Reino Unido. E se divertindo entre si, por conta dessa “liberação”. Os caras são todas essas comparações do disco atribuídas a eles, mas ainda por cima têm uma personalidade própria impressionante. Todos são bons músicos. E entrosados. Barulho, energia, diversão, boas músicas, vocalista carismático. Que mais uma banda nova precisa ter?
Duvido alguém me apontar uma música “mais ou menos” do disco deles. Todas as canções têm uma marca própria, parece, sem parecerem diferentes entre si. Se eu pudesse, ia até Londres hoje vê-los tocar de novo. Aguento esperar os shows no Brasil.
Minha única “decepção” foi eles não terem tocado a música “14 Days”, que está no EP do ano passado e não entrou no álbum. A canção tem tudo o que eu gosto no rock. E contribui na atribuição louca de rótulos ao Howler com os títulos de “novo-Wedding Present”, “novo-Vaccines”, “novo-Modern Lovers”.
Mas, OK. Eu supero.

* Fiz alguns vídeos para botar aqui. Por enquanto, vai o da incrível “This One’s Different”.

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Popload on Sunday – Notícias pop direto da nova era do gelo britânica
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Lúcio Ribeiro

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* Popload em Glasgow, Escócia.

* Escape rápido da neve de Londres direto para a terra mundialmente conhecida pelo… Jesus & Mary Chain. Aqui nem está nevando. Parece verão. Vi o jogo do Glasgow Rangers hoje com a aprazível temperatura de 1 grau NEGATIVO. Tranquilo…

* O reino aqui está mais ou menos assim:

* Ontem, o jogo do Manchester City foi jogado debaixo de neve. Aí, o espetacular diário “The Sun” foi e deu a manchete de esporte: “Artic MANCies”. Gênios.

* Eu estou falando que o belga-australiano Gotye virou praga, com a linda música quase-cafona “Somebody That i Used to Know”, um desencontro amoroso indie, espécie de Jane & Herondi (para quem lembra) do rock atual. A música tem a participação da cantora neo-zelandesa Kimbra, outra que está estourando por si só. O single na semana retrasada entrou em louváveis sexto lugar na parada de download do iTunes britânico. Eu ouvi a música em lojinha do aeroporto, quando cheguei aqui. Agora vai virar esta semana no SEGUNDO lugar do single chart do iTunes. Gotye vai tocar no Sxsw e Coachella deste ano. Está no Top 40 da “Billboard” americana. No Brasil, na última sexta-feira, a gravadora Universal disparou para jornalistas o email “Gotye, a sensação mundial”, avisando que vai lançar o disco dele, “Making Mirrors” (o terceiro) em… março. Mas avisa que o disco já está virtualmente disponível nos “parceiros digitais”. Confira Gotye e Kimbra fazendo ao vivo a dobradinha da dor de cotovelo no programa do americano Jimmy Kimmel, de três dias atrás.

* Muita conversa na Inglaterra em torno da rede gigante de spuermercados Morrisons, que na parte infantil está vendendo um macacão para bebês com uma daquelas frases engraçadas. Mas a roupinha em questão tem a estampada a frase “HELP. I’m being kidnapped. These are NOT my parents”. Sério. Tem ainda na versão com letras tipo capa do Sex Pistols: “Help, I’m being kidnapped and I can’t talk!”. Haha. Quer dizer…

* Este eu vou ver sexta-feira que vem, acho. Estreia nos cinemas do Reino Unido nesta semana o filme “The Woman in Black”, que estão dizendo ser o melhor e mais apavorante filme de terror desde “O Exorcista”. Exagero inglês ou não, o jornalzaço “The Observer”, de hoje, veio com um especial de oito páginas em papel especial só para o filme. É de fazer o seriado “American Horror Story” parecer conto-de-fada. O melhor é o ator de “The Woman in Black”. O harrypotter Daniel Radcliffe, o primeiro filme pós-Potter dele. Os metrôs londrinos estão cheio de cartazes do filme. E aquelas recomendações dos críticos são as recomendações dos críticos que vêm no topo do pôster: “Não assista este filme sozinho”; “Mesmo depois de o filme acabar, vai demorar para você parar de tremer”. Nice.

* Ontem, aqui em Glasgow, fui ver ao vivo o show da banda nova americana Howler, de Minneapolis, da qual eu tanto falo. Foi a-bs-u-rd-o. Em um dos próximos posts eu conto e mostro como foi. A apresentação foi no King Tut’s. Sabe qual? Deixo só uma foto aqui, por enquanto.


Tem Que Ver Isso Aí: a semana na Popload
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Lúcio Ribeiro

>> SHOWS & SHOWS & SHOWS

* A indiezada moooorre do coração! Segura: as datas do MORRISSEY no Brasil!
* Enquanto isso, vale uma turnê dos Smyths?
* Summer Soul Festival: Florence é o novo soul. E não é também.
* Aquecimento RAPTURE: o show na Colômbia.
* RAPTURE em São Paulo: saiba como foi.
* RAPTURE em São Paulo, as fotos.
* RAPTURE em São Paulo, mais um vídeo: “Sail Away”
* Anunciado hoje: TING TINGS @ Circo Voador no dia 30 de abril AND TING TINGS @ Cine Joia, no dia primeiro de maio.

>> A SEMANA:

* Bem-vindo a 2012 com Pulled Apart By Horses, Mastodon e Lamb of God! Metaaal! lml
* Não deu para segurar. LANA totalmente vazada.
* LANA DEL REY e o remix de SEIS minutos do Damon Albarn.
* As velhas ideias do Leonard Cohen. Ouça o novo disco aqui.
* A Popload, o Michel Telô e o Wilco. É isso mesmo.
* São Paulo fez parte da pré-estreia mundial do documentário-show do Chemical Brothers .
* A volta tchutchuca do Sleigh Bells.
* TING TINGS e o pesadelo do segundo álbum.
* Arctic Monkeys fazendo a Katy B.
* Popeye é fã do Wilco.
* BAFO AO MAR! Ex-CSS e EX-Bonde-do-Rolê tocando juntos no navio ChilliBeans, a.k.a. Cruzeiro Indie. Vixxxxe!
* HOWLER, o novo novo-Strokes. Será?
* SEVEN NATION ARMY, a música que não descansa em paz, em versão novo-new-soul.
* E por falar em White Stripes, um fã da dupla decide vender tudo. Nem adianta ir lá porque ele conseguiu o que queria.
* Na foto acima, Tyler sendo Terry & Terry sendo Tyler. Pelas foto no blog do fotógrafo, esse editorial não foi nada fácil.

>> A SEMANA NO TWITTER:

THE BEST OF TWITTER em edição bilíngue: “Criminals Taking Advantage” Edtion


Howler enquanto “novo Strokes”. O que é, o que não é
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Lúcio Ribeiro

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A banda “indie-sensação” Howler (atenção: pronuncia-se RÁULER), de Minneapolis (importante citar), o “Vaccines deste ano” (é…), ou o “novo Strokes” (calma, chegaremos lá), tocou em Brighton na terça-feira passada, em loja minúscula com palco improvisado e apertado.
O jornalista inglês Alexis Petridis, do “Guardian”, foi até lá para ver se o apelido “Strokes do grunge”, dado pela revista “Q”, fazia sentido. Claro que quando as revistas citam Strokes elas se referem ao Strokes-de-dez-anos-atrás, melhor deixar claro.
A comparação procede, segundo Petridis, somente nesses quesitos abaixo (*tradução mega livre e com pitacos):

Howler é “tipo Strokes…
— nos 20 e poucos anos e talvez nas influências musicais.
— no show aceleradíssimo, sem papinho nem intervalo entre as músicas. É pá-puf. O show leva 45 min, contando com o bis.
— no visual desleixado, de banda de colégio, mas com músicas muito melhores que qualquer um teria nessa fase/idade.
— na despretensão e no entusiasmo, coisas que tendem a sumir depois de dois anos de banda. Né, Julian?
— PRA JÁ: e por isso o Howler nunca vai ser tão legal quanto é hoje, A-GO-RA. Aaaah, Strokes em 2001…
— a voz do vocalista Jordan Gatesmith lembra a do Julian Casablancas, quando a voz arrastada do Julian ainda era por puro blasé e não por ter um tédio profundo por fazer parte do Strokes.

* Lembrando que, no ano passado, o Vaccines também foram apelidados de “novo Strokes, no caso “o Strokes inglês”. Coitado do Julian.
* O Howler, BELIEVE, toca em São Paulo e Porto Alegre em fevereiro, respectivamente nos dias 24 e 25, no clube Beco daqui e de lá.
* Ontem o Howler tocou em Londres. Hoje é País de Gales, depois vem Liverpool e Manchester. A turnê britânica deles começou nesta semana. Na segunda, o Howler se apresentou “só guitarras” numa loja de Bristol chamada Rise. Ali, na frente das caixas, eles cantaram a sensacional “This One’s Different”, do recém-lançado álbum “America Give Up”. Belezura tosquinha.
* O Howler, assim como o Popload Gig, tem a mania de chamar “notáveis” para fazer os pôsteres-artsy de shows, turnês. Para a turnê britânica, encomendaram com o artista inglês Jon Mackay, famoso por ilustrações dos principais jornais ingleses e famosas camisetas de rock.

Então, o pôster está lá em cima. O vídeo de Bristol, aqui embaixo.

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Howler ao vivo na escada
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Lúcio Ribeiro

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* O Howler, de Minneapolis, sua banda nova predileta, lançou o primeiro álbum nesta semana, o delícia “America Give Up”. Com 815 comparações com os Strokes “do começo”, em referência ao surgimento, à conquista da Inglaterra antes do EUA etc., o Howler esteve no Reino Unido para lançar o disco na segunda-feira. E no porão da gravadora Rough Trade, fez uma session rápida na escada, tocando a ótima “Back of Your Neck”, que foi assim (repare o pôster dos Strokes ao lado deles):

* Diz que o Howler toca em São Paulo e Porto Alegre em fevereiro, dias 24 e 25, ambos no Beco 203. Vai ser anunciado como definitivo em breve. Pensa.

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Mercado de shows no Brasil: Howler, Portishead, M83 e Killers
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Lúcio Ribeiro

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* Antigamente era notícia quando alguma produtora brasileira negociava com bandas e/ou artistas estrangeiros para acertar shows no Brasil. Hoje, acredite, tem tanta gente daqui negociando com tanta banda de lá, que quase não existe um nome gringo sem ter proposta para tocar neste ano no aquecido mercado de shows brasileiro. Sabe aquele artista que você queria ver por aqui? Tem proposta. Da atração mais badalada e famosa à menos badalada e obscura. E só não vem se não quiser. Porque tem outros planos.

Enfim. Tudo isso para dizer que, se o que a gente tem de apresentações anunciadas já é de animar qualquer cidadão musical deste país, o bastidor dos negócios indica que as bandas abaixo têm muita chance de estar no Brasil nos próximos meses. Nas próximas semanas. Nos próximos dias!!!

* Está difícil, mas também nunca esteve tão perto. O grupo inglês PORTISHEAD negocia firme datas em maio para Santiago, Chile, com shows em Buenos Aires e São Paulo no pacote. O cultuado Portishead talvez seja uma das pouquíssimas grandes bandas da cena independente que nunca pisou aqui no Brasil para shows.

* O incrível novo grupo HOWLER, de Minneapolis e já prediletos da Popload, ao que tudo indica toca em São Paulo e Porto Alegre em fevereiro, no Beco 203 daqui e de lá. As apresentações acontecem nos dias 24 e 25/2. Rola um “esquema Queremos” de mobilização de crowdfunding no Facebook, por parte da Playbook e para ambos os shows, mas eles devem mesmo rolar. Aguardemos anúncios oficiais.

* O especialíssimo produtor francês de nome inglês e sobrenome espanhol Anthony Gonzalez, radicado em Los Angeles, estaria fechado para tocar com seu ótimo projeto M83 em fim de abril/começo de maio no Brasil, é a notícia que chega. O M83, sempre da vanguarda eletrônica desde o começo dos anos 2000, traz ao país o show de seu aclamado novo álbum, “Hurry Up, We’re Dreaming”, um dos grandes discos lançados em 2011. Desconfio em que evento o M83 (foto acima) vá tocar, mas vamos esperar mais confirmações.

* Por fim, o tal grupo KILLERS está muito perto de vir mostrar seu disco novo e um novo Brandon Flowers como estrela de um festival brasileiro do segundo semestre, a Popload teve várias indicações de vários lugares. Para você sentir como a coisa anda aquecida, os muitos eventos do segundo semestre já estão no trabalho árduo de “bookar” bandas para as edições 2012 desde o final do ano passado, para evitar os costumeiros perrengues de atraso de programação.

* Se tudo sair como previsto, o Popload Gig anuncia sua próxima edição tão logo passar o dia 25 de janeiro, semana que vem, quando Rapture, Breakbot e Drunk Disco sacodem a décima edição do festival, que acontece no feriado paulistano no Cine Joia.

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Sua nova banda predileta: HOWLER
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Lúcio Ribeiro

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* Eu sei. A banda é de Minneapolis. Como assim uma bandinha de Minneapolis ser sua predileta? Acontece. Se bandas de Akron, Ohio, podem, por que não uma de Minneapolis, Minnesota?

* I told you once. A gente já está enfeitiçado pelo Howler aqui na Popload, desde que o EP foi o hit das viagens de carro para Paulínia, na época dos deslocamentos de São Paulo para o SWU. Ou desde que eles saíram em excursão inglesa abrindo para o Vaccines. E, antes ainda, desde quando botamos o ouvido em “I Told You Once”, do EP do ano passado, “This One’s Different”, maravilhoso. Daí colocamos a canção direto aqui na seção “Música do Ano?”, que uma galera acha que sou só eu mudando de opinião sobre a melhor música do ano. Haha. Whatever.

* “I Told You Once” nos ganhou primeiro porque o Howler tem a voz mais nada-a-ver do rock atual, e isso é um baita elogio. Até que enfim Alex Turner ganhou um “concorrente”. O vocal do figurinha Jordan Gatesmith, 19 anos, também o principal guitarrista do grupo, é uma versão teen do lendário Calvin Johnson (do Beat Happening, Seattle, ídolo do Cobain) misturado com o Faris Badwan, do Horrors. Depois porque “I Told You Once” tem na letra, na linha “eu me odeio mais do que odeio você”, coisas do tipo “There’s just a price you have to pay/ Feel like shit tomorrow but i feel fine today”. Por fim, quanto ao som, desculpa, desculpa, desculpa, mas lembra “Strokes do começo”, que é um artifício literário bem comum para definir toda banda nova que aparece com músicas boas, estilo garagem, letras boas e uma explosiva energia rejuvenescedora e contagiante. Lembra “Strokes do começo” mas lembra também “Wedding Present do fim”. E isso é muito sério!!!!! E não vou botar nem o Joey Ramone nessa conta para não pesar muito a responsabilidade do Gatesmith.

* Bom, toda essa introdução para dizer que o Howler lança hoje na Inglaterra, amanhã nos EUA e sabe-se lá quando no Brasil seu primeiro álbum, “America Give Up”. O disco estava disponível para a audição na internet na semana passada, mas logo caiu inteiro para download.

Cartaz do disco do Howler em painel na Sunset Boulevard, em Los Angeles. Disco sai oficial amanhã nos EUA

* E, onde tem as maravilhosas “I Told You Once” e “Back of Your Neck”, saem também as incríveis “Back to the Grave”, “This One’s Different”, “Too Much Blood” e outras. O disco é uma beleza. Vai atrás.

* Olha esse vídeo, que espetacular. “Back to the Grave”, talvez a minha predileta do disco, tocada ao vivo em agosto de 2011 numa praça de uma escola de música em Saint Paul, Minnesota, a “famosa” McNally Smith, para uma audiência que tem uma senhora e duas crianças lanchando. Genial.

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2012: Howler, de Minneapolis
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Lúcio Ribeiro

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* Terra da Ana Bean.

* Amigo meu escreve dizendo que 2012 vai ser deles, do Howler, banda de moleques de Minneapolis que já apareceu na Popload no começo de novembro na seção “Música do Ano?”, com a esperta “I Told You Once”. São da linhagem de bandas de galerinha americana que fazem o indie ficar pop, ou vice-versa, de onde saíram o Grouplove e o Foster the People, duas boas surpresas de 2010/2011.

* O negócio é que o Howler vai mesmo fazer um certo barulho logo de início em 2012, não vai ter jeito. O primeiro disco deles, “America Give Up”, sai dia 17 de janeiro, via Rough Trade. Neste dia eles iniciam uma série de seis shows diários em Nova York, em seis lugares diferentes, em Manhattan e Brooklyn. Daí somem para a Europa e Japão. Depois voltam para uma turnê americana grande nos EUA, que inclui mais dois shows em Nova York, Coachella etc.

* Não faz muito tempo, lançaram o vídeo de “Back of Your Neck”, outra música que smells like teen spirit e vai estar no disco de estréia.

* Se não der em nada essa chegada do Howler ao pop, já valeu a pena pelo grupo ter cunhado uma das frases pop mais legais de 2011 de uma linha musical, uma que está em “I Told You Once”. Assim: “There’s just a price you have to pay/ Feel like shit tomorrow but i feel fine today”.

Ouça e veja “Back of Your Neck”, cheia de “u-uhs”.

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Música do ano? – “I Told You Once”, Howler
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Lúcio Ribeiro

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I wouldn’t have it any other way
Your body’s fine but your mind’s not okay

* Howler é demais, não? Eu curto cada vez mais essa “I Told You Once”, primeira música dessa molecada de Minneapolis, terra da Ana Bean, que neste ano surfa forte na onda da falação da blogosfera americana. E da inglesa. Tem esse EP delicinha circulando faz tempo, “This One’s Different”, na qual “I Told You Once” está encravada. Mas a música linda de tão básica estará no primeiro álbum deles, que sai no meio de janeiro.

And i wish there was something i could do
Cause i hate myself more than i hate you

Não repara muito na foto. Eles são de Minneapolis…


* O Howler começa hoje uma grande turnê britânica abrindo para os Vaccines. Mas ontem eles fizeram show sozinhos no Garage, em Londres, no “andar de cima” do clube. A primeira apresentação do Howler “headlining” na Inglaterra.

There’s just a price you have to pay
Feel like shit tomorrow but i feel fine today

* O Howler representa o de sempre no indie, que estamos acostumados desde que ouvimos Strokes e White Stripes pela primeira vez. Não é nada do que a gente já não tenha ouvido. Nada de tão inventivo. Mas é de um frescor que comove quando você está de bobeira e a música começa a tocar no rádio, ou no shuffle do seu iTunes, quando você está dirigindo. Essa “I Told You Once” é muito assim. Voltando de Paulínia para São Paulo, de carro, cansado de chuva e lama, depois de ver um monte de banda, musicalmente (in)satisfeito. Então “I Told You Once” começou a tocar de repente. Daí decidi que ia fazer este post.

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