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Conheça o Temples, maior banda pequena do mundo hoje
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Lúcio Ribeiro

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Eles ainda não lançaram o disco de estreia, mas vão abrir o show dos Rolling Stones para 80 mil pessoas no Hyde Park no próximo sábado, tá?

Vem de Kettering – 130 km de Londres, 50 mil habitantes – a nova banda queridinha do Johnny Marr, do Brett Anderson e do Noel Gallagher. Formado no ano passado, o Temples é um quarteto liderado pelo esquisito vocalista James Bagshaw, que também toca guitarra. Os “outros” da banda são Tom Warmsley (baixo), Adam Smith (teclado) e Sam Toms (bateria).

Espécie de mistura interessante e improvável entre Tame Impala e T-Rex – inclusive visualmente falando, já que Bagshaw parece ser filho bastardo de Marc Bolan – o Temples lançou no final do ano passado o single “Shelter Song”. Foi direto para as rádios que tocam e tratam o Indie como coisa séria.

Neste ano, já abriram shows para o Suede, Vaccines e Kasabian. Sábado tocam para o Mick Jagger ver. Daqui duas semanas, abrem shows do Beady Eye de Liam Gallagher na Espanha. Fora isso, têm agenda movimentada até novembro, incluindo apresentações em festivais gigantes como o Benicassim e o inglês Reading.

Outras faixas soltas divulgadas no Youtube acabaram se tornando pequenos hits, casos de “Prisms” e a recente “Colours Of Life”. Assinaram contrato com o selo Heavenly Recordings (Magic Numbers, Mark Lanegan) antes mesmo de se apresentarem ao vivo, graças a um amigo de Bagshaw, que conhecia seu trabalho anterior na banda The Moons. Junto com o Temples, tem crescido uma certa nova onda denominada “New Psychedelia” ou simplesmente “Psych”.

O disco de estreia pode sair em algum momento do segundo semestre. Ou não. Por enquanto, o Temples continua desconhecido, pequeno e é bem difícil de se achar material deles. Mas eles vão abrir para os Rolling Stones assim mesmo.


Nós <3 Live Sessions
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Lúcio Ribeiro

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Um dos maiores baratos da música são as live sessions que as bandas, DJ’s e artistas em geral fazem para estações de rádio, TV e internet mundo afora. Não por acaso, este espaço tem seu próprio “cantinho” de música ao vivo, as Popload Sessions, que destacam bandas nacionais mostrando seus trabalhos e pagando tributo a nomes internacionais que os influenciam. Tem espaço também para os gringos, o Teenage Fanclub e o Cribs não me deixam mentir.

Também não é por acaso que a Popload Session figura entre os posts de maior repercussão por aqui, o que vale induzir que a galera curte ver suas bandas favoritas ou novinhas tocando ao vivo em um ambiente fechado com som redondinho.

Algumas das principais rádios “indies” do mundo e até mesmo sites de grandes corporações, como o império jornalístico inglês “The Guardian”, têm investido cada vez mais nessas live sessions. Muitas delas são disponibilizadas 5 minutos depois de acontecerem e não é difícil encontrar todas elas prontinhas em podcasts gratuitos para baixar. Dando uma zapeada rápida por aí caçando sessions recentes justamente para ilustrar este post, não foi difícil encontrar logo três apresentações destacadas.

Uma das minhas estações favoritas, a KEXP de Seattle, provavelmente faz as melhores sessions do mundo junto com a rede britânica BBC e seus mil tentáculos. A KEXP é uma das rádios mais ouvidas por quem curte novas tendências e nuances do indie e esse tipo de música em geral que a gente adora ouvir. E o mais legal é que a maioria dessas sessions vão parar no canal da rádio no YouTube, em vídeo mesmo. Não faz muito tempo, o incrível Black Rebel Motorcycle Club fez uma apresentação de quase meia hora para a rádio, com entrevista e tudo, mostrando músicas de seu novo disco. Daí o vídeo registrado da session veio em preto e branco, para “combinar” com a banda.

Outra rádio que está entre as minhas favoritas, a KCRW de Los Angeles, também é bem boa nesse quesito. Vira e mexe, bandas que estão bombando fazem shows exclusivos especialmente no programa “Morning Becomes Eclectic”. Recentemente a gente destacou por aqui a apresentação do Foals. Esses dias quem esteve por lá foi o grupo Portugal. The Man, que lança seu novo álbum nesta semana. O Devendra passou por lá também.

O big jornal “Guardian”, para tentar aproximar seu leitor – e conquistar novos – neste espaço internético, tem destacado bandas tocando ao vivo em performances exclusivas para seu site. Hoje mesmo soltaram um vídeo bem bacana do veterano Suede mostrando seu novo single “Hit Me”, que nos faz pensar que estamos em 1995.

* Hoje mesmo, só ver o post abaixo, “acordei” ouvindo o Disclosure na Radio One, em session incrível que deixa a Popload de prontidão esperando cair on line para postar aqui mais tarde. Como não amar?

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O Suede e seu manifesto antiartístico
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Lúcio Ribeiro

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Patrimônio do britpop inglês lá nos anos 90, o Suede tem mostrado nos últimos meses que está com o gás em dia. Nem é pelo fato deles terem tocado com o Buchecha no programa do Serginho Groisman recentemente, mas sim pelo bom disco “Bloodsports”, lançado no início deste ano, que tem levado a banda a se apresentar em países como Coréia do Sul e Luxemburgo.

Uma das boas faixas do disco, “Hit Me”, ganhou um vídeo legal, que mostra um casal tocando o caos em um museu, fazendo bagunça, pichando quadros, quebrando molduras e jogando tinta na parede.

Teenage kicks.

Tags : Suede


Lembra o Suede no Serginho Groisman? Então toma…
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Lúcio Ribeiro

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* Passou sabadão passado. A banda inglesa Suede, patrimônio do britpop inglês lá dos anos 90, teve finalmente sua performance bizarra no “Altas Horas”, programa da madrugada do domingo global apresentado pelo Serginho Groisman, levada ao ar. O programa foi gravado em outubro, quando o grupo de Brett Anderson esteve no Brasil para tocar no último (cóf!) Planeta Terra Festival, em São Paulo.

Foi gravado em outubro e guardado para passar em janeiro, nas férias do apresentador.

Na ocasião, como reportado aqui na Popload, o Suede cruzou no “Altas Horas” com o Buchecha, o lutador MMA Vitor Belfort, a consultora de moda e empresária Constanza Pascolato, o ator Lazaro Ramos e o jornalista-escritor-teatrólogo Marcelo Rubens Paiva. Segundo os pouquíssimos fãs que conseguiram entrar nos estúdios da Globo para acompanhar a banda, ninguém, nem banda, público, apresentador e convidados, entendeu o que estava acontecendo quando o Suede tocou por lá.

Um desses fãs me disse, depois de ver o programa sábado, que foi bem aquilo: “Todo mundo sentado, plateia congelada, publico desinteressado, meninas conversando. Constrangedor, até”.

No “Altas Horas”, o Suede tocou “ANIMAL NITRATE”, “METAL MICKEY” e “FILMSTAR”.

“Metal Mickey”, segundo um amigo a melhor apresentação da música na história da banda, foi mostrada nos caracteres do programa como “Metal Medley”. Na chamada para o vídeo na internet, tem um incrível “Suede agita a plateia com…”.

O Youtube ainda não tem o Suede no Serginho Groisman. Mas o site do programa mostra “Metal Mickey” e “Animal Nitrate”. Siga os links. Dá para ver a performance delas assim que pular a propaganda do Big Brother Brasil. 🙂

O Suede, um dos melhores shows no Brasil em 2012, anunciou na semana passada que vai lançar um álbum novo em março/abril, seu sexto disco, chamado “Bloodsports”. Revelaram também uma música desse disco que está por vir, a mais-ou-menos “Barriers”.

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Os Melhores de 2012 da Popload – Shows no Brasil
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Lúcio Ribeiro

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* Sei que já devia ter deixado 2012 em 2012, mas faltou o ranking das melhores apresentações ao vivo do ano passado.

* Num espetacular ano para shows gringos no Brasil, ainda que dois mil e doze tenha acabado meio sinistro, com uma certa crise de “ajustes de mercado” misturada a um já movimentadíssimo calendário para 2013, a gente viu tanta coisa ao vivo em solo tupi que eu nem lembro de tudo direito.

2012 teve o nascimento de dois outros megafestivais (Lollapalooza, Sónar), um outro “dando um tempo” (SWU), um outro querido evento indie acabando “as we know it” (Planeta T…). Uma pancada de shows pequenos acontecendo seja em casas novas (Cine Joia, cof cof), seja em porta de cemitério. Teve a maturação das festas com DJs gringos bons nas tardes, teve o Franz Ferdinand causando tumulto no Ipiranga, o Horrors tocando em loja de azulejo em Sorocaba, banda francesa tocando em navio, banda do Texas se apresentando 7 da manhã no meio da rua do Centrão, teve o Carl Barat excursionando e cantando Libertines com banda brasileira “de fundo” e um beatle fazendo concerto no Nordeste, no mangue.
Não vou nem me alongar muito dizendo que 2012 foi o ano mais movimentado do Popload Gig.

Falando em Popload Gig, peco desculpas por votar nos shows que eu mesmo provoco, na casa em que eu faço parte. Faz parte. Um perdão ainda especial a Jarvis Cocker, Morrissey e Noel Gallagher. Vocês me entendem…

Então, o Tame Impala levou essa, nem vou explicar muito. Tocaram duas vezes no Cine Joia, em dias seguidos. O primeiro, numa festa fechada em que 80% dos presentes nem aí para quem estava no palco. E já foi muito bom. Na noite seguinte, público todo dela, a banda ainda só “experimentou” tocar ao vivo duas músicas do fantástico disco novo. Foi mágico.

O Arctic Monkeys foi gigante no gigantesco Lollapalooza. Nossos meninos de Sheffield agora são banda de homens. Visual de motoqueiro, baterista fantástico, mais à vontade em tocar as músicas que não são hits. Monsters of rock. Os srs. do Kraftwerk fizeram seu “musical” no estreante (agora para valer) Sonar SP. Show de interpretação de um tempo em que as máquinas nos davam medo. Parece filme antigo daqueles que nunca cansamos de ver.

Na cara de pau, fazer o quê, outro do Popload Gig: o Rapture. Comecinho do ano, o som do Cine Joia ainda zoado, o ar-condicionado do Cine Joia ainda zoado, o grupo nova-iorquino despejou dance-punk de uma maneira tão tocante e intenso que a adversidade jogou a favor. O que o Mogwai fez no teatrinho escondido do Anhembi foi avassalador. O Suede, no PT, ocupou um lugar de destaque no ranking que eu daria facilmente a algum herói veterano tipo Morrissey, tipo Noel. Mas o grupo do Brett Anderson conseguiu ser genial, atual.

Bom, como pincelada geral rápida, é mais ou menos isso. Os nomes desta particular lista de melhores falam por si só. E ela acabou assim:

1. Tame Impala, Popload Gig / Cine Joia

2. Arctic Monkeys, Lollapalooza Br

3. Kraftwerk, Sonar SP

4. Rapture, Popload Gig / Cine Joia

5. Mogwai, Sonar SP

6. Suede, Planeta Terra

7. Howler, Beco

8. Foo Fighters, Lollapalooza

9. Totally Enormous Distinct Dinosaurs, Sonar SP

10. Skrillex, Lollapalooza Br

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Serginho Groisman é o nosso Jools Holland. Ou: o incrível e surreal dia em que o Suede conheceu o Buchecha
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Lúcio Ribeiro

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* A primeira parte é forçada. A segunda é muito verdade. Aconteceu assim.

Não tenho ideia se vai ao ar neste sábado ou no da outra semana ou ainda mais para frente, mas o fato é que a icônica banda de britpop inglesa SUEDE vai ser atração do programa global “Altas Horas”. Brett Anderson e companhia foram recebidos nos estúdios da Rede Globo em São Paulo há duas semanas para gravar o show de entrevistas+músicas apresentado pelo Serginho Groisman. Guardadas as devidas distâncias em anos-luz, Groisman é uma espécie torta de Jools Holland, o cara que recebe em seu programa algumas atrações musicais e arma elas ao mesmo tempo e no decorrer do programa vai trazendo ao holofote.

Enfim.

Um dos melhores shows do Planeta Terra Festival no dia 20 de outubro, o Suede, de bobeira, ganhou o convite da Globo por algum motivo, sem ter ideia de onde ia e tocar com quem e para quem, a banda se viu no estúdio com Groisman, Buchecha (que tinha o parceiro Claudinho em famosa dupla de funk pop do Rio e outra atração musical do programa), o lutador de MMA Vitor Belfort, a consultora de moda e empresária Constanza Pascolato, o ator Lazaro Ramos e o brother jornalista-escritor-teatrólogo Marcelo Rubens Paiva. E, no meio deles, Brett Anderson, dândi do britpop anos 90.

O Suede havia participado de um encontro de fãs na sexta-feira anterior ao Planeta Terra, quando uns adoradores do grupo descobriram o “compromisso” de ir ao “Altas Horas”. Quando a notícia chegou a mim, fiquei louco para saber o que tinha rolado lá. Procurei encontrar alguém que tinha ido ao programa, por um acaso. E descobri.

A plateia, soube, era formada boa parte por alunos de uma escola da cidade “do outro mundo” Varginha, Minas Gerais, não tinha ideia quem era aqueles gringos e reagia quase zero para a banda. Segundo relatos, a banda não estava entendendo nada do que estava acontecendo, o produtor não sabia o que ia encontrar quando aceitou levar o grupo inglês. Ele nem lembrava mais quem o havia procurado. Quando viram, depois do evento dos fãs, estavam na van indo para a Globo.

Márcio Custódio, famoso agitador indie paulistano e fã do Suede foi à apresentação. Descobri isso no outro dia, tinha foto do Suede cantando no “Altas Horas” já no Facebook. Pedi a Custódio que relatasse o que ele viu ali no encontro Groisman, Brett e Buchecha. E o que ele falou foi o seguinte:

“Foi surreal. O que rolou é que eu conhecia o manager deles e o abordei no encontro de fãs que teve na sexta. Perguntei se era verdade que eles iriam gravar o “Altas Horas”. Ele disse que logo em seguida ao encontro iriam partir para os estúdios da Globo. Daí descolei uma carona e fomos atrás deles.

Chegando lá, dissemos que éramos da banda a o guardinha abriu a cancela para nosso carro entrar. Perguntamos onde era o local de gravação e fomos lá. Em questão de minutos estavámos lá dentro. Ninguém nos barrou. Assistimos de boa a passagem de som.

Mas aí a produção do programa, quando se deu conta que éramos bicos caras-de-pau, pediu para os seguranças nos tirar de lá. Então o manager do Suede, Charlie, disse que eu tinha que ficar, que ele fazia questão. Aí meus amigos infelizmente tiveram que sair e só ficou eu. Bizarro.

Ninguém conhecia o suede ali. A plateia era formada por estudantes colegiais do Brasil todo. Fiquei no meio de uma escola de Varginha, MG, ao lado de meninas de 16 anos.

Os caras do suede tinham no rosto uma expressão de perplexidade e diversão. Dava para ver estampado na testa do Brett a frase: “WHAT THE HELL AM I DOING HERE?!?!?!?!” hahahaha…

Quando a banda tocou “Animal Nitrate” ninguém entendeu nada. Não pelo fato de ser Suede, mas acho que por ser uma banda de rock, sei lá. NINGUÉM LEVANTOU DO LUGAR!! Ficaram sentados, chocados, dá para ver na foto. Quando o bocheca cantou, todo mundo levantou, cantou junto batendo palmas.

Teve uma hora em que o Brett rebolou. Daí algumas meninas gritaram.

A coisa toda na verdade foi um sacrifício, porque eu tive que ver o programa TODO. E não podia levantar. Os caras da produção eram super-rígidos. E tudo durou quase 4 horas!!!!!. Mas valeu a pena. O Suede detonou, tocou com toda força. deixou todo mundo intrigado. O som estava ótimo. Mas eu me perguntava quem estava sofrendo mais ali: o Suede que não entendia nada do que se falava no programa, ou eu que entendia tudo… uahuahuahauh…

O mais surreal foi ver o Buchecha dançando e curtindo Suede. E depois o Brett curtindo a música “Quero Te Encontrar, do Buchecha, aquela antiga.

O Suede tocou no “Altas Horas” as músicas “ANIMAL NITRATE”, “METAL MICKEY” e “FILMSTAR”.

No dia seguinte, fui no hotel deles pegar as duas cortesias para o festival que o Charlie ficou de me dar. Daí perguntei para ele quem de fato havia convidado a banda para o programa. E ele não soube dizer. Falou que o Suede gostou de ter ido, no fim, pois eles tocaram bem e o som estava ótimo.

“But it was a bit tricky to be there”, finalizou, haha.”

Essa não é a primeira vez que o indie confronta com um artista “marca registrada” da música popular brasileira no programa do Serginho Groisman. Em outras ocasiões, o Band Of Horses dividiu o palco com o Chiclete com Banana. Já o I’m From Barcelona mostrou seu som no mesmo auditório do “Altas Horas” em que estava o sertanejo Leonardo.

O Serginho é ou não, um pouquinho, o Jools Holland brasileiro?


Planeta Terra Festival: “Brett Anderson and Me – Uma questão pessoal com o Suede”
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Lúcio Ribeiro

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* Duas pessoas bem próximas a mim vivem a relação banda-fã mais intensa que eu conheço. Um delas é o Eduardo Palandi, fiel escudeiro poplôadico e enviado especial do blog ao Palácio do Planalto em Brasília. Venho forçando a mão com Palandi para ele escrever sobre o “show do Suede” desde que a banda foi confirmada oficialmente no Planeta Terra Festival. Mas ele sentiu o peso da responsabilidade e só foi esboçar alguma coisa nesta tarde, quando eu já tinha perdido as esperanças. E ele, insistindo que não sabia o que dizer, disse o seguinte:

“Bom, eu realmente não sei o que dizer. Não posso dizer que estava com expectativas baixas, por dois motivos: primeiro, por causa do show do Royal Albert Hall, ano passado, que o Multishow vez ou outra passa. Segundo, porque eu sei do que a banda é capaz – e você mesmo viu no Coachella e me mandou mensagem às 3 da manhã ratificando.

Quem foi pôde ver algumas coisas interessantes: que o Brett Anderson, do alto de seus 45 anos, tem alguns cacoetes que devem ser fruto do uso desbragado de drogas por anos, mas ele sabe tratar uma plateia – que respondeu morna, mais interessada nos reis do reino de Leão. Estavam lá o frenesi ao girar o fio do microfone, o apoio no amplificador da frente do palco, a concentração ao cantar trechos que exigem mais da voz.

Estavam lá o Neil Codling, tecladista/guitarrista, sem mexer um músculo ou esboçar um sorriso, provavelmente por conta da Síndrome da Fadiga Crônica que o tirou da banda em 2001; a dupla fundadora Mat Osman e Simon Gilbert segurando as pontas atrás, com o Osman fazendo cara de “Agora vocês vão dançar, meus queridos”; e o menino-prodígio Richard Oakes na frente, mandando um riff delicioso atrás do outro – e assim se passaram “Trash”, “The Drowners”, “New Generation” e outros treze hinos dos anos 90. O último disco, “New Morning”, não teve nenhuma tocada.

O grande momento do set foi (1) quando tocaram um lado B, “Killing of a Flash Boy”: a guitarra alta e cortante, Brett pedindo palmas para ajudar a bateria a marcar o ritmo. E (2) em “Saturday Night” o cara foi para a galera, foi para a sua galera, que naqueles 65 minutos e em todos os discos do Suede é só o que importa.

Sobrou emoção, faltou tempo para “By the sea”, “Graffiti Women”, “Asbestos”, “Obsessions” e muitas outras. Olha: se o Kings of Leon ou o Garbage tivessem cancelado de última hora e o show do Suede passasse a ter 2 horas, ou se o grupo tivesse tocado num lugar do tamanho do Cine Joia, seria o show da década.

E eu não sei mesmo o que escrever: desde 1992 o Suede sabe traduzir melhor do que eu as coisas que sinto.”

* Foto de abertura: Fabrício Vianna.

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Planeta Terra: o Gossip veio (mas deu susto), o Suede encantou e o rap-cascata de Azealia Banks sacudiu os indies
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Lúcio Ribeiro

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* Chuva, sol, banda nova, banda velha, banda velha parecendo nova (Suede, foto acima), banda “nova” parecendo velha (Kings of Leon), o Gossip milagrosamente tocando no país, o Kasabian vindo ao Brasil e tendo que ser cancelado.
O nosso maior festival pequeno, o indie Planeta Terra, aconteceu no sábado, no Jockey Club de São Paulo, todo confuso em um lugar (e tamanho) que não era seu, mas mesmo assim uma delícia de estar.

** Com um público visivelmente abaixo do esperado, ainda que a produção diga que estava esgotado (para quem esteve lá isso foi bom para circular e chegar perto do palco), e o menos representativo line-up de suas últimas edições, ainda sim o indie Planeta Terra teve grandes momentos, como os shows do Suede, do Gossip, do Garbage (não vi, mas vou no consenso da galera) e o da nova rapper Azealia Banks.

* Fora o Suede, além do Gossip e indo totalmente no meu gosto pessoal próprio myself, adorei o Best Coast, o melhor-show-de-fim-de-tarde que o PT já teve, com Bethany Consentino desfilando letras fofas em cima de guitarras anos 90 velozes e datadíssimas, mas não por isso menos gostosas. À noite, achei incrível o show do Drums, o melhor da banda de Nova York a que eu tive oportunidade de conferir (eles que não necessariamente são bons ao vivo tanto quanto são em disco). Acertaram o tom, Jonathan Pierce acertou o volume do microfone, fizeram um show homogêneo na sua levadinha indie-dance e acabaram sendo um esperto concerto de abertura para a zoeira disco punk do Gossip. E, se posso dizer, o britânico Maccabees, antes, foi bem bom. E, se posso dizer 2, vi o começo do Kings of Leon (três primeiras músicas) e tava bem bom também (no que dá para o Kings of Leon ser bom hoje em dia).

** Aliás, não que representou um graaaaaande perigo, mas o Gossip quase aprontou de novo. Às quase 13 horas do sábado, o dia do festival, a banda ainda estava na Argentina, onde tinha tocado na sexta. Beth Ditto resolveu “pular” o vôo da manhã e o soundcheck em São Paulo para ficar mais em Buenos Aires, na companhia de uma namorada argentina com quem se envolveu no dia anterior. Passado o “pequeno” susto na produção do festival, que pressentiu confusão, o Gossip tuitava da Argentina por volta das 13h: “Off to São Paulo. We can’t wait”. Nem eles, nem a produção do festival. E, não sei se tem a ver com a argentina da Argentina, mas Beth estava feliz. E isso contribuiu para o show ser contagiante. Ditto até cantou Lady Gaga e Ramones. Fez ode à caipirinha e homenagem à brega “Avenida Brasil”.

* Outras duas coisas dá para tirar deste Planeta Terra 2012: (1) foi um festival indie GLS total, muito por conta exatamente do Gossip e uma vez que o indie agora é a nova eletrônica e, de uma certa forma, o indie também “is the new” festa universitária. Na verdade o festival ficou entre o gay e os anos 90, na sonoridade. E o lado gay venceu. Ou, pelo menos, foi mais animado.

** (2) Foi ainda o festival “Girl Power”, desde o seu começo com o lindo show do Madrid e o sangrento visual Tim Burton ostentado pela Marina Vello, mais a Mallu, que era mais interessante quando era Mallu Magalhães, a transexual Mel Gonçalves, poderosa vocalista da Banda Uó, a Shirley Manson enchendo o Jockey de hits do Garbage que eram “must” da 89FM e da Brasil 2000 FM, a Bethany Best Coast fazendo uma comportada e jovem Courtney Love se essa tivesse alguma vez parado quieta na vida, a Little Boots vestida para noite em show de dia, com um modelito Ivana Tufão. Não precisa falar de Beth Ditto entrando no show do Gossip botando seu vozeirão de diva para cantar a praga “OiOiOi”, além de pedir mil desculpas o show todo pelo seus furos anteriores com o Brasil. Nem da espuleta Azealia Banks, que foi embora do palco segurando seu bustiê, que tinha “estourado” e podia ter exposto seus peitos à plateia. Fora o “girl power” em si que estava diante em peso no show dos irmãos Followill, o revivido Kings of Leon (que barba “adulta” era aquela, Caleb?).

* Incrível como o Suede, na pessoa do vocalista Brett Anderson, consegue ter o gás que tem, sendo uma banda tão… tão… britpop. Tem o cheiro inexorável de “já era”, mas o poder de seus vários singles anos 90 e a performance sem concessões do grupo e principalmente de Anderson dão sobrevida interessante ao Suede. Por exemplo: o Jack White em nova fase cantando as músicas do White Stripes soa, NESTE CASO, mas velho que a banda britânica, pelo caráter “adulto” e “arranjos diferentes” que ele tem empregado a seus velhos hits. Com o Suede a coisa ainda é pá-pum, urgente, imediata, como se estivéssemos em Londres-1992, mesmo que 20 anos depois. E, para um show que era inédito no Brasil e tinha toda essa expectativa dos fãs, funcionou superbem.

** Azealia Banks, vamos falar, para um show de rap comum com um DJ por trás (e dois dançarinos ao fundo), até que foi um divertidíssimo não-show. Ela sacode um público e tem melhorado cada vez mais sua performance de palco, além de ter alguns singles bem bons, ainda que não se entenda nada do que ela canta. Azealia se deu bem com o povo indie blasé lá no Suede. A parte gay divertida (de Little Boots, Gossip, Banda Uó) sobrou toda para ela àquela altura e parecia festa de “buatchy”. E teve a cascata do DJ entrando antes dela e comendo com discotecagem uns bons 20 minutos de seu show, porque Azealia não tem música suficiente (nem álbum tem, ainda). Sem contar que o cara tocou “Groove Is In the Heart” e só com isso animou mais que o show da Little Boots, que para piorar teve problemas vários com o som.

Que mais?…

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O PLANETA TERRA EM FOTOS

Do Harlem para a Marginal, a rapper americana Azealia Banks foi destaque no Planeta Terra

Beth Ditto chacoalhou a galera com seu Gossip, cantou “OiOiOi” e pediu “Desculpa, desculpa, desculpa, desculpa, desculpa” para o Brasil

Caleb, agora mais calminho, aparentemente sem xingar ninguém nem quebrar nada, voltou ao Brasil com seu Kings of Leon

Alô, Colômbia. Mel Uó agitou o tecnobrega no Planeta Indie, mesmo debaixo de uma chuva uó

Uma creepy Marina Vello expôs as feridas do indie intimista do Madrid, em excelente show cedinho, que pouca gente viu

O ótimo The Drums queria comprar alguma coisa para nós, mas eles não tinham nenhum dinheiro. Beleza…

Inspirada nos agitos da Lucioland na sexta, a banda inglesa Maccabees fez bom show no Planeta Terra no sábado

Oh, Bethany. Até o tempo ficou bom na hora em que ela começou a cantar suas músicas fofas sobre a Califórnia

Shirley Manson, com Butch Vig por trás, comandou firme o bom show do Garbage no PT 2012

Parecendo irmão mais velho do Alex Kapranos, Brett Anderson mostrou forma juvenil no Planeta Terra

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O PLANETA TERRA EM VÍDEOS

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EQUIPE POPLOAD NO PLANETA TERRA

* Ana Carolina Monteiro, Lúcio Ribeiro e Fabrício Vianna (fotos).

Todas as fotos são de Fabrício Vianna, menos as de Mel Gonçalves (Banda Uó) e Marina Vello (Madrid), que são de de Reinaldo Canato/UOL.

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Planeta em conflito: Suede x Azealia. Drums x Garbage. Kings Of Leon x Gossip. Quem você vai ver?
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Lúcio Ribeiro

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O cancelamento do show do Kasabian fez a organização do Planeta Terra se virar para remanejar os horários das apresentações deste sábado, no Jockey Club. O evento terá início oficial às 13h, com o show da banda Far from Alaska, no palco Indie. Ao todo, serão 13 atrações em dois palcos (Indie e Principal). Óbvio, haverá disputa de horários e vai ter muita gente chorando por assistir um e perder o outro.

Com as novas alterações, os shows do palco principal (onde tocaria o Kasabian) foram atrasados. Antes previstos para terem início às 14h15, a agenda atrasou em mais ou menos uma hora, quando Mallu Magalhães abre os serviços. O Best Coast passou de 15h30 para 16h45. O Suede, que pegaria o fim de tarde (17h) foi jogado para 18h30. Os horários para Garbage, Kings Of Leon e do Indie Stage continuam os mesmos.

O remanejamento vai causar ao menos três brigas boas e diretas nos horários. Quando o Suede estiver no meio de sua apresentação no palco principal, a dondoca Azealia Banks – um dos shows mais esperados do festival – vai começar seu show no palco Indie. Já a musa Shirley Manson vai bater de frente com o geniozinho Jonathan Pierce. Para finalizar, o Kings Of Leon do Caleb vai começar praticamente no mesmo horário da diva furona Beth Ditto.

* A programação completa:

Main Stage
15h15 – Mallu Magalhães
16h45 – Best Coast
18h30 – Suede
20h15 – Garbage
22h00 – Kings of Leon

Indie Stage
13h00 – Far from Alaska
13h50 – Madrid
15h00 – Banda Uo
16h15 – Little Boots
17h45 – The Maccaabees
19h15 – Azealia Banks
20h45 – The Drums
22h15 – Gossip

* E agora, Beth?

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Planeta Terra com Azealia Banks, Madrid, Kasabian, Banda Uó, Gossip, Drums, Garbage, KoL… VAMOS?
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Lúcio Ribeiro

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Falta pouco mais de um mês para acontecer a edição 2012 do Planeta Terra, festival que caiu para valer no gosto da galerinha do indie e apresenta como uma de suas maiores novidades a mudança de local: saiu o Playcenter (em reformas), entrou o Jockey Club, recém descoberto para shows depois da boa recepção do Lollapalooza.

O Planeta Terra acontece dia 20 de outubro e terá 13 shows distribuídos em dois palcos. Estão no line up – que a gente adorou – nomes como Kings Of Leon, Garbage, Kasabian, Gossip, The Drums, Azealia Banks, Madrid, Banda Uó, Suede e Best Coast.

Como a Popload é sempre camarada com seus prezados leitores, vão para sorteio 3 PARES DE INGRESSOS para o festival. Seu “esforço” tem que ser aquele de sempre: coloque nome completo, cidade e email nos comentários deste post. E, óbvio, torça.

Combinado?

* O line up completo do Terra: